domingo, 14 de janeiro de 2018

COMO VOCÊ INTERPRETA?! – XL

Refletindo sobre as narrativas de André Luiz, enfeixadas no capítulo 41 – “Convocados à Luta” –, de “Nosso Lar”, percebemos, com clareza, que os espíritos conscientes indignam-se com as atitudes tomadas pelos países que se lançam à guerra, encabeçando “a desordem na Casa do Pai”, e não hesitam em se colocarem ao lado dos que são agredidos, afirmando que os países agressores, diante da Lei,  pagarão “um preço terrível”.
Muito importante o que o referido autor espiritual considera, quando traduz a palavra de Salústio: “... os países agressores convertem-se, naturalmente, em núcleos poderosos de centralização das forças do mal”.
Vejamos aqui, em forma de obsessão, a presença da “mediunidade coletiva”! Podemos mesmo nos referir a um “pentecostes” das trevas! Na época de Segunda Grande Guerra, os alemães, com as exceções de praxe, claro, instigados por Hitler e seus sequazes, os adeptos do nazismo, estabeleceram sintonia com as regiões trevosas – com os espíritos que, em falanges imensas, desejavam dominar para escravizar o pensamento humano. Não olvidemos que a “suástica”, o símbolo do nazismo, era uma cruz “retorcida” – a cruz gamada! O propósito foi, e continua sendo, o de sempre se opor ao Cristo de Deus!...
A loucura coletiva que tomou conta do povo alemão, estendendo-se aos seus aliados – em especial, Itália e Japão –, deixou claro o que comentava Salústio: “Legiões infernais precipitam-se sobre grandes oficinas do progresso comum, transformando-as em campos de perversidade e horror”.
No livro “Libertação”, André Luiz, transcrevendo a preleção do Ministro Flácus, anotou no capítulo primeiro: “Seres humanos, situados noutra faixa vibratória, apoiam-se na mente encarnada, através de falanges incontáveis, tão semiconscientes na responsabilidade e tão incompletas na virtude, quanto os próprios homens”.
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Por que um acontecimento qual o da guerra interessa tanto o Mundo Espiritual?! Por que, no caso, a Segunda Grande Guerra, tanto interessava aos habitantes de "Nosso Lar”, que, por assim dizer, estavam à distância dos campos de batalha?! Em “Nosso Lar”, em 1938, às vésperas de estourar a guerra, faziam-se soar constantes clarinadas, qual se o Mundo Espiritual Superior estivesse desferindo sentido lamento pelo desastre que estava prestes a ocorrer!...
Salústio, ainda em diálogo com André Luiz, explanando sobre as clarinadas que se faziam ouvir, disse: “Temos o sinal de que a guerra prosseguirá com terríveis tormentos para o espírito humano (...), embora a distância, toda a vida psíquica americana teve na Europa a sua origem. Teremos grande trabalho em preservar o Novo Mundo”.
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Não resta dúvida de que se, após uma guerra de destruição, a Humanidade se empenha na retomada do progresso, qual ocorreu após o término da Segunda Guerra Mundial, o progresso até então havido, se não tivesse sofrido drástica interrupção, teria sido muito maior – principalmente, no campo da fraternidade legítima, de vez que, até hoje, sob o aspecto moral, os homens estão a lidar com as sequelas morais deixadas pelo confronto de lamentável memória.
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No desdobramento do capítulo 41, André Luiz transcreve alguns diálogos registrados entre os habitantes comuns de “Nosso Lar”, naturalmente preocupados com os familiares e amigos que, estando encarnados, haveriam de sofrer as consequências da desordem, que haveria de criar – como criou – centenas de carmas individuais e coletivos, que, em maioria, ainda não foram ressarcidos.

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 15 de janeiro de 2018.