Deixa o Resto
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Cumpra com o seu dever e deixa o resto.
Não se envolva, ou não se permita envolver, com o que possa
se lhe constituir em perda de tempo, ou em desgaste emocional inútil.
Não tergiverse com a consciência.
Valha-se da oportunidade de trabalho na presente encarnação
para semear o quanto lhe seja possível.
Cerra, de vez, ouvidos à crítica, sem a preocupação de
rebater a nenhuma.
Acautele-se contra a possibilidade de tropeço no trecho de
caminho que lhe cabe percorrer.
Não seria agora que deveríamos esperar por qualquer
reconhecimento pelo diminuto esforço que, em conjunto, temos empreendido.
Silencia um tanto mais.
Não acolha qualquer sugestão das trevas relativa a desanimo
ou a cansaço.
Infelizmente, são muitos os que estão se perdendo na jornada,
cedendo à ambição do poder, ou mesmo a situações que, em breve, lhes instalarão
o desencanto na alma.
Você sabe que, para quem toma a decisão de servir com Jesus,
é indiferente as pedras ou as flores que lhe atiram.
Continue não negociando os seus princípios, com os quais,
todos os dias, peço a Deus que você venha a deixar o corpo ao se transferir
para cá...
Persevera, nada tendo a perdoar a quem seja, e tudo fazendo
para que mágoa e rancor não lhe embaracem os passos, porque a necessidade de
pedir perdão ou de perdoar, realmente, para quem busca os Cimos, é
desnecessária pedra de tropeço.
Muito mais da metade do carma que envolve o espírito na Terra,
no mais Além, é falta de melhor saber administrar os problemas naturais da
existência.
Não alimente qualquer esperança no campo da facilidade.
Feliz daquele que, lutando até o seu último dia na romagem
terrestre, não oferece oportunidade para que as trevas se infiltrem em seu
pensamento.
Os luminares do espírito aos quais, verdadeiramente, devemos
honrar, não conheceram trégua na luta que muitos travaram contra o assédio do
mal desde a infância.
Reconhecendo a nossa enorme falta de mérito, por que conosco
seria diferente?! O que haveríamos de fazer de nós mesmos sem que,
constantemente, como o inolvidável Apóstolo dos Gentios, não experimentássemos
um “espinho” cravado na carne?!
A não ser motivado pela sinceridade de sua fé, com a cruz
invisível do testemunho aos ombros, não busque o topo do monte, de onde os que
o buscam com outro propósito se precipitam de modo espetacular.
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Estejamos, assim, conversados, e, embora lentamente,
continuemos a grafar os nossos pensamentos, porque alguém que com eles,
porventura, venha a se deparar haverá de aproveitá-los para que sinta inspirado
a fazer mais e melhor.
A reta intenção é a salvaguarda da paz do espírito que,
evidentemente, não estando isento de erro, sempre age com o intuito de acertar.
Sobretudo, considera a relatividade da opinião alheia e continuemos
com a relatividade da opinião que nos pertence, porém, sempre em busca da
Verdade que não se rende aos escusos interesses humanos.
No mais, o que por ora, além destas palavras amigas posso lhe
oferecer, é uma vassoura nova para que você continue a exercitar os seus
músculos espirituais, varrendo para fora de si os resquícios da poeira da
vaidade e do personalismo, que, infelizmente, aqui e acolá, quase a sepultá-los
vivos, se amontoa no espírito de muita gente.
Sigamos, porque ainda há muito a ser feito para o Senhor e
com o Senhor, hoje e sempre.
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 28 de Fevereiro de 2021.