A PANDEMIA DAS
DROGAS - I
Sem dúvida, a maior luta que o espírito enfrenta, na
reencarnação, é a que diz respeito ao seu próprio passado, às diversas
“personalidades” que, ao longo de sua trajetória evolutiva, ele vem animando.
Sempre existe uma tendência muito grande em reviver o
pretérito, na sequência natural das experiências que o espírito vivencia na
Terra.
O esquecimento do passado, sendo parcial, e não absoluto, diz
respeito, em essência, mais à identidade do espírito em sua vida anterior, e
não ao que ele continua a ser, ao ocupar nova vestimenta física.
Assim, repetimos, o maior entrave ao progresso do espírito
que regressa ao Educandário Terrestre, pode se resumir nas tendências e
inclinações por ele adquiridas, e que somente pela educação, ou reeducação,
poderão ser anuladas – no caso, dessas mesmas inclinações e tendências lhe
serem estorvos na aquisição de hábitos consentâneos com a sua necessidade de
crescimento íntimo.
Porém, desejamos neste arrazoado, fazer referência, talvez,
ao mais grave obstáculo que o espírito pode facear no aproveitamento de sua
atual encarnação – obstáculo de natureza exterior,
que, é bem verdade, encontra ensejo de manifestação em sua realidade interior.
Estamos nos referindo às drogas ilícitas, aos alucinógenos de
uma maneira geral, que podem fazer com que o espírito, ainda na adolescência,
ou na juventude, permaneça escravo do vício durante toda a sua encarnação,
“desperdiçando” a oportunidade que obteve.
Claro que toda experiência termina por contar positivamente
para o espírito, muito embora, no caso específico dos tóxicos, essa experiência
possa vir a lhe custar muitas dores, que podem se estender por várias
existências – nas consequências diretas, ou indiretas, de suas escolhas.
Muitos espíritos, por exemplo, que não conseguem se libertar
do vício das drogas, incluindo aqui a questão do alcoolismo, ao se entregarem à
depressão, e/ou a complexos quadros obsessivos, infelizmente, acabam optando
pela autodestruição.
Conhecemos aqui, deste Outro Lado, um sem número de espíritos
que, ainda tendo largo tempo de vida pela frente no corpo material, anteciparam
o seu regresso ao Mundo Espiritual com sérios agravantes de sua situação,
também pelo trauma que causaram aos familiares e, de resto, à sociedade como um
todo, na repercussão do ato de violência que cometeram com o autoextermínio,
que nunca deixa de ser uma “propaganda” da falta de fé em Deus.
Não mencionaremos aqui, nestas palavras em síntese, a culpa
que, nos casos de suicídio, ou de outras condições de penúria moral e
intelectual, a família e a sociedade também possam ter, e, certamente, têm.
A infância e a adolescência estão padecendo de muitos
descuidos da parte daqueles que deveriam se sentir mais responsabilizados por
elas.
Voltando, todavia, à questão das drogas, que pode ser
considerada uma calamidade, um flagelo superior a todos os flagelos
que vêm acometendo a Humanidade, que vitima muito mais vidas que qualquer pandemia que, atualmente, esteja
ocupando espaço na mídia mundial, queremos dizer que, infelizmente, milhares e
milhares de espíritos, que se corporificam no orbe, retornam à esta outra
Dimensão com o mínimo aproveitamento possível de sua experiência
reencarnatória.
E não pensem que aqueles que deixam o corpo em consequência
desse ou daquele vício possam dele se libertar pela sua simples condição de
espírito desencarnado.
Esperamos, no próximo post, dar sequência a essas nossas
reflexões sobre o assunto que, de fato, vem se constituindo em obstáculo quase
inarredável no caminho de muitos.
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 14 de Junho de 2020.