sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

 

Livre Arbítrio e...

“Se Vira nos 30”...

 

“E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou, porque nele descansou de toda obra que, como Criador, fizera.” – Gênesis – cap. 2 – v. 3

 

Em um esforço de interpretação, esforço redobrado para não extrapolar, pode-se subentender que, a partir do sétimo dia, o Criador nada mais criou, porque a Sua Criação infinita passou a recriar a si mesma, tendo o homem, então, se investido no papel de co-Criador, trabalhando no aperfeiçoamento da Obra Divina...

Evidentemente que, a Criação não se estabeleceu regida pelo caos, mas, sim, por Leis, inalteráveis, que vigem em todo o Universo, coordenando a evolução de tudo...

Essas Leis, expressão máxima do Pensamento do Criador, reagem segundo as ações que lhes são apresentadas, sendo, portanto, lícito, deduzir que, através de seu livre arbítrio, os homens, os seres inteligentes da Criação, as colocam em funcionamento...

Sintetizando: Deus agiu no princípio, criando pela Sua vontade, e, agora, reage às mínimas ações humanas, e não somente às ações humanas, mas, igualmente, ao mais ínfimo movimento da menor parte do todo de Sua criação...

Ao seu mais discreto suspiro, o que implica em intenção e atitude, os homens fazem com que as Leis que presidem o equilíbrio do Universo reajam, em seu apoio ou desapoio, sob a tutela da inexorável Lei de Causa e Efeito, ou de Ação e Reação...

O que muitos chamam de Intervenção Divina, sobre o indivíduo ou sobre a coletividade, nada mais é que o resultado da ação consciente do espírito ou do inconsciente da denominada “alma do mundo”, em resposta à sua liberdade de escolha.

Pode-se afirmar que todos os acontecimentos são “preparados”, ou “projetados” com antecedência, por vezes, de séculos, com os seus elementos necessários se “alinhando” para tanto...

Claro, todavia, que, dependendo das forças em movimento, certas reações surgem quase de imediato, porquanto as Leis da Criação não permanecem apáticas ao menor desequilíbrio que lhes constitui ameaça à integridade...

Assim, pela alavanca de seu livre arbítrio – quanto mais consciente mais determinante – cada criatura humana traça o próprio destino, que, inexoravelmente, ipsis literis, se cumprirá, a menos que ela mesma possa nele incluir “ingredientes” que lhe efetue alterações, suavizando-o ou agravando-o...

Foi neste sentido que os Espíritos Superiores disseram a Kardec que, em geral, os espíritos, mesmo os considerados “elementais”, são agentes da Vontade Divina, ou da Natureza...

Temos, pois, através de nossos estudos e reflexões, chegado à conclusão que a evolução do espírito, metaforicamente, é um autêntico “se vira nos 30”...

Caso queiramos que coisas boas nos aconteçam – boas em essência para o nosso aperfeiçoamento, não excluindo, portanto, experiências de dor –, procuremos ser bons, convictos de que haveremos de colher o que plantarmos...

Os espíritos mais ociosos, mais indiferentes ao seu progresso, ou ao progresso de tudo, a um simples levantar de dedo, ou piscar de olhos, já começam a sofrer as consequências das escolhas que fizeram ao piscar os olhos ou, simplesmente, levantarem o dedo, ou ainda ao se transfigurarem em pedras no caminho impedindo que o progresso aconteça, porque, na Criação, somente algo é impossível – a inércia!...

 

INÁCIO FERREIRA

 

Uberaba – MG, 25 (*) de Fevereiro de 2022.

(*) Publicação antecipada.

   

domingo, 20 de fevereiro de 2022

 

Reencarnação –

Recursos e Circunstâncias,

Ou... “Se Vira Nos 30”...

 

Em torno da Reencarnação, infelizmente, ainda impera muita incompreensão e misticismo da parte de alguns espíritas, talvez, menos afeitos ao estudo e à meditação.

Nem todo espírito reencarna no orbe terrestre com tarefa programada ou com a existência traçada em seus mínimos detalhes, e, quiçá, mesmo nos acontecimentos de maior importância que lhe delineiam o destino.

A grande maioria dos espíritos que volta à Terra, através da bênção do renascimento no corpo físico – a esmagadora maioria! – se submete à um verdadeiro “se vira nos 30”, nome que era dado ao quadro de um programa de TV.

Tentemos compreender.

Em sua nova existência na Terra, os espíritos (quase todos, inclusive nós outros, ainda em situação de primarismo evolutivo), deverão se haver com os recursos morais e intelectuais já amealhados e os que estão sendo amealhados, mais as circunstâncias que, naturalmente, haverão de se lhes apresentar no cotidiano...

Alguns, de acordo com as circunstâncias, desencadeadas pela Lei de Causa e Efeito, lograrão, segundo as suas tendências e inclinações, empreender projetos significativos – no campo material da existência, ou no campo moral.

Por este motivo, por exemplo, é que alguns conseguem deslanchar no âmbito profissional, enquanto outros, pelo não aproveitamento das circunstâncias que surgem, quase não efetuam qualquer progresso – a muitos falta a necessária coragem para ousar e investir em suas possibilidades.

No que se refere à espiritualidade, poucos são aqueles que trazem do pretérito recursos que os habilitem ao seu mais amplo desenvolvimento, porque semelhante tentame requer, ainda que mínimas, conquistas no campo da renúncia, do devotamento, da perseverança e, sobretudo, vínculos mais fortes com o que é, pelo homem encarnado, considerado subjetivo.

Enfim, em geral, a trajetória do espírito reencarnado na Terra, ou em orbes que, mais ou menos, se lhe nivelem do ponto de vista evolutivo, depende exclusivamente de seu empenho, esforço e interesse, na aplicação dos recursos intelecto-morais que lhe constituem a individualidade e, repetimos, do aproveitamento, das circunstâncias, ou das oportunidades que o meio, porventura, lhe venha a proporcionar.

Sem dúvida, é um verdadeiro “vira nos 30”, longe do raciocínio ingênuo de que todos os passos do espírito reencarnado foram previamente esboçados, ou protocolados em algum departamento do Mundo Invisível.

E, sem o propósito de assustar a quem apenas consegue dormir ouvindo histórias da Carochinha, podemos afirmar que, deste Outro Lado, depois do advento da desencarnação, acontece o mesmo, ou seja: o espírito prosseguirá caminhando de acordo com os recursos e as circunstâncias que lhe são patrocinadas pela Lei de Causa e Efeito, ou... “se virando nos 30”.

 

INÁCIO FERREIRA

 

Uberaba – MG, 20 de Fevereiro de 2022.