quinta-feira, 18 de maio de 2017

CONFIANÇA NO BRASIL

Embora, igualmente, não possamos falar por todos os desencarnados, vimos, em nome de muitos brasileiros já domiciliados no Mais Além, reafirmar, neste momento histórico delicado, a nossa confiança no futuro do Brasil, país fadado a ser Coração do Mundo e Pátria do Evangelho.
Mais do que nunca, as palavras do Cristo se fazem soar aos nossos ouvidos: “Ai do mundo por causa dos escândalos; pois é necessário que venham escândalos; mas, ai do homem por quem o escândalo venha.”
A Lei de Causa e Efeito é incorruptível, e, mais cedo ou tarde, todos haverão de serem, por ela, chamados à devida prestação de contas. E, nos tempos atuais da Humanidade, os acontecimentos vêm se precipitando, para que, deste mundo caótico, de provas e expiações, possa emergir o Mundo de Regeneração.
Carecemos, no entanto, de continuar pugnando pela ordem, para que, segundo alguns articulistas, o Brasil, a breve tempo, não venha a se transformar numa Venezuela, pois que nem mesmo a Venezuela de nossos irmãos venezuelanos há de ser sempre a Venezuela de seus ditadores.
O que nos preocupa, diante do cenário político brasileiro, é que venha a ocorrer derramamento de sangue inocente, e, assim, a balbúrdia se generalize no país sem comando.
Muitos, talvez, estejam se interrogando sobre o quê, afinal, teremos a ver com isto, nós, os considerados mortos. Simples. Aqueles que já conhecem algo da Vida além da morte sabem que, em consequência de nossos compromissos cármicos, prosseguimos, em maioria, vinculados à evolução do orbe, ao qual, um dia, haveremos de tornar – e de regressar, preferencialmente, renascendo no mesmo espaço geográfico dos deveres e obrigações que, outrora no corpo carnal, não conseguimos atender.
Interessa-nos, pois, renascer, de futuro, num país que nos possibilite avançar espiritualmente, dando-nos o ensejo de um ambiente favorável aos nossos ideais de progresso – interessa-nos, sim, renascer num trato de chão que não nos oponha tantos obstáculos ao indispensável aproveitamento da experiência reencarnatória. Foi por tal motivo, que imigrando de outros países, viemos para o Brasil, que, em todos os aspectos, mormente no campo da fraternidade, se nos mostra favorável – logo após a desencarnação de Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo – um ano depois, em 1870 –, as trevas já começaram a trabalhar para que a Doutrina se erradicasse da Europa. O que, infelizmente, aconteceu, com o desserviço que os próprios espíritas também passaram a ela prestar.
Esperamos que, diante do grave cenário político brasileiro, que, a cada dia, parece mais se agravar, o povo, em geral, não desista de clamar pelas reformas necessárias, exigindo que os culpados – todos eles –, independente das questões partidárias, venham a pagar pelos seus erros de lesa-Pátria.
Nunca, em nossa opinião, o Brasil vivenciou experiência tão difícil quanto agora, em que, praticamente, não se sabe em quem depositar confiança para reger os seus destinos.
Aguardemos. No entanto, aguardemos agindo, efetuando protestos pacíficos, porém, persistentes, exigindo que todos os corruptos sejam afastados dos cargos que ocupam, solapando a esperança de milhões de espíritos no comprometimento de suas gerações.
Indispensável que uma nova eleição seja, imediatamente, convocada, para salvaguardar as nossas Instituições, que, em sua maioria, também se encontram minadas por atos de vandalismo moral.
Todos precisam colocar os interesses da coletividade brasileira acima de suas ambições pessoais.
Cremos, sinceramente, que qualquer homem que se deixa corromper, de crente que, talvez, fosse, passou a desacreditar da existência de Deus e da ação de sua Justiça – a religião para ele passou a ser mera convenção social, no descaratismo com que, interessado em angariar apoio, frequenta os mais diversos templos religiosos.
Somos pela “Ordem” e pelo “Progresso”, e o nosso coração, neste instante, com o sangue que não cessa de correr em nossas veias, é verde-amarelo.
Estamos não todos, mas estamos com vocês, brasileiros que amam o Brasil, e que não desacreditam de que ele realmente se torne um país digno, que possa servir de exemplo para o mundo, mas que, infelizmente, os espíritos trevosos, opositores da luz do Cristo, não desanimam de eclipsar em suas escaramuças.

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 18 de maio de 2017.











segunda-feira, 15 de maio de 2017

COMO VOCÊ INTERPRETA – IX

Sem dúvida, o capítulo 21 – “Continuando a Palestra” –, do livro “Nosso Lar”, é um dos que, talvez, ofereçam maiores dificuldades de aceitação por parte de quantos se mostram excessivamente apegados aos valores transitórios da existência.
No referido capítulo, ainda em conversa com a senhora Laura, André Luiz recebe alguns esclarecimentos sobre a questão da propriedade em “Nosso Lar”:
“As construções em geral representam patrimônio comum, sob o controle da Governadoria; cada família, porém, pode conquistar um lar (nunca mais que um), apresentando trinta mil bônus-hora...”
Com base no texto acima, tomamos a liberdade de perguntar aos que queiram estudar conosco:
1 – O que quer dizer: “As construções em geral representam patrimônio comum...”?!
2 – Assim sendo, qual o regime político humano que mais se aproxima do regime político que parece imperar em “Nosso Lar”?!
3 – Em “Nosso Lar” existem latifundiários, ou grandes proprietários de bens imóveis?!
4 – Por que André Luiz utiliza o verbo “conquistar”, e não “comprar”, ou “possuir” um lar?!
5 – Acha que existe alguma semelhança em “Nosso Lar” com o que acontecia na comunidade dos cristãos primitivos, na “Casa do Caminho”, em Jerusalém, quando Lucas, no capítulo 4, versículo 32, de “Atos dos Apóstolos”, registra: “Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das cousas que possuía; tudo, porém, lhes era comum.”?!
6 – Em todas as cidades existentes no Mundo, ou Planeta Espiritual, ao redor de todo o orbe terrestre, o sistema, principalmente, relativo à velha questão da posse será o mesmo?!
7 – Quais as outras perguntas que, a partir do resumido texto de André Luiz, que acima foi transcrito, você consegue nos propor?!

No capítulo 22, André Luiz recebe esclarecimentos do “bônus-hora”: “Não é propriamente moeda, mas ficha de serviço individual, funcionando como valor aquisitivo.”
Uma vez mais, tomamos a liberdade de questionar aos interessados:
1 – Em “Nosso Lar”, localizada no chamado “Umbral Fino”, o dinheiro tendo, praticamente, desaparecido, estará fazendo desaparecer com ele as subalternas paixões que movimenta no mundo dos encarnados?!
2 – Pode-se, grosso modo, comparar o “bônus-hora”, a avançado sistema de “cartão de crédito”?!

André Luiz ainda anotou de seu precioso diálogo com Laura: “... o bônus-hora, em nossa organização, modifica-se em valor substancial, segundo a natureza dos nossos serviços.”
Dentro dessa linha de raciocínio, indagamos:
1 – Todo serviço é igualmente “remunerado”, em “Nosso Lar”?!
2 – Na cidade espiritual mencionada, a “quantidade” é também remunerada pela “qualidade”, ou o número de horas dos serviços prestados nada tem a ver com a “qualidade” do esforço despendido pelo trabalhador?!
3 – Lícito concluir-se que todos os serviços em “Nosso Lar” são voltados, essencialmente, para a comunidade?!

Apenas mais um adendo para reflexão. Em “Nosso Lar”, “o celeiro fundamental é propriedade coletiva.” Estará, na Terra, um país preparado para viver assim?! Um Estado?! Uma cidade?! Uma família?!...

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 15 de maio de 2017.