domingo, 21 de abril de 2024

 

Orando Pelos Companheiros

 

Senhor, nunca fomos muito de recorrer à oração, mormente com a frequência cotidiana de quantos sabem dirigirem-se a Ti através de palavras bem postas e de sentimentos que se elevam da Terra ao Mais Alto...

Contudo, Mestre, hoje viemos Te rogar pelos companheiros de Doutrina, anônimos servos da Vontade de nosso Pai, que, esquecidos no mundo, perseveram em suas humildes tarefas, nos templos que se levantam na periferia mais pobre das cidades em que mourejam em Teu nome...

Que eles se sintam encorajados nas atividades que desenvolvem junto aos ainda chamados “filhos do Calvário”, não somente lhes mitigando a fome, como também lhe dando esperanças em dias melhores...

Que esses nossos irmãos e irmãs que sobrepujam as dificuldades de toda ordem para sustentarem, tremulando, o estandarte da Fé, em meio ao cepticismo de tantos, sejam fortalecidos e não recuem ao fragor da luta que, em torno, parece cada vez mais se acirrar...

Que os Teus mensageiros possam continuar a auxiliá-los a multiplicar os pães e os peixes que, um dia, multiplicaste em favor da multidão, que, praticamente, Senhor, é a mesma multidão faminta de há dois mil anos atrás...

A verdade é que as coisas, conforme sabes, não mudarem muito desde então, e, não raro, os Teus leais servidores ainda faceiam a ironia e a quase total solidão de quem, no deserto dos ideais mais nobres da Vida, não podem contar senão com poucos amigos lhes secundam os esforços no Bem...

Por este motivo, Senhor, ousamos endereçar-Te esta singela rogativa, pensando naqueles que quase nada tendo para si, não duvidam de que sempre os suprirás do mínimo para que o máximo se faça em benefício dos necessitados...

E eles, os necessitados, hoje são tantos em todos os idiomas, amargando provações mais complexas e difíceis, segundo cremos, do que aquela legião de sofredores que buscavam pela Tua presença, a fim de que, como fizeste com Lázaro, o irmão de Marta e Maria, os ressuscitasses para a Vida além da vida que se tem no corpo, que, inevitavelmente, um dia há de perecer...

Socorre, assim, os teus servos imperfeitos que todos somos, e não os deixes fraquejar no testemunho que a mundana estima desconhece, ignorando-lhes a apagada existência em que se consomem para que a luz não deixe de resplandecer entre as trevas...

Rogando perdão por Te incomodarmos nesta prece que nos atrevemos a formular, sem nenhuma capacidade espiritual para tanto, agradecemos pelas bênçãos que puderes dispensar aos nossos confrades e confreiras que, com o Teu Evangelho nas mãos e no coração, prosseguem trabalhando nos alicerces da construção do Reino Divino sobre a face da Terra!...

 

INÁCIO FERREIRA

 

Uberaba – MG, 21 de Abril de 2024.