Uma Página de León Denis, em “O Problema do Ser, do Destino e da Dor”
Tomamos
hoje a liberdade de transcrever aos leitores do Blog, às vezes tão ocupados com
os seus afazeres cotidianos, sem tempo para uma obra de leitura obrigatória
qual o mencionado clássico de León Denis, a página que abaixo reproduzimos.
“Segundo
a opinião dos teósofos, o regresso da alma à carne
efetua-se
a cada mil e quinhentos anos. Esta teoria não é
confirmada
nem pelos fatos nem pelo testemunho dos Espíritos.
Estes, interrogados
em grande número, em meios muito diversos,
responderam
que a reencarnação é muito mais rápida; as almas
ávidas de
progresso demoram-se pouco no espaço. Pedem o
regresso
à vida deste mundo para conquistar novos títulos, novos
méritos.
Possuímos sobre as existências anteriores de certa
pessoa
indicações recolhidas, em pontos muito afastados uns dos
outros,
da boca de médiuns que nunca se conheceram, indicações
perfeitamente
concordes entre si e com as intuições do
interessado.
Demonstram que apenas vinte, trinta anos, quando
muito,
separaram as suas vidas terrestres. Não há, quanto a isso,
regra
exata. As encarnações aproximam-se ou se distanciam
segundo o
estado das almas, seu desejo de trabalho e
adiantamento
e as ocasiões favoráveis que se lhes oferecem; nos
casos de
morte precoce, são quase imediatas.
Sabemos
que o corpo fluídico materializa-se ou purifica-se
conforme
a natureza dos pensamentos e das ações do Espírito.
As almas
viciosas atraem a si, por suas tendências, fluidos
impuros,
que lhes tornam mais espesso o invólucro e lhes
diminuem
as radiações. À morte, não podem elevar-se acima das
nossas
regiões e ficam confinadas na atmosfera ou misturadas
com os
humanos; se persistem no mal, a atração planetária torna-
se tão
poderosa que lhes precipita a reencarnação.
Quanto
mais material e grosseiro é o Espírito, tanto mais
influência
tem sobre ele a lei de gravidade; com os Espíritos
puros,
cujo perispírito radioso vibra a todas as sensações do
infinito
e que acham nas regiões etéreas meios apropriados à sua
natureza
e ao seu estado de progressão, produz-se o fenômeno
inverso.
Chegados a um grau superior, esses Espíritos prolongam
cada vez
mais a sua estada no espaço; as vidas planetárias
tornam-se
para eles a exceção e a vida livre a regra, até que a
soma das
perfeições realizadas os liberte para sempre da
servidão
dos renascimentos.”
INÁCIO FERREIRA
Uberaba - MG, 29 de Maio de 2022.