COMO VOCÊ
INTERPRETA?! – XVII
No capítulo 27 – “O trabalho, enfim” –, de “Nosso Lar”, obra
sobre a qual, na companhia de nossos irmãos e irmãs internautas, estamos
refletindo, André Luiz descreve a situação da maioria dos internos nas “Câmaras
de Retificação”, que, sem dúvida, quase que corresponde às regiões purgatoriais
da Igreja Católica. (“Retificar” significa “corrigir”, “consertar”, etc.)
Muitas missões de resgate partem de “Nosso Lar”, com
espíritos voluntários percorrendo as regiões mais obscuras, ou periféricas do
denominado “Umbral”. Nada a estranhar, de vez que, na Terra, por exemplo,
conhece-se o abnegado trabalho da organização internacional chamada “Médicos
Sem Fronteiras”, formada por profissionais que, inclusive, se expõem a inúmeros
perigos para levar socorro aos carentes. Em “Nosso Lar”, digamos, o “Médicos
Sem Fronteiras” é chamado de “Samaritanos”. Além de assistência médica, o grupo
“Samaritanos”, semelhante a “Médicos Sem Fronteiras”, não é formado apenas por
médicos, mas também por profissionais da área de nutrição, etc, providenciam
alimentos e roupas aos recém-desencarnados.
Curioso que, enquanto percorria as “Câmaras de Retificação”,
André descreve a crise de um interno de nome Ribeiro, que, além do
desequilíbrio próprio, estava, no Mundo Espiritual, registrando a perturbação
de alguns de seus familiares encarnados, agravando a sua situação. Narcisa, que
ali prestava serviços esclareceu a Tobias: “Hoje,
muito cedo, ele se ausentou sem consentimento nosso, a correr desabaladamente.”
Impressionante, não?! Para onde, o pobre Ribeiro pretendia correr?! Como
poderia ele, na condição de desencarnado, alcançar o seu antigo lar terrestre?!
André, ainda, não deixa de registrar algo interessante aos
nossos estudos e reflexões: “Seguimos através
de numerosas filas de camas bem cuidadas, sentindo a desagradável exalação
ambiente, oriunda, oriunda, como vim a saber mais tarde, das emanações mentais
dos que ali se congregavam, com as dolorosas impressões da morte física e,
muita vez, sob o império de baixos pensamentos.” Realmente, o pensamento
possui odor, e, não raro, extremamente desagradável... Esses “odores” do
pensamento, por vezes, podem se tornar perceptíveis entre os próprios
encarnados, tenham eles, para tanto, sensibilidade psíquica, ou não. Todavia,
necessitamos informar que o perispírito enfermo, ou sem os cuidados higiênicos
necessários, qual ocorre ao corpo físico, igualmente pode exalar odores
característicos.
Tobias, em diálogo com André Luiz, que, a cada passo, se
surpreendia com a situação, esclareceu que aqueles espíritos, homens fora do
corpo, em situação lastimável, eram “contrabandistas
na vida eterna”. E explicou: “Acreditavam
que as mercadorias propriamente terrestres teriam o mesmo valor nos planos do
espírito. Supunham que o prazer criminoso, o poder do dinheiro, a revolta
contra a lei e a imposição dos caprichos atravessariam as fronteiras do túmulo
e vigorariam aqui também, oferecendo-lhes ensejos a disparates novos.
Esqueceram de cambiar as posses materiais em créditos espirituais. Não
aprenderam as mais simples operações de câmbio do mundo.” De fato, quem
saia do Brasil, em visita a Europa, sem permutar reais por euros... – Até o
idioma necessita ser cambiado! Os valores propriamente terrestres, nos Planos
Mais Altos, valem muito menos que pó!...
E Tobias, arrematou: “Temos
os milionários das sensações físicas transformados em mendigos da alma.”
Digo-lhes que, por tal motivo, a grande maioria dos
desencarnados não consegue se ausentar da psicosfera mais próxima ao planeta,
continuando a viver não na condição de desencarnados de fato, mas na de semi-encarnados
– eles nem sequer conseguiriam respirar em atmosfera mais rarefeita!
Tobias, anteriormente, falando com André Luiz sobre a
situação daqueles homens e mulheres fora do corpo, internados nas “Câmaras de
Retificação”, esclareceu: “Lembre, meu
irmão, que estes doentes estão atendidos, que já se retiraram do Umbral, onde
tantas armadilhas aguardam os imprevidentes descuidosos de si mesmos.”
Perguntamos, então:
- Que espécie de “armadilhas”?!...
- “Armadilhas” preparadas por quem?!...
- “Alguém” poderia lhes fazer algum tipo de mal no “Umbral”
mais grosso?! Como?! De que jeito?!...
- Podemos considerar o “Umbral Grosso” como submundo?! – submundo
da delinquência humana, que prossegue ativa além da morte do corpo?!...
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 17 de julho de 2017.