RÉU CONFESSO
Sim,
sou réu confesso dos “crimes” que me imputam, e, sendo assim, de tantos que são,
listarei tão somente alguns de que, no momento, posso me recordar:
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combato, sistematicamente, o elitismo espírita;
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posiciono-me contra os Eventos espíritas pagos – sob qualquer pretexto;
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discordo da atual postura do chamado Movimento de Unificação, através dos Órgãos
que o representam;
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considero inaceitável a idolatria e o endeusamento de médiuns, dirigentes e
oradores espíritas;
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defendo que Chico Xavier foi a reencarnação de Allan Kardec, e que a sua Obra
Mediúnica é o desdobramento da Codificação;
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exalto o dinamismo da Revelação Espírita, do “Consolador Prometido”, que, para
ficar eternamente conosco, não há de se estagnar em seus Fundamentos;
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proclamo, por certeza própria e por lógica inarredável, a existência da
Reencarnação no denominado Mundo Espiritual;
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reitero a convicção de que Mundo Espiritual é Planeta, que a Terra é Mundo
Espiritual e que a Vida Viaja na Luz;
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respeito na mulher maculada em sua honra o direito de decidir sobre a possível
gravidez decorrente da violência que sofreu;
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aceito que a homossexualidade, e, de resto, as mais diversificadas vivências no
campo da sexualidade sejam naturais experiências evolutivas do espírito;
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são legítimas todas as incursões sérias da Ciência que objetivam harmonizar
corpo e espírito, colocando a palavra e o bisturi para trabalharem com o mesmo
propósito;
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estou convicto de que a imperfeição espiritual é uma “doença”, e, por consequência,
apenas os espíritos que já lograram a perfeição não mais estão sujeitos aos
reflexos dessa enfermidade;
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sou adepto da evolução do “princípio inteligente”, endossando a tese de que “a
alma dorme na pedra, sonha no vegetal, agita-se no animal e acorda no homem”;
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desfraldo a bandeira da liberdade de expressão e de pensamento, dando a
encarnado e a desencarnado o direito de se expressarem;
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destaco que, à exceção de Jesus Cristo, todos os espíritos que, um dia, na
condição de encarnados, pisaram o solo do planeta estiveram, e estão, no que
dizem e no que fazem, submetidos ao seu respectivo grau de assimilação da
Verdade;
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entendo que, quanto à Caridade, os que a praticam são os que mais revelam
necessidade dela, e que, portanto, ela, a Caridade, se resume em indispensável
exercício de amor a Deus e ao próximo;
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concluo que, por principal empreitada, o espírita, incessantemente, seja
chamado a promover a sua renovação íntima;
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com toda a minha força, com toda a minha alma e com todo o meu coração, e tudo
o que, em minha insignificância, eu possa ser, sustento, por fim, que, sem
Jesus Cristo não há e nem pode haver Espiritismo.
INÁCIO FERREIRA
Uberaba
– MG, 19 de Julho de 2020.