Especulações em Torno
De Jesus Cristo
Temos
acompanhado, através da mídia, espírita e não espírita – algumas são apenas
espiritualistas –, especulações, no mínimo, em nossa opinião, descabidas, em
torno do Nascimento de Jesus, nosso Mestre e Senhor.
De nossa
parte, ficamos somente com que o Codificador, Allan Kardec, escreveu nas
páginas iniciais de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, afirmando que
priorizaria o aspecto moral das lições de Jesus, de vez que, os demais
aspectos, por exemplo, os dos milagres e das predições, davam margem a
polêmicas estéreis.
Fico
mesmo com a impressão de que os nossos irmãos encarnados “sabem” mais do que,
deste Outro Lado da Vida, sabemos de Jesus, porquanto aqui estando, onde Jesus
deveria estar, ou seja, no Mundo Espiritual, nada sabemos de Seu paradeiro, da
maneira como Ele teria descido à Terra, ou, afinal, como o Seu corpo
desapareceu no túmulo que Lhe fora cedido por José de Arimateia...
Desculpem-nos,
mas é tanta cogitação sem sentido sobre a gravidez de Maria de Nazaré, que
chega a ser extremamente vulgar a quem nos deve merecer imensa reverência.
Sei que
nada sou para aconselhar a quem seja, a respeito de assunto algum, mas, caso
pudesse, eu diria que seria melhor pararem com tanta perda de tempo com
“revelações” em claras mistificações do pensamento, ainda mais quando se
envolve a figura venerável de Chico Xavier.
A única
Biografia confiável do Cristo à nossa disposição, no Orbe Terrestre e no Além,
e o será por séculos infindos, é a que consta dos Evangelhos ditos canônicos, e
não centenas e centenas de outras biografias que circulam em todos os idiomas,
não passando, muitas delas, de ficções literárias com os propósitos mais
variados.
Já se
disse, inclusive – pasmem! –, que um óvulo teria sido retirado de Maria, e, a
fim de que ela pudesse se manter na virgindade, fosse levado a uma nave
espacial para ser fecundado; que o corpo de Jesus era fluídico, como se
constituído de fluidos todos os corpos humanos não o fossem; que Jesus era um,
e o Cristo outro...
Enquanto
muitos de nós outros vamos entretendo-nos com essas concepções, mergulhando as
mentes incautas no universo do maravilhoso, a Maravilha do Evangelho vai sendo
esquecida, como se o que Jesus falou e fez não fosse o bastante para,
verdadeiramente, nos maravilhar e nos interessar para que possamos promover a
construção do Reino de Deus em nós mesmos.
Pessoalmente,
dou razão à resposta de um amigo que, convidado a participar de certo programa
de TV, respondeu que não iria porque não tem nenhuma “revelação” a fazer a
respeito de absolutamente nada, e que o referido programa vive do que é
sensacionalismo.
Nestas
palavras, o nosso intuito não é o de crítica, mas, sim, o de expressar o que
pensamos a respeito do que muitos nos escrevem, perguntando: se somos, ou não,
adeptos de que a Estrela de Belém era uma nave espacial, etc?! Eis aqui a nossa
resposta sincera a todas as questões congêneres que nos endereçam: A RESPEITO
DE JESUS CRISTO NADA SABEMOS E NADA PODEMOS ACRESCENTAR AO QUE OS APÓSTOLOS
ESCREVERAM, e que, cá para nós, demoraram muito a escrever – deveriam, sim,
tê-lo feito bem mais cedo do que o fizeram, porque, confiantes em sua humana
memória, muito do que Ele falou e fez, conforme testemunhou João, em seu
Evangelho (escrito, aproximadamente, entre os anos 80 e 100 d.C.) deve ter se
perdido, e que não caberiam em todos os livros que pudessem vir a ser escritos.
INÁCIO
FERREIRA
Uberaba –
MG, 9 de novembro de 2025.