18 de Abril de 1857/2005
168 anos da publicação de “O Livro dos Espíritos”!...
Sem dúvida, um livro que, desde o seu lançamento, esteve à frente de seu tempo.
O seu conteúdo de Tríplice Aspecto – Ciência, Filosofia e Religião –, ainda está a ser, vagarosamente, assimilado, mesmo pelos espíritas mais estudiosos.
Acontece que não é fácil aos espíritos, em geral, a mudança mental de Paradigmas em torno da própria imortalidade.
Poucos são os espíritos, encarnados e desencarnados, que se encontram preparados para viverem a sua imortalidade!...
Deste Outro Lado da Vida, podemos constatar a realidade do que acima afirmamos, de vez que, os que não estão a dormir, aguardando, sem saber, por um novo corpo na Terra, têm dificuldade para admitir a possibilidade do próprio desenlace...
O espírito insiste em continuar sendo a casca, e não a castanha que a casca contém...
Continua insistindo em ser a ostra, e não a pérola...
Em ser a árvore, e não a seiva...
De fato, “O Livro dos Espíritos” é um livro “inconscientemente” ignorado, porque os homens têm medo da efetuar a mudança de Paradigmas que ele, desde o século XIX, anunciou.
O “inconsciente” lhes diz que é melhor prosseguirem aspirando ao Céu, ou à ressureição no Dia do Juízo Final – será muito menos trabalhoso...
Os próprios espíritas – não todos! – tremem quando cogitamos da Reencarnação no Mundo Espiritual, e dizem, quando não ironizam:
- Doutor, morrer uma vez já é difícil, morrer outra vez?!...
Sim, e sempre, a fim de viver mais e infinitamente – respondo-lhes.
- “Nascer, viver, morrer, renascer e progredir sempre, tal é a Lei.” – Tornar a nascer, tornar a viver, tornar a morrer e tornar a renascer, nas muitas Moradas da Casa do Pai, para progredir sempre – eis a Lei em espírito e verdade.
Muitos irmãos de Ideal espírita-cristão preferem desfrutar à guisa de céu, que desfrutavam em suas convicções infantis, do Mundo Espiritual que é apenas e tão somente a outra metade da “cebola” em que vivemos – da “nossa cebola”, perdida em meio a imenso “cebolal”...
Como dizia Chico Xavier, Deus é “um plantador de cebolas”!...
Por agora, cada espírito está estagiando em uma das camadas concêntricas da “cebola” – claro existem cebolas “comuns”, morada de “ceboleiros” comuns e cebolas de “qualidade”, como a Cipolla Ramato de Montoro, onde residem os “ceboleiros” mais aperfeiçoados, semelhantemente aos que habitam o Metaverso, e outros o Omniverso...
A vida é um Matrix Divino!...
Por isto, e mais, “O Livro dos Espíritos” é um livro temido pelos teólogos, cristalizados em suas crenças de vida, e filósofos que se encantam de seu próprio pobre saber.
Temido, sim, pelos que querem continuar vivendo após a morte, desde que seja em uma espécie de oásis imperturbável, donde emana leite e mel.
Temido, ainda, pelos que, crendo ser coragem, e não ignorância, admitem na morte o ponto final da existência – certamente, mais saberetas que Sócrates, o mais sábio dentre todos os homens.
Salve “O Livro dos Espíritos”! Salve Allan Kardec, três vezes salve! Salve Chico Xavier, para sempre salve!...
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 20 de abril de 2025.