domingo, 17 de março de 2024

 

Desde os Albores

 

Desde os albores da Codificação, quando “O Livro dos Espíritos” surgiu à lume, a 18 de Abril de 1857, o Espiritismo, que é a Revivescência do Cristianismo, vem padecendo lutas intestinas, provocadas, sem dúvida, pelos adversários do Espírito da Verdade, que, por todos os meios possíveis, intentam fragilizá-lo.

Agem, tais adversários, portas adentro do próprio Movimento, muitas vezes, na condição de seus supostos adeptos, fazendo com a Doutrina o que, infelizmente, terminaram fazendo com o Cristianismo, em terrível escalada depois do terceiro século da Boa Nova.

Com o Cristianismo, inicialmente, procuraram eliminar fisicamente os seus seguidores, através das implacáveis perseguições que se desencadearam, com milhares de cristãos encontrando a morte nos circos romanos... Observando, porém, que a tática do massacre dos fieis apenas os faziam multiplicar, infiltraram-se em suas fileiras e foram propondo adulterações na Mensagem cristalina que o Cristo trouxera à Humanidade, dando, assim, nascimento às inúmeras interpretações teológicas que o desfiguraram até os dias atuais.

Logo que Kardec aparece em cena, com o livro básico do Pentateuco, desponta a figura de Jean Baptiste Roustaing, com a proposta da “Revelação da Revelação”, que, infelizmente, até hoje sustenta a tese do corpo fluídico do Cristo, que vem ocasionando conflitos doutrinárias ainda não de todo superados, já que a própria FEB – Federação Espírita Brasileira –, em seus regulamentos a considera como causa de natureza pétrea.

Em seguida, com o lançamento de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, em 1864, o Movimento Espírita Francês, padece nova arremetida das trevas, dividindo-se entre os “científicos” e os “místicos”, ou seja, os que querem que o Espiritismo siga unicamente uma vertente científica, não admitindo o seu aspecto ético-religioso – entre os espíritas, no Brasil e no mundo, deparamo-nos com os que defendem a exclusão de Jesus do Espiritismo, dando combate, inclusive, à práticas que chegam a excluir a simples oração de suas reuniões  - sim, de “suas reuniões”, de vez que agem como se delas fossem os proprietários.

Na atualidade, no Movimento Espírita Brasileiro, logo após o decesso do Médium Francisco Cândido Xavier, que, moralmente, era o seu líder e maior ponto de referência, entram em cena os que, adeptos de Pietro Ubaldi, o grande místico italiano, propõem que as suas obras se nivelem às da Codificação, ou, quiçá, sejam consideradas mais substanciosas...

Combatendo a tarefa missionária que Chico Xavier, durante 75 Anos de Legítimo Mandato Mediúnico, cumpridos de modo irrepreensível, que o diga o reconhecimento de uma Nação inteira – o Brasil, que não cessa de homenageá-lo! –, percebe-se agora os que se lhe opõem à Obra na condição de críticos gratuitos, propondo um retorno às bases do que denominam de Kardecismo Puro.

Acontece que, tais confrades e confreiras, não acordes com o “dai de graça o que de graça recebestes”, capitaneados por um médium das trevas, e que, a diversos amigos mais próximos, Chico Xavier afirmava ser a reencarnação de Leimary, um dos “coveiros do Espiritismo” em França, introduziram o elitismo nas lides do Movimento, promovendo congressos e encontros, simpósios e cursos, os mais variados, à custa de dinheiro, descaracterizando o Movimento em sua pureza e simplicidade.

Ainda pode-se notar que, em outra frente de ataque ao Espiritismo, espíritas que se autodenominam “antirracistas”, acusam Kardec de ter sido racista, tendo, ainda a pouco, a ousadia insana de editar alguns títulos da Codificação com o subtítulo de “antirracista”, e posicionando-se, segundo os seus integrantes, à “esquerda”, como se a Doutrina levantasse qualquer espécie de bandeira política meramente humana.

Conforme se registra, o Espiritismo, infelizmente, por ação daqueles que se dizem alistar em suas fileiras, vêm cumprindo com o planejamento das trevas para que, notadamente, o Brasil não venha a ser a promissora Pátria do Evangelho que se espera que, um dia, ele venha a ser.

Não carecemos aqui, uma vez mais, de enfatizar a trama das adulterações nos livros mediúnicos da lavra de Chico Xavier, promovidas pela Federação Espírita Brasileira, com a anuência de quase todas as demais Federações a ela filiadas, esquecidas todas elas de que a FEB somente continua contando com certa consideração entre os espíritas conscientes por ser a Casa Editora de alguns dos livros da rica bibliografia mediúnica de Chico Xavier, de vez que, não fosse por esse único motivo, ela, a FEB, não contaria mais com o menor prestígio moral.

Infelizmente, esse arsenal sombrio contra a propagação da Vera Doutrina, alicerçada em Jesus, Kardec e Chico Xavier, não há de parar tão cedo, em suas escaramuças, tendo, nos dias que correm, sequestrados para os seus quadros, companheiros que, fragilizados no derradeiro embate político acontecido no Brasil, desertaram de seus deveres e obrigações mais caras, vitimados por fascínios que não se pode prever quando eles haverão[CB1]  de ser desfeitos.

 

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 17 de Março de 2024.

 

   

 

 

 


 [CB1]

domingo, 10 de março de 2024

 

Isto é coisa dos Espíritas, e não do Espiritismo

 

Infelizmente, temos visto, algumas práticas adotadas por certos adeptos do Espiritismo que são completamente estranhas à Doutrina – o que, evidentemente, nos revela que tais confrades e confreiras possuem um conhecimento muito raso da crença que professam, ou dizem ter professado um dia.

Por outro lado, observamos, sim, irmãos e irmãs dizendo-se ex-espíritas, lançando sobre o Espiritismo a culpa de sua deserção, quando, em verdade, deveriam lançá-la sobre a sua própria ignorância espiritual, ou, ainda, pela fé espírita estar colidindo com os seus atuais interesses pessoais, econômicos e/ou profissionais.

Por exemplo – isto é dos espíritas, ou dos ex-espíritas, e não do Espiritismo, que, aliás, nunca foi e nunca será:

 

·       Revelações em torno das vidas passadas suas e/ou dos outros.

·       Atribuir todos os acontecimentos que sucedam no presente à Lei de Causa e Efeito, ou Carma.

·       Rotular de obsessão toda e qualquer perturbação que acometa o próximo.

·       Estabelecer data para o exílio dos espíritos recalcitrantes que habitam a Terra.

·       Formalizar a simples transmissão do passe.

·       Idolatrar dirigentes e médiuns.

·       Elitizar o Movimento, estabelecendo taxas para os Encontros promovidos.

·       Adulterar textos dos livros sobre os quais não possuem nenhuma autoridade autoral.

·       Tomar partido político.

·       Levantar bandeiras sociais que, com exclusividade, não se baseiem no “amai-vos uns outros”.

·       Condenar os que, talvez, tendo cometido esse ou aquele deslize, a vales de sofrimento além da morte.

·       Não aceitar que o Espiritismo seja uma doutrina progressista, resumindo-se, para sempre, na Codificação.

·       Impor ideias próprias em relação às obras assistenciais mantidas pelas Casas Espíritas, chegando a condenar a prática da Caridade.

·       Pregar o que não se esforça por vivenciar.

·       Promover reuniões mediúnicas com a preocupação de atrair multidão.

·       Acreditar-se um missionário reencarnado.

·       Polemizar por detalhe, esquecido do essencial.

·       Em defesa de seus pontos de vista doutrinários, colocar de lado a fraternidade, a ponto de inimizar-se com quem se lhes opõem.

·       Crer que toda reencarnação seja programada por Institutos de Reencarnação.

·       Imaginar que, por ser espírita, conte com alguma espécie de privilégio.

·       Não admitir que o Espiritismo, sendo o Consolador Prometido, possui tríplice aspecto: Ciência, Filosofia e Religião.

·       E, sobretudo, não aceitar a Jesus na condição de Mestre e Senhor, o que Kardec deixou explícito nas páginas de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.

 

A lista, que é imensa, poderia continuar, mas, de nossa parte, preferimos ir ficando por aqui, deixando que os próprios confrades e confreiras encarnados façam as suas reflexões em torno do assunto.

Encerramos dizendo que, de fato, temos presenciado inúmeras traições feitas ao Espiritismo por quem já tendo se beneficiado em suas fileiras, agora debandam, mas não sem sair atirando-lhe pedras, como quem não hesita em conspurcar a fonte cristalina que já lhe saciou a sede.

 

INÁCIO FERREIRA

Uberaba, 10 de Março de 2024.

 

 

 

 

domingo, 3 de março de 2024

 

Limitação Mediúnica

 

Alguns amigos nos indagam o motivo de as informações que lhes transmitimos do Mundo Espiritual não serem mais precisas, ou reveladoras.

Sinceramente cremos que, em matéria de revelação, desde 1857, com o lançamento de “O Livro dos Espíritos”, os espíritos que entram em contato proveitoso com os homens na Terra já fizeram o possível para informá-los a respeito do essencial.

Com o Pentateuco e a Obra Mediúnica devida à mediunidade de Chico Xavier, farto material mediúnico foi entregue aos homens encarnados, aliás, em curto espaço de tempo, em pouco mais de século e meio, para que o Mundo Espiritual, ou Planeta, deixe de ser considerado inacessível em termos de conhecimento.

Notemos que, através de Chico Xavier, na derradeira etapa de sua tarefa missionária, habitantes comuns do considerado Invisível preencheram laudas e mais laudas com os seus depoimentos, em inequívoco atestado da Vida além da morte – as ditas “mensagens consoladoras” não eram, como não são, endereçadas somente aos familiares e amigos saudosos que, da Terra, pranteiam os seus entes queridos.

Convém, no entanto, anotar que os desencarnados que povoam a psicosfera do orbe terrestre, entre os quais, presentemente, eu me encontro, não dispõem, no momento, dos conhecimentos que os encarnados lhes atribuem, para que, por exemplo, ampliem os horizontes da Revelação Espírita, que, por força de Lei, há de ser gradativa.

Vejamos que um espírito do naipe de Emmanuel Swedenborg, que viveu no século XVIII, com o seu “O Céu e o Inferno”, e tantos outros devidos à sua lavra medianímica, embora as preciosas notícias transmitidas acerca da Vida no Mais Além, não logrou isentar-se o necessário de sua formação acadêmica e religiosa para fazê-lo com maior fidelidade, mormente quando, fora do corpo carnal, ele se projetava às Dimensões que visitava.

Recordemo-nos do Cristo quando, em alerta aos Apóstolos, foi incisivo ao dizer que eles não deveriam dar aos cães o que é santo nem lançar aos porcos as pérolas...

Evidentemente, não estamos aqui a menosprezar a quem, porventura, em matéria de entendimento espiritual, ou de maturidade psíquica, possa pertencer ao reino Animalia, em seu filo Chordata, e nem tampouco pretendendo dizer que alguns de nossos irmãos possam ainda estar mais próximos daqueles dos quais vulgarmente se diz que roncam e fuçam...

Acontece, porém, que, de fato, as Duas Humanidades, a que moureja e a que não moureja no corpo físico mais denso, não se mostram suficientemente responsáveis para que maior parcela da Verdade lhes seja revelada.

Os nossos irmãos sensitivos, espíritas ou não, por mais se esmerem na tarefa do intercâmbio, sempre haverão de esbarrar com limites cérebro-mentais para que mais lhes seja concedido na condição de intérpretes das realidades da Casa do Pai, em suas múltiplas moradas.

Aliás, em diversas oportunidades, em “O Livro dos Espíritos”, os que integravam a Falange do Espírito da Verdade, afirmavam que, aos homens, faltava elementos de comparação, ou mesmo adequada terminologia, para que pudessem se aprofundar nas questões que lhes eram propostas.

Assim, esmeremo-nos no campo do merecimento para que, conforme nos ensinou o Divino Mestre, ao que que tem, mais possa vir a lhe ser acrescentado, no futuro.

 

Recordo-me de que Chico Xavier, referindo-se a Peixotinho, Francisco Peixoto Lins, talvez, um dos maiores médiuns de efeitos físicos de todos os tempos, disse, certa vez, que médium com as suas possibilidades mediúnicas surgia na Terra somente de duzentos em duzentos anos...

Ouça o que tenha ouvidos de ouvir, pois, caso também não queira escutar, que continue em sua voluntária surdez, à qual seria interessante que juntasse aconselhável silêncio para que não continue falando tantas asneiras, fornecendo um atestado público de sua ignorância.

 

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 3de Março de 2024.