Espiritismo –
Profecias e Vidências
Sempre surgem sensitivos que, dizendo-se espíritas
– talvez, alguns até realmente sejam – destampam a fazer profecias e falar de
suas vidências em relação ao futuro.
São procurados pela TV e, igualmente, mostram a sua
cara nas redes sociais, quase sempre com prognósticos sombrios para a
Humanidade – preveem o desenlace de pessoas consideradas famosas, quedas de
aeronaves, secas, enchentes, guerras, e por aí vão.
A imprensa, que nunca deixa de ser sensacionalista,
lhes concede um espaço extraordinário, que ocupam como se fossem novos
Nostradamus.
É preciso que se diga que o Espiritismo não tem
nada a ver com esses “profetas” do apocalipse, porque, segundo estamos
informados, até mesmo os espíritos que vivem mais próximos dos homens nada
sabem do futuro – muitos deles sequer sabem de si mesmos, não sabendo,
inclusive, se situarem no espaço e no tempo dentro de sua nova condição
existencial.
Sabemos que, ao longo da História, muitas
profecias, atribuídas a inúmeros profetas, não se concretizaram – aliás, Chico
Xavier dizia que as profecias, mesmo quando mais sérias, não são feitas para se
concretizarem, e, sim, para servirem de advertência aos que se encontram na Terra.
Agora, do ponto de vista da lógica, ninguém carece
de possuir sensibilidade psíquica além do normal, para intuir o que espera a
Humanidade amanhã, caso os homens continuem como estão, ou seja, caminhando, de
maneira desenfreada, na direção do abismo.
Ninguém carece de se autoproclamar vidente, ou
coisa que o valha, para saber que, infelizmente, o futuro reserva às criaturas
humanas, atualmente no escafandro de carne, as mais amargas experiências em
consequência de seu próprio livre arbítrio.
Historicamente, é sabido que a Humanidade
atravessa, em todos os sentidos, os célebres períodos bíblicos de vacas gordas
e vacas magras, ou, em outras palavras, os ciclos naturais que a fazem se
assemelhar às ondas dos oceanos, em incansável vai e vem, em movimentos de
retração e expansão.
Trazendo o assunto para o caso pessoal, de cada um
de nós, não carecemos de recorrer aos ledores de buena dicha, ou a
revelações mediúnicas, para saber, no atacado, e, às vezes, no varejo, o que
nos aguarda no futuro da existência como resultado do que dela andamos fazendo,
no passado e no presente.
Infelizmente, os prognósticos, em geral, para a
Humanidade, não são os melhores, ignorando, de nossa parte, como haveremos de
detalhá-los.
Em “O Novo Testamento”, nos deparamos inúmeras vezes
com as palavras “os tempos são chegados”, e, mesmo no Espiritismo, faz muito,
desde a Codificação, que os Espíritos as repetem, ficando, nós outros, com a
impressão de que são tempos que nunca chegaram e nunca chegarão...
Acontece que, realmente, para os espíritos humanos,
no corpo e fora dele, “os tempos são chegados”, porque sempre se está no tempo
de se começar a promover a mudança íntima que se espera – os tempos estão
chegadíssimos para nós, porque tais tempos se expressam no AGORA, e não no depois!...
INÁCIO FERREIRA
Uberaba –MG, 8 de setembro de 2024