domingo, 19 de julho de 2020


RÉU CONFESSO

Sim, sou réu confesso dos “crimes” que me imputam, e, sendo assim, de tantos que são, listarei tão somente alguns de que, no momento, posso me recordar:

- combato, sistematicamente, o elitismo espírita;
- posiciono-me contra os Eventos espíritas pagos – sob qualquer pretexto;
- discordo da atual postura do chamado Movimento de Unificação, através dos Órgãos que o representam;
- considero inaceitável a idolatria e o endeusamento de médiuns, dirigentes e oradores espíritas;
- defendo que Chico Xavier foi a reencarnação de Allan Kardec, e que a sua Obra Mediúnica é o desdobramento da Codificação;
- exalto o dinamismo da Revelação Espírita, do “Consolador Prometido”, que, para ficar eternamente conosco, não há de se estagnar em seus Fundamentos;
- proclamo, por certeza própria e por lógica inarredável, a existência da Reencarnação no denominado Mundo Espiritual;
- reitero a convicção de que Mundo Espiritual é Planeta, que a Terra é Mundo Espiritual e que a Vida Viaja na Luz;
- respeito na mulher maculada em sua honra o direito de decidir sobre a possível gravidez decorrente da violência que sofreu;
- aceito que a homossexualidade, e, de resto, as mais diversificadas vivências no campo da sexualidade sejam naturais experiências evolutivas do espírito;
- são legítimas todas as incursões sérias da Ciência que objetivam harmonizar corpo e espírito, colocando a palavra e o bisturi para trabalharem com o mesmo propósito;
- estou convicto de que a imperfeição espiritual é uma “doença”, e, por consequência, apenas os espíritos que já lograram a perfeição não mais estão sujeitos aos reflexos dessa enfermidade;
- sou adepto da evolução do “princípio inteligente”, endossando a tese de que “a alma dorme na pedra, sonha no vegetal, agita-se no animal e acorda no homem”;
- desfraldo a bandeira da liberdade de expressão e de pensamento, dando a encarnado e a desencarnado o direito de se expressarem;
- destaco que, à exceção de Jesus Cristo, todos os espíritos que, um dia, na condição de encarnados, pisaram o solo do planeta estiveram, e estão, no que dizem e no que fazem, submetidos ao seu respectivo grau de assimilação da Verdade;
- entendo que, quanto à Caridade, os que a praticam são os que mais revelam necessidade dela, e que, portanto, ela, a Caridade, se resume em indispensável exercício de amor a Deus e ao próximo;
- concluo que, por principal empreitada, o espírita, incessantemente, seja chamado a promover a sua renovação íntima;
- com toda a minha força, com toda a minha alma e com todo o meu coração, e tudo o que, em minha insignificância, eu possa ser, sustento, por fim, que, sem Jesus Cristo não há e nem pode haver Espiritismo.

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 19 de Julho de 2020.