Reencarnação e
Aproveitamento
A reencarnação do espírito, na Terra ou em qualquer outro
orbe, numa das muitas moradas da Casa do Pai, no que tange a aprendizado, diz
respeito ao aproveitamento de cada um.
Somente através das vidas sucessivas, nas múltiplas
experiências vivenciadas, nos desencontros e encontros que estabelece consigo,
é que o espírito, gradativamente, consegue modificar ideias e concepções.
Não raro, para que modifique certa visão da vida, o espírito
carece de inúmeras existências, porque, a rigor, essa mudança não acontece de
fora para dentro, e sem que se alicerce na vontade individual.
Palavras e atitudes alheias não passam de material pedagógico
para que o espírito, através de reiteradas reflexões, em seus erros e acertos,
possa moldar-se, ajustando-se aos alvitres da consciência.
Muitas vezes, por orgulho, ou interesses outros, o espírito
costuma demorar séculos na condição evolutiva que ocupa, simplesmente porque
não admite capitular, insubordinando-se, inclusive, por tempo indefinido,
diante da Lei.
Carecemos, pois, quanto possível, não nos afligirmos em
demasia pela renovação que, antes de a esperarmos de alguém, devemos tomar a
iniciativa de promovê-la em nós mesmos, e seguirmos adiante, na certeza de que
todos, invariavelmente todos, no seu devido tempo, haveremos de ter a destinação
para a qual fomos criados, emergindo da treva para a luz.
Os Espíritos Superiores, evidentemente, não relegam os
retardatários à sua própria sorte, todavia, compreendem que, para eles, a fim
de que se despojem de suas ilusões, determinados e repetidos reveses são
inevitáveis
Todos somos potencialmente bons, podendo, claro, estarmos
transitoriamente equivocados, sem que, em absolutamente nada, nos demos conta
disto.
Assim é que, em essência, a experiência reencarnatória, para
milhões de espíritos, deixa de ser proveitosa quanto poderia vir a ser, caso o
espírito, pelo menos, se revestisse da necessária humildade para, pelo menos,
considerar a possibilidade de estar seguindo na contramão nesse ou naquele
trecho de caminho...
Deveríamos, pois, livres de influências do pensamento alheio,
de quando em vez, efetuar exercícios de introspecção, sustentando um diálogo
sincero conosco, a fim de que, no corpo carnal ou fora dele, alegando cegueira,
não prosseguíssemos caminhando às escuras, quando, àqueles que têm olhos de
ver, há tanta claridade a ser vista.
Meditando sobre o assunto, fácil nos será chegar à conclusão
de que uma ou duas, três ou quatro, cinco ou mais encarnações, para o espírito
em evolução, realmente, é um espaço de tempo demasiadamente curto para que ele
adquira o bom senso necessário para que, de uma vez por todas, alije de si o
ranço herdado de suas vidas anteriores.
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 12 de Setembro de 2021.