domingo, 4 de outubro de 2020

 

“Cavalo de Troia”

 

Os que estudam História sabem a respeito do “Cavalo de Troia”, que, por muitos, é considerado apenas uma lenda. Troia resistia à invasão espartana por nove anos, com os seus portões inexpugnáveis. Surge, então, a ideia da construção de um grande cavalo de madeira que, inadvertidamente, os gregos, considerado como um troféu de guerra, levam para dentro da cidade – o “cavalo” estava recheado de guerreiros gregos que, assim, abrindo, por dentro, os portões de Troia aos companheiros, vencem a guerra, que havia começado pelo rapto de Helena.

Dissertando sobre o assunto, aproveitamos para dizer que os povos, coletivamente, também estão submetidos à Lei de Ação e Reação, ou, mais popularmente, à Lei do Carma.

Os povos dominadores, que invadem outros povos e os submetem, são constituídos por grupos de espíritos que, um pouco mais tarde, haverão de renascer descendendo dos povos dominadas.

As nações indígenas, por exemplo, que foram, praticamente, extintas pelo povo norte-americano, tiveram os espíritos pouco evolvidos que as integravam descendendo dos americanos, tomando, assim, posse das terras que lhes foram subtraídas em nome da colonização.

E é sempre assim que acontece. No Vietnam, por exemplo, de acordo com o que já tivemos oportunidade de observar em uma obra de nossa lavra, americanos mortos em combate, muitas vezes, renasciam na condição de vietnamitas, ou, então, levavam em sua companhia, para a América, os espíritos dos vietnamitas mortos que passariam a integrar as suas famílias.

Na Europa, com quase todos os países contando com grande número de imigrantes, notadamente ligados ao Islamismo, os povos que, no passado, foram colonizados por tais países, hoje, em nome da globalização cultural e do direito de ir e vir, os estão “invadindo”, e quase que já se mostram mais numerosos, por exemplo, que os considerados filhos da pátria.

Sem dúvida, trata-se do Choque de Retorno a que, através da ação inexorável do tempo, os indivíduos e as coletividades se encontram sujeitos.

É muito provável que um inimigo eliminado por outro venha a renascer na família consanguínea daquele que pretendeu afastá-lo pela violência, inclusive, que venha a se fazer herdeiro de todos os seus bens – de seus bens familiares, sociais e econômicos. Quando esse inimigo prejudicado não renasce diretamente da família, por vezes, a ela se agrega por outros laços, como o do matrimônio de um filho ou de uma filha, de um neto ou de uma neta, simbolicamente, trazendo para dentro de casa um verdadeiro “Cavalo de Troia”.

Aliás, perante a Lei do Carma, os “cavalos de Troia” se encontram à porta de quase todos os lares terrestres, com espíritos à espreita do momento oportuno de colocarem abaixo os “portões”, considerados inexpugnáveis, da resistência que, consciente ou inconscientemente, a eles é oferecida.

Hoje em dia, dificilmente se pode dizer, até mesmo geneticamente, que, nas veias dessa ou daquela pessoa, corre um sangue que não tenha se originado da extraordinária miscigenação entre as mais diferentes raças.

Quando Roma invadiu a Grécia, invasão que começou com a vitória romana na Batalha de Corinto, os sábios gregos, cultores da Filosofia, foram feitos prisioneiros e transformados em preceptores dos filhos dos romanos, ensejando que Roma adotasse como seus os deuses do Olimpo.

Esse movimento atual de imigração, que se verifica no mundo, é resultado do Carma coletivo assumido por diversos povos, que, agora, estão sendo chamados, perante a Lei, a ressarcirem os seus débitos com aqueles que espoliaram.

A Reencarnação, caso não existisse, em função da Divina Justiça e de impositivo lógico, passaria a existir, de vez que, sem ela, as injustiças que os homens cometem uns contra os outros jamais haveriam de ser reparadas, e, então, de fato, o mundo estaria à mercê de um caos moral.

A Reencarnação, assim, é o “Cavalo de Troia” com a Lei Divina promove as “infiltrações” indispensáveis para que os homens deixem de construir “muralhas e portões”, passando a ser construtores de “estradas e pontes”, para que a fraternidade universal não seja uma utopia.

 

INÁCIO FERREIRA

 

Uberaba – MG, 4 de Outubro de 2020