domingo, 28 de junho de 2020


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AO ESPÍRITO ENCARNADO
(Inspirando-me nas palavras de nosso venerável Irmão José)

Não te esqueças de que a existência no corpo físico passa com celeridade.
Assim sendo, não te corrompas.
Não cedas às ilusões transitórias.
Luta com dignidade.
Vive em harmonia com a própria consciência.
Em defesa de teus ideais, prepara-te para solitário testemunho de fé.
Não esperes por aplausos, nem por qualquer reconhecimento aos teus nobres esforços.
Auxilia com desinteresse.
Busca fazer, no Bem, a parte que te compete, e, sempre que possível, um pouco mais.
Compreende, sem exigir compreensão.
Renuncia às inutilidades.
Não humilhes a quem seja – neste sentido, vigia-te na menor de tuas atitudes e palavras.
Não percas tempo com discussões estéreis.
Não te deixes magoar ou ofender.
Para quem necessita perdoar, ou ser perdoado, o exercício do perdão é dispêndio de energia que pode e deve ser evitado.
Que o pessimismo não te detenha os passos, nem o desalento te paralise as mãos no melhor a ser feito.
Hoje, e agora, é o teu melhor momento – a tua ansiada oportunidade, talvez, desde muitas existências.
Não deixes para depois o que, com certeza, vezes sem conta já adiaste no cumprimento de teus deveres.
Na conquista de maior experiência, a luta que faceias é indispensável e... intransferível.
Estejas, pois, sempre atento aos obstáculos que haverão de se te sucederem uns aos outros.
Não existe promoção espiritual que exclua suor e lágrima – um e outro, e, não raro, ambos, concomitantemente, são necessários a fim de que atestes o teu valor.
Mesmo quando tudo pareça conspirar contra os teus propósitos de ordem superior não recues um milímetro de tuas convicções mais íntimas.
Sê humilde, porém firme.
Conciliador, mas não contemporizador.
Justo, mas, sobretudo, bom.
Não existe limitação física, econômica, social, ou ainda de crença, que te impeça de fazer luz em teu espírito – o que te será suficiente para clarear o caminho de quem vagueia na expectativa de rumo.
Quem alega incapacidade de servir, revela suficiente capacidade intelectual para sofismar justificando a sua indiferença, ou o seu descaso em relação ao próximo.
Não olvides que, breve, e, por certo, mais rápido do que qualquer possa imaginar, haverás, deste Outro Lado, de estar a sós com a tuas próprias obras – e somente elas, na ação e na intenção, poderão falar por ti diante do tribunal da Divina Justiça.
Do teu hoje depende o teu amanhã.
Sobre a Terra, ninguém sabe quanto custa ao espírito que deixa o corpo a frustração por ter falhado consigo mesmo, e a insegurança de incerto recomeço.

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 28 de Junho de 2020.