domingo, 6 de dezembro de 2020

 

PROCURANDO UM CORPO...

FICÇÃO?!...

(Um caso dentre muitos de... reencarnação)

 

O espírito sente que deve reencarnar.

Trata-se de um impulso da Lei.

Íntimo.

Irresistível.

Necessita continuar evoluindo.

Precisa trabalhar.

Movimentar-se.

Criar.

Retomar um trabalho.

Ampliá-lo com novas ideias.

Adquiridas no Espaço.

Em seus vislumbres espirituais.

Ou em contato com outros espíritos.

Nem sempre dá para planejar.

Cuidar de detalhes.

Preferências.

Minúcias.

Raça.

Sexualidade.

Meio social.

Ele precisa apenas de um corpo.

Relativamente saudável.

Cérebro ativo.

Que lhe atenda ao comando mental.

Acolha o seu pensamento.

Possibilite o trabalho racional.

Intuitivo.

Corpo adequado aos sentimentos a externar.

Não carece de ser exatamente perfeito.

Tem que ser instrumento.

Maleável.

De seus pensamentos.

Palavras.

Mãos.

Se não puder, além do razoável,

Razoável serve.

Então, de iniciativa própria –

Livre arbítrio –,

Ele procura um ventre.

Ninho materno.

Atravessar a barreira das Dimensões.

Ressurgir no berço.

Ser criança, outra vez.

Construir no mundo –

Construindo o mundo,

Edificando a si.

Ele desce.

Peregrina nos arredores da Crosta.

Procura.

Fareja.

Facilidade pode ser obstáculo.

Dinheiro.

Beleza.

Paparicos quaisquer.

Um pouco de carinho, sim.

Atenção afetiva.

Principalmente da mãe.

Do pai, nem tanto.

Se o tiver, que não seja excessivo.

Precisa de um corpo –

Não de uma redoma.

De um corpo com reminiscências.

Sonhos.

Visões.

Anseios.

Quer ser semente entre espinhos.

Germinar.

Florescer.

Produzir frutos.

Permanecer anônimo – quanto possível.

Sabe das trevosas oposições.

Até certa idade, uma criança comum.

Depois, o gênio.

O artista.

O cientista.

O novo.

Sim, sobre a Terra –

Do centro à periferia,

De canto a canto –

Espíritos peregrinam.

À procura de um corpo.

Adequado.

Sem necessidade de lastros espirituais.

Sem programação.

Mas, evidente, com a permissão da Lei.

Em obediência à Lei.

Assumindo riscos.

Pois, o meio ainda é hostil.

Ele nasce e, de repente, luz.

Uma lamparina.

Chama bruxuleante.

Mas que, na sombra, é um clarão.

Fala e descerra caminhos.

Escreve e amplia horizontes.

Age e muda

Respira e inspira.

Depois, deixa a carcaça.

Sobe.

Um pouco mais alto.

 

INÁCIO FERREIRA

 

Uberaba – MG, 6 de Dezembro de 2020.