domingo, 29 de setembro de 2024

 

O Espírita e a Política

 

Opinam alguns confrades que o espírita-cristão não deve se imiscuir no campo da política.

Todavia, somos de parecer contrário.

Quando o espírita possuir vocação para a política, não vemos qualquer obstáculo que o impeça – estamos na Doutrina do Livre Arbítrio.

Aristóteles já dizia que “o homem é um animal político” – e que animal!...

Perdoem-se os que são apenas políticos...

A política está presente até mesmo no ato de respirar, porquanto, desde que ganhem muito dinheiro, muitos não estão nem aí para a qualidade do ar que os outros respiram.

Seria hipocrisia dizer, por exemplo, que não existe política no Movimento Espírita – e como existe, e como, não raro, se mostra de baixeza pior que a política partidária.

Temos, sim, no Movimento Espírita, verdadeiros “milicianos”, que consomem o tempo na encarnação na tentativa de destruir o trabalho alheio – creem-se “paladinos da Verdade”...

Quem é que pode dizer que Jesus Cristo não fez a Política Divina quando, de peito aberto, enfrentou os doutores da lei – os escribas e os fariseus, sepulcros caiados por fora, cheios de podridão por dentro!

Jesus, claro, nunca foi candidato a nada – a não ser à cruz, Ele nunca se candidatou a coisa alguma, nem a ser Bom, pois que afirmou que Bom somente Deus o É.

Portanto, tendo direito à manifestação pessoal – embora já tenham tentado me cassar inúmeras vezes –, sou de opinião que o espírita-cristão, desde que não venha a se corromper como os demais, complicando a sua situação espiritual, deve, sim, estar na política.

Tivemos políticos notáveis que eram, ou se tornaram espíritas: Bezerra de Menezes, Eurípedes Barsanulfo, Cairbar Schutel, Freitas Nobre...

O que não convém é que, uma vez eleito, o espírita-político venha a se transformar em político-espírita.

Sabemos que a coisa aí na Terra corre por conta de quem se encontra encarnado – é o livre arbítrio, com as suas consequências. Sendo assim, ante as eleições que se aproximam, e as que virão – dentro da honestidade das urnas –, o espírita deve pensar muito em quem confiará o seu voto.

O Comunismo está aí, tentando tomar conta do Brasil e dos brasileiros, e, de minha parte, se ele tomar conta do Brasil, se puder, aí eu não volto – reencarno na Cochinchina (segundo expressão usual na Espanha para lugar muito distante), mas não reencarno no Brasil!...

Deus me livre de reencarnar é ser escravo dessa turma de malandros, que quer, inclusive, acabar com Jesus Cristo, voltando a perseguir e a matar os cristãos.

Chico Xavier dizia que, talvez, os espíritas só viessem a se unir depois de experimentarem perseguição semelhante a que os cristãos dos tempos apostólicos experimentaram.

Chico era muito otimista.

 

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 29 de setembro de 2024.