domingo, 13 de outubro de 2024

 

Chico Xavier,
Jesus
E o Espiritismo

A contribuição mediúnica de Chico Xavier ao Espiritismo como doutrina, através dos Espíritos que por ele escreveram, foi e continua sendo extraordinária.
A Obra Mediúnica de Chico Xavier complementa Kardec, dando à Terceira Revelação uma dimensão muito mais ampla do que simplesmente à da Codificação.
No século XIX, os Espíritos Codificadores não puderam dizer mais do que disseram, porquanto nem instrumentos mediúnicos adequados eles possuíam para tanto, e, mesmo que eles tivessem se valido apenas das “mesas” e das “cestas”, não teriam encontrado a receptividade intelectual que encontraram com o avanço da Ciência, principalmente depois de Einstein, e as consequências da Revolução Francesa, colocando fim à Inquisição.
Reencarnando, Kardec então, na roupagem física de Chico Xavier, possibilitou que a Falange do Espírito da Verdade prosseguisse em seu labor com novas revelações e aproximando ainda mais os Dois Planos da Vida.
Emmanuel e André Luiz, na condição de intérpretes dos Espíritos Superiores, trouxeram o Espiritismo do século XIX para o século XX, projetando-o para o século XXI.
Temos hoje na Doutrina Espírita, em seu tríplice aspecto, uma doutrina atual, consoante as exigências do homem que, segundo León Denis, mais do que crer, deseja saber.
Todavia, desejamos destacar nesta síntese, que, sem dúvida, a maior contribuição de Chico Xavier, ou, digamos, a sua maior tarefa, foi a de ressaltar o Espiritismo como sendo o Consolador Prometido, ou a Revivescência do Cristianismo.
Sem dúvida, a Obra Mediúnica de Chico Xavier chancelou, em definitivo, o Espiritismo como sendo doutrina cristã, ou seja, o Espiritismo como sendo a verdadeira Volta de Jesus Cristo à Humanidade.
Não há um só livro mediúnico da lavra de Chico, escrito por esse ou aquele espírito, que não exalte a Figura do Cristo, demonstrando que o Espiritismo somente é inovador – eminentemente inovador – porque vincula revelações seculares, como a da Reencarnação, ao Evangelho de Jesus, para que, de fato, a evolução do espírito possa deixar de ser mera teoria.
Talvez, na atualidade, em que a perseguição ao Cristo se reaviva, igualmente no Brasil, através de movimentos políticos, a perseguição à Obra de Chico Xavier venha ocorrendo, chegando ao cúmulo da adulteração por uma das casas editoras à qual ele havia confiado a guarda das obras dos Espíritos por seu intermédio.
E a referida perseguição ao Cristo, agora também voltada para a Obra Mediúnica de Chico Xavier, tem sido feito até por alguns considerados adeptos da Doutrina, que, pretensamente intelectualizados, vêm fazendo verdadeiros malabarismos para desmerecê-la – sem estatura intelectual e moral para tanto.
A maior tarefa de Allan Kardec, após publicar “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, foi a de reencarnar e agora continuar fazendo uma Obra totalmente voltada para o Cristo, já que, ao seu tempo, no século XIX, não deixou de ser um tanto tímida a caracterização do Espiritismo como uma doutrina que, sem Jesus, simplesmente, se confunde com tantas outras doutrinas orientais.
No Espiritismo, o conhecimento da Verdade tem o Amor como finalidade.
No Espiritismo, o seu aspecto científico somente se justifica e se engrandece no Evangelho do Cristo.
No Espiritismo, a sua filosofia se alicerça em Jesus, pois que, sem Ele, o seu aspecto filosófico careceria de fundamento mais amplo, fugindo à mesmice do que os filósofos gregos falaram muitos séculos antes de Kardec.
Então, a missão de maior relevância de Chico Xavier, de 1927 a 2002, em 75 Anos de Apostolado, foi a de iluminar ainda mais o Espiritismo – dar a ele mais espírito do Espírito do Cristo, o que, felizmente, ele o fez também através de sua vida mais do que de Médium, mas também de Profeta dos tempos modernos.
A pujança do Espiritismo está no Cristo, e não somente estaria em Kardec, caso Kardec não tivesse tido a coragem de trazer a lume “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, provocando, já à época de sua publicação, a ira de alguns adeptos que contra ele se voltaram na “Sociedade Espírita de Paris”, e o traíram.
Sem Kardec não teríamos a Codificação, mas sem Chico Xavier não teríamos Jesus Cristo de novo no coração do povo – sem Kardec não teríamos o Pentateuco, mas sem Chico Xavier não teríamos o Pentateuco atualizado e iluminado, por dentro e por fora.

INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 13 de outubro de 2024.