segunda-feira, 17 de julho de 2017

COMO VOCÊ INTERPRETA?! – XVII

No capítulo 27 – “O trabalho, enfim” –, de “Nosso Lar”, obra sobre a qual, na companhia de nossos irmãos e irmãs internautas, estamos refletindo, André Luiz descreve a situação da maioria dos internos nas “Câmaras de Retificação”, que, sem dúvida, quase que corresponde às regiões purgatoriais da Igreja Católica. (“Retificar” significa “corrigir”, “consertar”, etc.)
Muitas missões de resgate partem de “Nosso Lar”, com espíritos voluntários percorrendo as regiões mais obscuras, ou periféricas do denominado “Umbral”. Nada a estranhar, de vez que, na Terra, por exemplo, conhece-se o abnegado trabalho da organização internacional chamada “Médicos Sem Fronteiras”, formada por profissionais que, inclusive, se expõem a inúmeros perigos para levar socorro aos carentes. Em “Nosso Lar”, digamos, o “Médicos Sem Fronteiras” é chamado de “Samaritanos”. Além de assistência médica, o grupo “Samaritanos”, semelhante a “Médicos Sem Fronteiras”, não é formado apenas por médicos, mas também por profissionais da área de nutrição, etc, providenciam alimentos e roupas aos recém-desencarnados.
Curioso que, enquanto percorria as “Câmaras de Retificação”, André descreve a crise de um interno de nome Ribeiro, que, além do desequilíbrio próprio, estava, no Mundo Espiritual, registrando a perturbação de alguns de seus familiares encarnados, agravando a sua situação. Narcisa, que ali prestava serviços esclareceu a Tobias: “Hoje, muito cedo, ele se ausentou sem consentimento nosso, a correr desabaladamente.” Impressionante, não?! Para onde, o pobre Ribeiro pretendia correr?! Como poderia ele, na condição de desencarnado, alcançar o seu antigo lar terrestre?!
André, ainda, não deixa de registrar algo interessante aos nossos estudos e reflexões: “Seguimos através de numerosas filas de camas bem cuidadas, sentindo a desagradável exalação ambiente, oriunda, oriunda, como vim a saber mais tarde, das emanações mentais dos que ali se congregavam, com as dolorosas impressões da morte física e, muita vez, sob o império de baixos pensamentos.” Realmente, o pensamento possui odor, e, não raro, extremamente desagradável... Esses “odores” do pensamento, por vezes, podem se tornar perceptíveis entre os próprios encarnados, tenham eles, para tanto, sensibilidade psíquica, ou não. Todavia, necessitamos informar que o perispírito enfermo, ou sem os cuidados higiênicos necessários, qual ocorre ao corpo físico, igualmente pode exalar odores característicos.
Tobias, em diálogo com André Luiz, que, a cada passo, se surpreendia com a situação, esclareceu que aqueles espíritos, homens fora do corpo, em situação lastimável, eram “contrabandistas na vida eterna”. E explicou: “Acreditavam que as mercadorias propriamente terrestres teriam o mesmo valor nos planos do espírito. Supunham que o prazer criminoso, o poder do dinheiro, a revolta contra a lei e a imposição dos caprichos atravessariam as fronteiras do túmulo e vigorariam aqui também, oferecendo-lhes ensejos a disparates novos. Esqueceram de cambiar as posses materiais em créditos espirituais. Não aprenderam as mais simples operações de câmbio do mundo.” De fato, quem saia do Brasil, em visita a Europa, sem permutar reais por euros... – Até o idioma necessita ser cambiado! Os valores propriamente terrestres, nos Planos Mais Altos, valem muito menos que pó!...
E Tobias, arrematou: “Temos os milionários das sensações físicas transformados em mendigos da alma.”
Digo-lhes que, por tal motivo, a grande maioria dos desencarnados não consegue se ausentar da psicosfera mais próxima ao planeta, continuando a viver não na condição de desencarnados de fato, mas na de semi-encarnados – eles nem sequer conseguiriam respirar em atmosfera mais rarefeita!
Tobias, anteriormente, falando com André Luiz sobre a situação daqueles homens e mulheres fora do corpo, internados nas “Câmaras de Retificação”, esclareceu: “Lembre, meu irmão, que estes doentes estão atendidos, que já se retiraram do Umbral, onde tantas armadilhas aguardam os imprevidentes descuidosos de si mesmos.”
Perguntamos, então:
- Que espécie de “armadilhas”?!...
- “Armadilhas” preparadas por quem?!...
- “Alguém” poderia lhes fazer algum tipo de mal no “Umbral” mais grosso?! Como?! De que jeito?!...
- Podemos considerar o “Umbral Grosso” como submundo?! – submundo da delinquência humana, que prossegue ativa além da morte do corpo?!...

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 17 de julho de 2017.