COM QUE “CARA” QUE
EU VOU?!...
Amigo: Jesus nos abençoe.
Cremos que, a essa altura de nossos estudos, podemos,
respeitosamente, lhe formular uma pergunta:
- Com que cara acha que você se apresentará no Mundo
Espiritual?!...
Calma. Não estou me referindo à sua “cara moral”, porquanto,
afinal de contas, isso é lá com você – embora, neste sentido, a cara da maioria
dos defuntos que por aqui desfila é quase que um verdadeiro “circo de
horrores”...
A minha pergunta é séria, e mesmo de caráter doutrinário:
- Qual, em geral, é a cara dos desencarnados?! Qual, enfim, a
sua fisionomia, ou os seus traços fisionômicos para além da sepultura, que lhes
encerra a máscara de cera?...
Sim, com que cara você acha que haverá de sobreviver ao fenômeno
da morte, e permanecer vivo deste Outro Lado?! Com a mesma que você tenha
desencarnado, repleta de cravos e rugas?! Qual será o seu aspecto exterior e a
idade que imagina que possa vir aparentar?!...
Não sei se estou conseguindo ser claro.
Faço-lhe tais questionamentos, porque, no capítulo 26, do
livro “Nosso Lar”, André Luiz conta que, no Ministério da Regeneração, achou-se
“diante do respeitável Genésio, um
velhinho simpático...”
Velhos, embora simpáticos, no Mundo Espiritual?!...
Qual a referência que André Luiz estaria tomando para
categorizar Genésio de “velhinho”?!
Com quantas primaveras ele estaria então: 70, 80, 90, 100 ou mais?!...
Será que deste Outro Lado, todos os espíritos, em seus traços
exteriores, são iguais?! Que chato seria um mundo assim, não é, com todo mundo
tendo a mesma idade e a mesma cara! Ô louco!...
Insisto: qual será, no Mundo Espiritual, a idade com um
recém-nascido desencarnado se apresentará?! Um menino de 12 anos, por exemplo?!
Uma jovem com os seus 15 de idade?! Um rapaz com pouco mais de 20, ou 25?! Um
homem ou uma mulher madura, contando mais de 50 de vida no corpo físico?!...
Dentro do mesmo raciocínio, ainda ouso lhe perguntar:
- E questão racial?! Como é fica?! Um chinês desencarnado se
apresentará com aqueles seus olhinhos puxados, e com eles ficará só Deus sabe
até quando?! O que me diz de um esquimó?! De um índio?! De um africano?! Sim,
qual será a cor de pele dos espíritos?!...
Nada venham me perguntar, por que, afinal, quem está fazendo
as perguntas sou eu?!...
Deste Outro Lado da Vida, os espíritos continuam com as suas
diferenças raciais, e até mesmo idiomáticas?!...
Confesso a vocês que nunca li nada a respeito, porque,
infelizmente, a maioria dos espíritas vive discutindo se o passe, no Centro
Espírita, deve ser dado de chaleira ou de calcanhar, e não atenta para questões
de maior transcendência, que a Doutrina é chamada a responder.
Você que é orador e sabereta espírita, o que tem a me dizer?!
Qual o motivo de seu mutismo neste sentido?! Chega de estar abordando com
superficialidade a vida no Mundo Espiritual!...
90% das palestras que, hoje, são realizadas nos Centros
Espíritas são de autoajuda – elas pouco acrescentam em termos de conhecimento
doutrinário! Os oradores querem fazer sorrir, serem aplaudidos e irem para a
galera...
Estudar Doutrina a fundo, pouca gente quer e pouca gente
sabe.
Doeu?! Deixa doer, pois essa é a verdade, e a verdade dói
mesmo, e muito!
Tem muito espírita fazendo “fama”, ou melhor, lama, em cima
do trabalho alheio – querem se construir, destruindo o próximo!...
Ah, por favor, vocês não façam pouco caso da minha
inteligência, que, como dizia o grande Chico Xavier, eu posso ser uma besta
espírita, mas não sou um espírita besta!...
Até mais.
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 22 de maio de 2017.