sábado, 31 de março de 2018


COMO VOCÊ INTERPRETA?! – LI

Na sequência do capítulo 47, de “Nosso Lar”, Dona Laura confidencia ao Ministro Genésio o teor de seus outros dois receios em sua intenção de reencarnar, acompanhando a Ricardo, o esposo, que já se encontrava reencarnado.
O 1º receio, conforme vimos, era alusivo ao esquecimento do passado, alegando que tinha medo de reincidir em velhos erros, que ela considerava na condição de úlceras mal cicatrizadas. Em resposta, o Ministro, que estava representando o Governador, lhe diz: “Não ignoro o que representam as sombras do campo inferior, mas é indispensável coragem, e caminhar para diante. Ajudá-la-emos a trabalhar muito mais no bem dos outros, que na satisfação de si mesma. o grande perigo, ainda e sempre, é a demora nas tentações complexas do egoísmo.”
O trabalho em favor do próximo é poderoso auxílio para que o espírito reencarnado supere o esquecimento específico de seus compromissos espirituais, de vez que, procurando ser útil aos semelhantes, ele estará estabelecendo defesas naturais contra o olvido de seus deveres.
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Em seguida, continuando a dialogar com o Ministro, ela se refere ao seu 2º receio: a influência do meio. O seu 2º receio, evidentemente, seria consequência do 1º, pois, a influência do meio é que nos facilita o esquecimento de nossas obrigações espirituais com a Vida. E, sem dúvida, a influência do meio, chega a ser mais difícil a ser superada que o esquecimento do passado – o olvido temporário, não raro, chega a ser benéfico para o espírito, mas, em um orbe de provas e expiações, a influência do meio é muito difícil de ser vida: as tentações, os arrastamentos, as oportunidades de cair, os atalhos que a estrada oferece, a formação educacional que, por vezes, não concorre para a espiritualização da criatura...
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E, por fim, Dona Laura expõe ao Ministro Genésio, o seu 3º receio, ou medo, na reencarnação: a questão dos ascendentes biológicos, ou da herança genética que lhe tocaria na formação de seu novo corpo...
Realmente, nem sempre, ao reencarnar, o espírito logra sobrepor-se à matéria – na maioria das vezes, ele se sujeita, integralmente, às leis da hereditariedade. E sabemos, sem nenhuma ideia de eugenia, que existem corpos que não facilitam o aprendizado do espírito – ele pode reencarnar debaixo de limitações físicas imperceptíveis, que, inclusive, podem interferir em seu estado de ânimo nas atividades que deve exercer. Existem organismos, por exemplo, mais predispostos a desenvolverem determinados vícios...
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Veja-se caro (a) internauta, como a questão da reencarnação é complexa, e não se trata, simplesmente, de “entrar em um novo corpo formação”... O espírito consciente de que a reencarnação é uma “tentativa de magna importância”, preocupa-se com os detalhes de sua volta ao corpo. Falando a respeito do assunto com o Ministro, Dona Laura lhe diz: - “Ah, é verdade (...), pedi essa providência para que não me encontre demasiadamente sujeita à lei da hereditariedade. Tenho tido grande preocupação, relativamente ao sangue.”.
Dona Laura, mãe de Lísias, era uma das benfeitoras da comunidade de “Nosso Lar”, e certos cuidados, por méritos seus, estavam sendo tomados em seu processo reencarnatório. Imaginemos, no entanto, o espírito que volta a Terra sem contar com nenhum mérito de sua parte, e que, portanto, deve se sujeitar às condições disponíveis – certamente, para ele, a partir de seu próprio corpo, torna-se muito mais difícil lidar com as adversidades.
Veja-se quanto é complexo o problema da reencarnação, no sentido de que o espírito supere os embaraços que lhe têm sido impostos pela sua própria imperfeição.

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 2 de abril (*) de 2018
(*) Data de Nascimento do Médium Chico Xavier – a ele o nosso carinho e a nossa gratidão.


domingo, 25 de março de 2018


COMO VOCÊ INTERPRETA?! – L

O capítulo 47 de “Nosso Lar” – “A Volta de Laura” –, em nossa opinião, é um dos mais intrigantes do livro. O texto aborda diálogos em torno da reencarnação de Dona Laura, mãe de Lísias, que seguiria o esposo Ricardo, que já se encontrava na Terra, e, novamente, com ele se consorciaria.
Mais uma vez, chamamos a atenção de nossos irmãos e irmãs internautas para a reunião, que, praticamente, na véspera de seu regresso ao corpo grosseiro, acontecia na casa da genitora de Lísias.
- Povoava-se a encantadora residência de melodias e luzes. As flores pareciam mais belas.
Numerosas famílias foram saudar a companheira, prestes a regressar. Os visitantes, na maioria, cumprimentavam-na, carinhosos, ausentando-se, sem maiores delongas; no entanto, os amigos mais íntimos lá permaneceram até alta noite. (...).
Quanto contraste, não é?! Na Terra, quando alguém se encontra prestes a deixar o corpo físico, a residência se cobre de luto e, não raro, copiosas lágrimas de inconformação são derramadas... Poucos, ou pouquíssimos, os que veem na “morte” a libertação do espírito, que, caso tenha cumprido com os seus deveres na romagem terrestre, retorna ao Mundo Espiritual na condição de vitorioso!...
O Ministro Genésio, com o intuito de mais encorajá-la ao tentame, diz à valorosa senhora:
- (...) É uma glória seguir para o mundo, nas suas condições. Milhares e milhares de horas de serviço a seu favor, perante a comunidade de mais dum milhão de companheiros. (...)
Em resposta, ela argumenta:
- Tudo isso me reconforta (...), mas devemos compreender que a reencarnação é sempre uma tentativa de magna importância. (...).
“Tentativa de magna importância”!... (todos os destaques são nossos)
Veja-se que, embora a sua condição espiritual, Dona Laura receava os desafios que haveria de enfrentar na Terra, temendo que, talvez, pudesse vir a falhar em seus propósitos de elevação!...
Realmente, para o espírito consciente do que representa viver num orbe de provas e expiações, não é fácil tomar a decisão de voltar, sabendo que haverá de expor-se a inúmeros perigos em que pode vir a se comprometer perante a Lei do Carma...
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O Ministro Genésio, representando a Governadoria, prossegue em seu diálogo com Laura, que, no entanto, expõe a ele quais os seus três maiores receios, no ato de reencarnar – ela não duvidava da Proteção Divina, mas...
Vamos ao 1º deles:
- Bem sei que a Terra está cheia da grandeza divina. Basta recordar que o nosso Sol é o mesmo que alimenta os homens; no entanto, meu caro Ministro, tenho receio daquele olvido temporário em que nos precipitamos. (...)
Você, certamente, nas palavras da genitora de Lísias, também prestou atenção quando ela se refere à dupla natureza do Sol, que, ao mesmo tempo, é estrela para a Terra e para o Mundo Espiritual?!...
Teria você alguma explicação para o fenômeno singular?!...
Na próxima semana, veremos quais são os outros dois grandes receios de Dona Laura. Não perca, pois, as “cenas” do próximo capítulo...

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 26 de março de 2018.