segunda-feira, 23 de junho de 2025

 

Espiritismo em Queda - (II)

 

 

 

Quando o Espiritismo, como Doutrina Codificada, chegou ao Brasil, em meados de 1865, o Codificador ainda se encontrava encarnado, vindo a desencarnar em 1869, quase quatro anos depois.

 

Podemos, no entanto, dizer que o Espiritismo, em França, teve uma existência fugaz, de 1857 a 1869, porquanto, em 1870, a França, entrando em guerra com a Prússia, tudo começou a dificultar, com vários espíritas franceses, tendo sido convocados a lutar, perdendo a vida no corpo físico.

 

Logo em seguida à guerra Franco-Prussiana, que terminou com a vitória da Prússia, hoje Alemanha, aconteceu o rumoroso Processo dos Espíritas, em Paris, em 1875, envolvendo Leymarie, fraudando fotografias espíritas.

 

O Processo dos Espíritas, sem dúvida, foi a pá de cal no Espiritismo em França, e Europa – Chico Xavier dizia que Leymarie havia sido o “coveiro” do Espiritismo na França, pelo descrédito a que lançou a Doutrina nascente, tendo ele mesmo, Leymarie, que dirigia a “Revue Spirite”, sido condenado a um ano de prisão, de abril de 1875 a abril de 1876.

 

De 1914 a 1918, tivemos a Primeira Grande Guerra Mundial, com a França novamente sendo invadida, e, embora os esforços de León Denis e Gabriel Delanne, legítimos seguidores de Allan Kardec, o Espiritismo, como Movimento, tornou a decrescer, passando, daí em diante quase à inexistência, com poucos Centros Espíritas em funcionamento.

 

Atualmente, na pátria do Prof. Hippolyte León Rivail, ao que sabemos poucos grupos espíritas estão em funcionamento, com pouquíssimos frequentadores, e desses pouquíssimos, a maioria é de brasileiros radicados na França.

 

Exilando-se no Brasil, a partir de 1865, notadamente, em Salvador e Rio de Janeiro, o Espiritismo começou a florescer, com essa belíssima história sendo contada pelo espírito Humberto de Campos, em seu excelente “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”.

 

Com os pioneiros do Espiritismo no Brasil, a partir de Luís Olímpio Teles de Menezes, a Doutrina ganhou novo fôlego, alcançado o seu ponto mais alto com o surgimento de Chico Xavier, em 1927, já publicando, em 1932, o célebre “Parnaso de Além-Túmulo”.

 

Desencarnando em 2002, portanto há 23 anos, Chico Xavier deixou ao Espiritismo um legado extraordinário, tanto no campo bibliográfico quanto no de sua vivência de verdadeiro Apóstolo do Cristo.

 

Todavia, após a desencarnação de Chico, despontaram os candidatos à sua sucessão, inclusive, com a Federação Espírita Brasileira, sendo apontada em livro publicado por ela mesma, como sendo a “reencarnação” de Allan Kardec – um absurdo sem precedentes, difícil até de ser crido!...

 

Começou, então, a era do denominado Movimento de Unificação com os seus Órgãos se arvorando em líderes do Movimento, e elitizando a Doutrina, tendo como seu inspirador um médium recentemente desencarnado.

 

O Movimento, até certo ponto, se multiplicou em número, mas começou a perder em qualidade, e, perdendo em qualidade, teve início a evasão que hoje se percebe nas pesquisas do IBGE, datadas de 2022, principalmente pela rivalidade que entre os adeptos da Doutrina se estabeleceu, ao ponto de os espíritas, segundo uma autoridade religiosa, terem se “tornado inimigos íntimos.”

 

O Espiritismo, claro, não se prima pelo proselitismo de arrastamento, contudo, grande parte dos espíritas passou a professar a fé com personalismo, vaidade, ambição pelo poder, e, consequentemente, falta de humildade e esquecimento da exemplificação, que, sintetizados no “Fora da Caridade Não Há Salvação”, sempre foram a frente de combate da Doutrina ao se opor ao materialismo.

 

Esperamos que, no Brasil, o Espiritismo não tenha uma duração tão efêmera quanto em França, embora, apenas a título de recordação, em Israel, terra onde nasceu Jesus, hoje apenas 2% da população se diz cristã, sendo que, desses 2%, cerca de 80%, são de cristãos-árabes.

 

 

 

INÁCIO FERREIRA

 

Uberaba – MG, 22 de junho de 2025.

 

 

 

 

 

 

 

 

5 comentários:

  1. Bom dia, Amigos Espirituais visíveis e invisíveis! Amor, Luz e Paz! No conteúdo dos mais cinquenta livros psicografados por IF através do médium, geralmente, lê-se assuntos sinalizados nas mensagens "Espíritos em queda- I" e "Espiritismo em queda - II". Muito a esclarecer, apreender e aprender! Pensemos... pensemos... e pensemos! Um abraço fraternal! Cadichon Pirilampo (06:58 = 02:58)!!!

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  2. Hoje em dia o pessoal diz ter religiao mas não é praticante, principalmente no catolicismo. O que falta no meu entender é o conhecimento profundo da doutrina, pois quem lê bastante guarda em si os fundamentos da doutrina, mesmo que não a pratique esta se tornara um pouco melhor. Vemos os protestantes enchendo o saco do pessoal aos domingos, batendo de casa em casa, e desde quando 1 espirita bateu em casa para divulgar o espiritismo _____NUNCA --- e jamais vai bater, você jamais vera um. A divulgaçao do espiritismo via impresso esta praticamente extinta. Na internet vemos de tudo, uma salada ao gosto de cada um. E assim caminha a humanidade e assim caminha o espiritismo. Espiritismo somente no centro espirita e olhe lá. Grato Dr Inacio e Bacelli e um abraço a todos e Muito Obrigado

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  3. Gratidão ainda temos dr. Inácio e Bacell a nos dar esperança nesta doutrina maravilhosa!

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  4. Assim , estão os espíritas , em relação a Codificação. 😬👇

    Eu me lembro de 88 porque foi um ano estranho. Eu tinha 14. Não entendia direito o que era aquilo — Constituinte —, só me recordo de que, na escola, os professores estavam empolgados com a "Constituição Cidadã". Diziam que estávamos vivendo história. Que agora o país ia andar. Que todo mundo teria vez. E havia um certo orgulho, sabe? Um negócio meio mágico, mesmo sem compreender tudo.

    Mas o tempo foi passando. E as promessas começaram a pesar. Tinha coisa demais ali dentro. Como se alguém tivesse perguntado: “o que o Brasil inteiro quer?” — e, em vez de escolher, colocaram tudo. Tudo. Juros, greve, saúde, educação, terra, segurança — tudo no mesmo texto. Só que o papel aceita tudo. A vida, não.

    Mailson da Nóbrega até achou bom trocar os decretos-leis pelas medidas provisórias. Dava pra governar com mais agilidade. Mas ele avisou: ia complicar para a Economia. Mário Amato, da Fiesp, disse que havia exageros: teto de juros por lei (Art. 192, §3º), direito de greve irrestrito (Art. 9º), e medo do investidor externo (Art. 171). Parecia proteção, mas virou obstáculo.

    Plínio Corrêa falava em socialização. Forte, mas não tão fora assim. O texto puxava pra isso. Já Eduardo da Rocha Azevedo via ali um país se afastando da lógica global. E faz sentido: a Constituição travava até quem queria ajudar.

    Thomaz Bastos, respeitado, falou dos avanços. E eles existiram. Mas ele mesmo dizia que era desigual. Abram Szajman falou em vontade do povo. Mas qual povo? O da urna? O da rua? O dos subsídios, do Bolsa Família, ou o que paga imposto?

    Ronaldo Caiado — esse mesmo que se diz da Direita Liberal — vibrou com a equiparação rural (Art. 7º, parágrafo único). Ok. Mas quem paga isso depois? Paulinelli ficou feliz pelo que não entrou — uma reforma agrária radical. Só que o que precisava entrar, também não entrou. E aí ficou tudo travado.

    Austregésilo avisou: o mesmo Congresso que faz as leis não deveria escrever a Constituição. É óbvio, mas ninguém quis ouvir. Hoje, se dissesse isso, iam chamar de golpista. Mudou o clima. E a gente parou de ouvir o que não quer escutar.

    Barbosa Lima Sobrinho, Goldemberg, Flávio Telles — todos viram avanços. Não estou dizendo que não houve. Houve. Mas foi avanço sem revisão. E avanço sem revisão é armadilha. Porque as décadas passam, e o texto tá lá, do mesmo jeito. Intocável. Intocável e travado.

    Olho pra esse texto hoje e não sinto raiva. Mas também não sinto orgulho. Sinto peso. A gente quis acertar tanto que teve medo de errar. E aí escreveu tudo com medo. E com medo não se governa.

    Tá na hora de parar de tratar a Constituição como se fosse vitrine de loja. Ela tem que servir ao país, não o contrário...

    ...e conhecendo nossos políticos, tenho mais medo ainda de que saia uma "Nova Constituição Cidadã". Dependendo de quem defenda essa ideia, vou continuar aqui na Colômbia — e tirar de uma vez por todas minha cidadania.
    Ricardo Xavier de Oliveira-LinkedIn.

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  5. Boa noite. Não é o Espiritismo, que está em queda, pois a Doutrina codificada é um tratado científico e filosófico. O que está em queda, é o número de adeptos e citarei alguns possíveis motivos: 1. A velha teoria que tem de sofrer para evoluir sendo que no ESE, nos diz que devemos ser feliz o máximo que pudermos nesta Terra. 2. " Carmismo", palavra que inventei agora, tudo é carma. 3. Achar que quem sofre tá pagando carma e muitos ainda acham bom para purificar. 4. A evangelização infantil e a mocidade, segregam e depois o jovem não se adapta às reuniões públicas. Tenho uma tia que é da igreja anglicana e lá, a criança fica na evangelização somente até os 7 anos, depois fica com os pais e na hora da comunhão, recebem um pãozinho e um pouco de suco de uva e mensalmente tem a missa das crianças. Elas crescem incluídas nas reuniões e depois de grandes, continuam na igreja. 5. O movimento é pouco científico. 6.A caridade material anda sumida do movimento. 7.Muito cacique para pouco índio. 8. Muitos infiltrados. 9.Muitos livros que são de origem duvidosa, cm novos autores surgindo a esmo. 10. Brigas internas. Bem, vou parar por aqui. Obrigado.

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