segunda-feira, 5 de março de 2018


COMO VOCÊ INTERPRETA – XLVII

Retomando as nossas reflexões sobre o capítulo 45, de “Nosso Lar” – “No Campo da Música” –, logo de início lançamos uma pergunta aos nossos irmãos internautas/leitores:
- Como você interpreta a informação de Lísias a André Luiz de que existem noivados no Mundo Espiritual?
Sem maiores acréscimos, indagamos ainda como você interpreta o que próprio Lísias volta dizer parágrafos adiante:
“Lascínia e eu fundaremos aqui, dentro em breve, nossa casinha de felicidade, crendo que voltaremos à Terra precisamente daqui uns trinta anos.”?!
Tomamos a liberdade de continuar questionando:
- Então, Lísias e Lascínia se casariam em “Nosso Lar”? Iriam constituir um casal? Morariam na mesma casa, sendo apenas e tão somente noivos, ou na condição de casados? E, estando eles casados no Mundo Espiritual, qual haveria de ser a espécie de relacionamento que o casal manteria? Você acha que poderia, por exemplo, haver sexo entre eles?! Afinal, o que haveriam de ficar fazendo juntos, sob o mesmo teto, durante trinta anos?! Você considera que o relacionamento sexual entre aqueles que verdadeiramente se amam seja algo pecaminoso, impossível de acontecer entre dois espíritos?! Crê que quando alguém esteja na relação sexual com outro alguém apenas os seus corpos, ou envoltórios, estejam se relacionando?!...
*
Interessante que Lísias, ao informar André que Lascínia se faria acompanhar de duas irmãs, pedindo a ele que, junto a elas, fizesse as honras de cavalheiro, ele se mostrou cheio de escrúpulos, imaginando, talvez, que Lísias estivesse querendo incliná-lo afetivamente para uma delas.
- Mas, Lísias... – respondeu André – você deve compreender que estou ligado a Zélia.
Lísias, então, lhe responde:
- Era o que faltava! Ninguém quer ferir seus sentimentos de felicidade. Não creio, no entanto, que a união esponsalícia deve trazer esquecimento da vida social. Não sabe mais ser o irmão de alguém, André?
Realmente, um homem não pode nutrir sincera amizade por uma mulher, e vice-versa, sem que, pela maioria, ele seja julgado em suas intenções.
É uma coisa horrorosa!
*
Outra informação interessantíssima transmitida por André Luiz, no capítulo em estudo, é o fato de Lísias, gentilmente, ter pagado para ele o ingresso no “Campo da Música”.
E, assim, seguem mais perguntas aos nossos estimados internautas/leitores:
- Pagou como e por quê?! Tudo, em o Mundo Espiritual, não é feito de graça, ou não?! O bônus-hora, em “Nosso Lar”, funcionaria, então, como moeda aquisitiva?! Uma consulta médica seria paga?! Já tivemos oportunidade de estudar, anteriormente, que, em “Nosso Lar”, uma casa pode ser adquirida... Existirão, dentro do sistema econômico vigente, casas bancárias na referida cidade espiritual?! Os alimentos têm que ser “comprados”?! Economicamente, quem manteria a cidade, suprindo-a com o indispensável?! Cairia “maná” dos céus?!...
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Mais uma informação interessante de Lísias, a respeito do “Campo da Música”:
“Nas extremidades do Campo, temos certas manifestações que atendem ao gosto pessoal de cada grupo dos que ainda não podem entender a arte sublime; mas, no centro, temos a música universal e divina, a arte santificada, por excelência.”
Não é curiosa esta informação?! Não é lógica?! Não somos, naturalmente, levados a pensar na “periferia” da Vida, e em seu “centro”?! Não estaremos todos, em todos os aspectos, em nossa caminhada evolutiva, realizando uma jornada da “periferia” para o “centro”?!
Enfim, cremos que estamos com material de reflexão para alguns lustros, não?!
Vamos ver, através das respostas fornecidas, como anda o nosso pensamento a respeito de tantos assuntos, sobre os quais, com certeza, os ortodoxos já possuem posição definida.
E eu não sou capaz entender o grande silêncio em torno de tais assuntos, que, em geral, é feito pelos expositores nos ditos Congressos Espíritas...

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 5 de março de 2018.