Chico Xavier,
Jesus
E o
Espiritismo
A contribuição
mediúnica de Chico Xavier ao Espiritismo como doutrina, através dos Espíritos
que por ele escreveram, foi e continua sendo extraordinária.
A Obra Mediúnica de
Chico Xavier complementa Kardec, dando à Terceira Revelação uma dimensão muito
mais ampla do que simplesmente à da Codificação.
No século XIX, os
Espíritos Codificadores não puderam dizer mais do que disseram, porquanto nem
instrumentos mediúnicos adequados eles possuíam para tanto, e, mesmo que eles
tivessem se valido apenas das “mesas” e das “cestas”, não teriam encontrado a
receptividade intelectual que encontraram com o avanço da Ciência,
principalmente depois de Einstein, e as consequências da Revolução Francesa,
colocando fim à Inquisição.
Reencarnando,
Kardec então, na roupagem física de Chico Xavier, possibilitou que a Falange do
Espírito da Verdade prosseguisse em seu labor com novas revelações e
aproximando ainda mais os Dois Planos da Vida.
Emmanuel e André
Luiz, na condição de intérpretes dos Espíritos Superiores, trouxeram o
Espiritismo do século XIX para o século XX, projetando-o para o século XXI.
Temos hoje na
Doutrina Espírita, em seu tríplice aspecto, uma doutrina atual, consoante as
exigências do homem que, segundo León Denis, mais do que crer, deseja saber.
Todavia, desejamos
destacar nesta síntese, que, sem dúvida, a maior contribuição de Chico Xavier,
ou, digamos, a sua maior tarefa, foi a de ressaltar o Espiritismo como sendo o
Consolador Prometido, ou a Revivescência do Cristianismo.
Sem dúvida, a Obra
Mediúnica de Chico Xavier chancelou, em definitivo, o Espiritismo como sendo
doutrina cristã, ou seja, o Espiritismo como sendo a verdadeira Volta de Jesus
Cristo à Humanidade.
Não há um só livro
mediúnico da lavra de Chico, escrito por esse ou aquele espírito, que não
exalte a Figura do Cristo, demonstrando que o Espiritismo somente é inovador –
eminentemente inovador – porque vincula revelações seculares, como a da Reencarnação,
ao Evangelho de Jesus, para que, de fato, a evolução do espírito possa deixar
de ser mera teoria.
Talvez, na
atualidade, em que a perseguição ao Cristo se reaviva, igualmente no Brasil,
através de movimentos políticos, a perseguição à Obra de Chico Xavier venha
ocorrendo, chegando ao cúmulo da adulteração por uma das casas editoras à qual
ele havia confiado a guarda das obras dos Espíritos por seu intermédio.
E a referida
perseguição ao Cristo, agora também voltada para a Obra Mediúnica de Chico Xavier,
tem sido feito até por alguns considerados adeptos da Doutrina, que,
pretensamente intelectualizados, vêm fazendo verdadeiros malabarismos para
desmerecê-la – sem estatura intelectual e moral para tanto.
A maior tarefa de
Allan Kardec, após publicar “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, foi a de
reencarnar e agora continuar fazendo uma Obra totalmente voltada para o Cristo,
já que, ao seu tempo, no século XIX, não deixou de ser um tanto tímida a
caracterização do Espiritismo como uma doutrina que, sem Jesus, simplesmente,
se confunde com tantas outras doutrinas orientais.
No Espiritismo, o
conhecimento da Verdade tem o Amor como finalidade.
No Espiritismo, o
seu aspecto científico somente se justifica e se engrandece no Evangelho do
Cristo.
No Espiritismo, a
sua filosofia se alicerça em Jesus, pois que, sem Ele, o seu aspecto filosófico
careceria de fundamento mais amplo, fugindo à mesmice do que os filósofos
gregos falaram muitos séculos antes de Kardec.
Então, a missão de
maior relevância de Chico Xavier, de 1927 a 2002, em 75 Anos de Apostolado, foi
a de iluminar ainda mais o Espiritismo – dar a ele mais espírito do Espírito do
Cristo, o que, felizmente, ele o fez também através de sua vida mais do que de Médium,
mas também de Profeta dos tempos modernos.
A pujança do
Espiritismo está no Cristo, e não somente estaria em Kardec, caso Kardec não
tivesse tido a coragem de trazer a lume “O Evangelho Segundo o Espiritismo”,
provocando, já à época de sua publicação, a ira de alguns adeptos que contra
ele se voltaram na “Sociedade Espírita de Paris”, e o traíram.
Sem Kardec não
teríamos a Codificação, mas sem Chico Xavier não teríamos Jesus Cristo de novo
no coração do povo – sem Kardec não teríamos o Pentateuco, mas sem Chico Xavier
não teríamos o Pentateuco atualizado e iluminado, por dentro e por fora.
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 13 de
outubro de 2024.