QUANTO À TRANSIÇÃO
PLANETÁRIA
“Mas a respeito daquele
dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão somente o
Pai.” – Mateus, capítulo 24 – versículo 36.
Quanto à tão propalada “transição planetária”, pela qual
alguns ansiosamente esperam, convém esclarecer que, em verdade, a Terra sempre
esteve em transição.
Desde a sua criação, não há um dia sequer em que o orbe
terrestre não esteja transitando de um estado para outro, e que, neste sentido,
diversas profecias tenham sido feitas.
Claro que, dentro do contexto evolutivo da Humanidade, por
vezes, certos acontecimentos, ao se alinharem, precipitam outros que dão origem
à nova ordem social.
O que ocorre, dando-se a impressão de que, nos tempos atuais,
tudo esteja acontecendo com maior velocidade, é que hoje o planeta conta com
mais de sete bilhões de habitantes, ampliando, significativamente, as
possibilidades de conflito armado e de reação dos elementos da Natureza – sim,
porquanto à agressão do homem ao meio ambiente é sem precedentes na história da
Humanidade.
Porém, não há quem possa dizer que a situação, que parece
convergir para o caos generalizado, possa acontecer amanhã ou depois,
estendendo-se por tempo indeterminado.
Não nos esqueçamos de que, em meados do século XIV – de 1337
a 1453 –, teve início, entre França e Inglaterra, uma guerra que durou “cem
anos”.
O planeta, quando ocupava a posição de orbe primitivo, estava
em transição para mundo de orbes e expiações, quanto agora se encontra em
transição para mundo de regeneração, que, ao ser alcançado, continuará em
transição para a condição de mundo feliz.
Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no capítulo III,
escrevendo sobre “Mundos Regeneradores”, anotou Santo Agostinho: “Nesses mundos, portanto, ainda não existe a
felicidade perfeita, mas a aurora da felicidade. O homem lá é ainda de carne e,
por isso, sujeito às vicissitudes de que libertos só se acham os seres
completamente desmaterializados.”
Infelizmente, ao que tudo indica a Terra não será um Mundo de
Regeneração contando com a permanência de grande parcela de seus atuais habitantes,
pois que a renovação íntima não se opera no curto espaço de algumas décadas, e,
por vezes, nem mesmo de algumas encarnações.
Para que o orbe terrestre eleve-se, mais rapidamente, na
hierarquia dos mundos, espíritos de maior nível de esclarecimento deverão
ocupar o lugar dos retardatários, ou daqueles que insistem no cultivo de suas
ambições pessoais – e esses espíritos mais lúcidos, evidentemente, deverão
reencarnar em diversos pontos do planeta, para que, através de seus exemplos,
possam influenciar a conduta de outros.
Portanto, “transição planetária” é mais uma terminologia nova
para um assunto que é, deveras, antigo.
Neste aspecto, não nos esqueçamos de que, em essência, não é
a Terra que se encontra em transição, mas os espíritos que nela habitam,
incluindo as suas Dimensões Espirituais.
“Transição planetária” deve ser entendida como “transição
moral da Humanidade”, e não do orbe em si – embora, pelas Leis da Evolução, a
própria matéria, igualmente, esteja em constante aperfeiçoamento.
Completemos, assim, a “transição” que nos diz respeito,
porque a verdade é que, em geral, quase todos ainda nos mostramos muito
vacilantes no que diz respeito à nossa extrema necessidade de renovação.
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 26 de dezembro de 2016.
Nota do médium:
Voltaremos com postagens inéditas no dia 23 de janeiro de
2017.