COMO VOCÊ INTERPRETA
– XLVII
Retomando as nossas reflexões sobre o capítulo 45, de “Nosso
Lar” – “No Campo da Música” –, logo de início lançamos uma pergunta aos nossos
irmãos internautas/leitores:
- Como você interpreta a informação de Lísias a André Luiz de
que existem noivados no Mundo Espiritual?
Sem maiores acréscimos, indagamos ainda como você interpreta
o que próprio Lísias volta dizer parágrafos adiante:
“Lascínia e eu
fundaremos aqui, dentro em breve, nossa casinha de felicidade, crendo que voltaremos
à Terra precisamente daqui uns trinta anos.”?!
Tomamos a liberdade de continuar questionando:
- Então, Lísias e Lascínia se casariam em “Nosso Lar”? Iriam
constituir um casal? Morariam na mesma casa, sendo apenas e tão somente noivos,
ou na condição de casados? E, estando eles casados no Mundo Espiritual, qual
haveria de ser a espécie de relacionamento que o casal manteria? Você acha que
poderia, por exemplo, haver sexo entre eles?! Afinal, o que haveriam de ficar
fazendo juntos, sob o mesmo teto, durante trinta anos?! Você considera que o
relacionamento sexual entre aqueles que verdadeiramente se amam seja algo
pecaminoso, impossível de acontecer entre dois espíritos?! Crê que quando
alguém esteja na relação sexual com outro alguém apenas os seus corpos, ou
envoltórios, estejam se relacionando?!...
*
Interessante que Lísias, ao informar André que Lascínia se
faria acompanhar de duas irmãs, pedindo a ele que, junto a elas, fizesse as
honras de cavalheiro, ele se mostrou cheio de escrúpulos, imaginando, talvez,
que Lísias estivesse querendo incliná-lo afetivamente para uma delas.
- Mas, Lísias... – respondeu André – você deve compreender que estou ligado a
Zélia.
Lísias, então, lhe responde:
- Era o que faltava!
Ninguém quer ferir seus sentimentos de felicidade. Não creio, no entanto, que a
união esponsalícia deve trazer esquecimento da vida social. Não sabe mais
ser o irmão de alguém, André?
Realmente, um homem não pode nutrir sincera amizade por uma
mulher, e vice-versa, sem que, pela maioria, ele seja julgado em suas
intenções.
É uma coisa horrorosa!
*
Outra informação interessantíssima transmitida por André
Luiz, no capítulo em estudo, é o fato de Lísias, gentilmente, ter pagado para
ele o ingresso no “Campo da Música”.
E, assim, seguem mais perguntas aos nossos estimados
internautas/leitores:
- Pagou como e por quê?! Tudo, em o Mundo Espiritual, não é
feito de graça, ou não?! O bônus-hora, em “Nosso Lar”, funcionaria, então, como
moeda aquisitiva?! Uma consulta médica seria paga?! Já tivemos oportunidade de
estudar, anteriormente, que, em “Nosso Lar”, uma casa pode ser adquirida...
Existirão, dentro do sistema econômico vigente, casas bancárias na referida
cidade espiritual?! Os alimentos têm que ser “comprados”?! Economicamente, quem
manteria a cidade, suprindo-a com o indispensável?! Cairia “maná” dos céus?!...
*
Mais uma informação interessante de Lísias, a respeito do
“Campo da Música”:
“Nas extremidades do
Campo, temos certas manifestações que atendem ao gosto pessoal de cada grupo
dos que ainda não podem entender a arte sublime; mas, no centro, temos a música
universal e divina, a arte santificada, por excelência.”
Não é curiosa esta informação?! Não é lógica?! Não somos,
naturalmente, levados a pensar na “periferia” da Vida, e em seu “centro”?! Não
estaremos todos, em todos os aspectos, em nossa caminhada evolutiva, realizando
uma jornada da “periferia” para o “centro”?!
Enfim, cremos que estamos com material de reflexão para
alguns lustros, não?!
Vamos ver, através das respostas fornecidas, como anda o
nosso pensamento a respeito de tantos assuntos, sobre os quais, com certeza, os
ortodoxos já possuem posição definida.
E eu não sou capaz entender o grande silêncio em torno de
tais assuntos, que, em geral, é feito pelos expositores nos ditos Congressos
Espíritas...
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 5 de março de 2018.