sábado, 5 de julho de 2025

 

Qual é o Teu Nome?

 

 

 

Em verdade, irmãos e irmãs, quase sempre, quando encarnados, não estamos preparados para as verdades que nos possam ser ditas pelos espíritos medianamente esclarecidos, que já se encontram do Outro Lado da Vida.

 

Não estou, claro, fazendo referências à minha “pessoa”, que nada sou e nada sei... Segundo antigo ditado popular ao qual, gracejando, vez em quando recorria, eu, para burro, só falta as penas...

 

Todavia, vamos arriscar uma pergunta aos nossos internautas, já que estamos entrando de “férias” no Blog, para retornarmos no começo do mês que vem – assim, não “ouvirei” os muitos epítetos que nos possam ser dedicados.

 

Em mediunidade, é mesmo assim: a gente nunca sabe quando deve falar no singular, ou no plural – não se espantem!...

 

Mas, voltando à morte da bezerra, sabes me dizer qual é o teu nome?! – o teu nome prevalecente das muitas encarnações que, com certeza, já tiveste?!...

 

Quando apareces, ou reapareces, no orbe terrestre, o fazes sem nome, não é?! Rotulam-te, como, em geral, nomeias os teus cães, os teus bichanos, os teus... papagaios...

 

Interessante é que achas, ou imaginas, que, em sua reentrada no Mundo Espiritual, haverás de fazê-lo com o mesmo rótulo nominal...

 

O nome, meu caro, pertence à tua personalidade, à personalidade que animaste, e não a ti mesmo que, digamos, apenas te responsabilizas por ele.

 

Concordas, ou não?!... Não sei, mas, sigamos.

 

Quando da Terra, porventura, te chamarem, ou te apresentares, através de um médium, em determinada assembleia, responderás presente segundo a identidade que ainda se te atribui.

 

Pode ser que venhas a responder por uma identidade que tiveste há 200, 300 ou mais primaveras atrás, agora sobrevivendo somente na memória dos que insistem em que continuas sendo o que já deixaste de ser.

 

Por exemplo: quando chamam o Inácio Ferreira, mais que o dever, sendo possível, tenho a obrigação de responder: - é comigo!... Se bem que, Inácios existam aos montes, e, então, Ferreiras, nem se diga... Todavia, no meio que costumamos de chamar espírita, o negócio, ou chamamento, tem a ver com o meu “eu”, embora, segundo Whitman, autor de “Flores de Relva”: “Contradigo-me, pois bem, contradigo-me... Sou amplo, contenho multidões”...

 

Mas, de novo, voltando à morte da bezerra, que até já reencarnou, e hoje é uma vaca com muitos úberes, eis o que, de mim, te posso dizer: o teu verdadeiro nome, identidade, essência, o interior do teu interior, é as TUAS OBRAS!... Sim, porque, depois de seres despojado de todos os rótulos que ganhaste no mundo, a fim de saberes que tu és tu, e não outro, depois do depois, o teu nome não há de ser mais do que sempre foi – apenas letras do alfabeto que alguém inventou de juntar para que, digamos, tivesses uma cara, uma fotografia, um papel registrado em Cartório...

 

Bem, é isto. O resto desculpe-me, mas, ainda não posso avançar – por enquanto. Se o médium sobreviver, quem sabe?!...

 

O teu nome, aqui, Deste Outro Lado, depois que estiveres “mortinho da silva”, será as TUAS OBRAS – por elas é que serás, hoje e amanhã – principalmente, AMANHÃ!...

 

Aliás, disse Quem sequer nome certo teve, porque se os pais o rotularam de “Jesus”, os Anjos o chamavam de “Emmanuel”, que a árvore é conhecida pelos seus frutos – até Ele, segundo o Escrevinhador, nada quis com a figueira que não produzia figos, equivalendo a dizer que, para Ele, ela, a figueira, ainda não havia dito ao que viera.

 

Abraços e até agosto – tomara!...

 

 

 

INÁCIO FERREIRA

 

Uberaba – MG, 5 de julho de 2025.

 

domingo, 29 de junho de 2025

 Médiuns Plenos

 
 
 
Qualquer faculdade mediúnica de que o espírito encarnado, ou desencarnado, seja portador, não é mensurada, em sua essência, pela grandeza dos fenômenos que se mostre capaz de produzir para os olhos que os contemplam, mas, sim, pela total entrega do médium que, plenamente, se devote à Causa do Evangelho do Cristo, nas bênçãos da Doutrina Espírita, sem outra intenção que não seja a de simplesmente a ela servir.
 
Existem médiuns com admiráveis talentos medianímicos que, infelizmente, não logram “dar de graça o que de graça receberam”, na graça com que o Senhor os aquinhoou, para que sejam os seus representantes leais junto à Humanidade, na exaltação da Mensagem da Imortalidade sob a qual há de se alicerçar a Nova Era que se anuncia.
 
Raros os medianeiros que, verdadeiramente compenetrados de sua alta responsabilidade, exercem, em plenitude de amor ao Ideal, as tarefas em que se encontram presentemente engajados, e pelas quais, um dia, haverão de responder perante a Lei Divina.
 
Porquanto, mediunidade plena e sem equiparação com qualquer outra capacidade psíquica que a criatura possa desenvolver, no presente e no futuro, é aquela cujo objetivo maior é o de fazer com que o seu portador, onde estiver, faça-se fiel intérprete da Vontade do Senhor, sem cogitar, nem de leve, que os seus interesses sobre ela possam prevalecer.
 
 
 
Odilon Fernandes
 
 
 
Uberaba – MG, 13 de março de 2025.
 
 
 
 
 
 
      

segunda-feira, 23 de junho de 2025

 

Espiritismo em Queda - (II)

 

 

 

Quando o Espiritismo, como Doutrina Codificada, chegou ao Brasil, em meados de 1865, o Codificador ainda se encontrava encarnado, vindo a desencarnar em 1869, quase quatro anos depois.

 

Podemos, no entanto, dizer que o Espiritismo, em França, teve uma existência fugaz, de 1857 a 1869, porquanto, em 1870, a França, entrando em guerra com a Prússia, tudo começou a dificultar, com vários espíritas franceses, tendo sido convocados a lutar, perdendo a vida no corpo físico.

 

Logo em seguida à guerra Franco-Prussiana, que terminou com a vitória da Prússia, hoje Alemanha, aconteceu o rumoroso Processo dos Espíritas, em Paris, em 1875, envolvendo Leymarie, fraudando fotografias espíritas.

 

O Processo dos Espíritas, sem dúvida, foi a pá de cal no Espiritismo em França, e Europa – Chico Xavier dizia que Leymarie havia sido o “coveiro” do Espiritismo na França, pelo descrédito a que lançou a Doutrina nascente, tendo ele mesmo, Leymarie, que dirigia a “Revue Spirite”, sido condenado a um ano de prisão, de abril de 1875 a abril de 1876.

 

De 1914 a 1918, tivemos a Primeira Grande Guerra Mundial, com a França novamente sendo invadida, e, embora os esforços de León Denis e Gabriel Delanne, legítimos seguidores de Allan Kardec, o Espiritismo, como Movimento, tornou a decrescer, passando, daí em diante quase à inexistência, com poucos Centros Espíritas em funcionamento.

 

Atualmente, na pátria do Prof. Hippolyte León Rivail, ao que sabemos poucos grupos espíritas estão em funcionamento, com pouquíssimos frequentadores, e desses pouquíssimos, a maioria é de brasileiros radicados na França.

 

Exilando-se no Brasil, a partir de 1865, notadamente, em Salvador e Rio de Janeiro, o Espiritismo começou a florescer, com essa belíssima história sendo contada pelo espírito Humberto de Campos, em seu excelente “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”.

 

Com os pioneiros do Espiritismo no Brasil, a partir de Luís Olímpio Teles de Menezes, a Doutrina ganhou novo fôlego, alcançado o seu ponto mais alto com o surgimento de Chico Xavier, em 1927, já publicando, em 1932, o célebre “Parnaso de Além-Túmulo”.

 

Desencarnando em 2002, portanto há 23 anos, Chico Xavier deixou ao Espiritismo um legado extraordinário, tanto no campo bibliográfico quanto no de sua vivência de verdadeiro Apóstolo do Cristo.

 

Todavia, após a desencarnação de Chico, despontaram os candidatos à sua sucessão, inclusive, com a Federação Espírita Brasileira, sendo apontada em livro publicado por ela mesma, como sendo a “reencarnação” de Allan Kardec – um absurdo sem precedentes, difícil até de ser crido!...

 

Começou, então, a era do denominado Movimento de Unificação com os seus Órgãos se arvorando em líderes do Movimento, e elitizando a Doutrina, tendo como seu inspirador um médium recentemente desencarnado.

 

O Movimento, até certo ponto, se multiplicou em número, mas começou a perder em qualidade, e, perdendo em qualidade, teve início a evasão que hoje se percebe nas pesquisas do IBGE, datadas de 2022, principalmente pela rivalidade que entre os adeptos da Doutrina se estabeleceu, ao ponto de os espíritas, segundo uma autoridade religiosa, terem se “tornado inimigos íntimos.”

 

O Espiritismo, claro, não se prima pelo proselitismo de arrastamento, contudo, grande parte dos espíritas passou a professar a fé com personalismo, vaidade, ambição pelo poder, e, consequentemente, falta de humildade e esquecimento da exemplificação, que, sintetizados no “Fora da Caridade Não Há Salvação”, sempre foram a frente de combate da Doutrina ao se opor ao materialismo.

 

Esperamos que, no Brasil, o Espiritismo não tenha uma duração tão efêmera quanto em França, embora, apenas a título de recordação, em Israel, terra onde nasceu Jesus, hoje apenas 2% da população se diz cristã, sendo que, desses 2%, cerca de 80%, são de cristãos-árabes.

 

 

 

INÁCIO FERREIRA

 

Uberaba – MG, 22 de junho de 2025.