domingo, 10 de março de 2024

 

Isto é coisa dos Espíritas, e não do Espiritismo

 

Infelizmente, temos visto, algumas práticas adotadas por certos adeptos do Espiritismo que são completamente estranhas à Doutrina – o que, evidentemente, nos revela que tais confrades e confreiras possuem um conhecimento muito raso da crença que professam, ou dizem ter professado um dia.

Por outro lado, observamos, sim, irmãos e irmãs dizendo-se ex-espíritas, lançando sobre o Espiritismo a culpa de sua deserção, quando, em verdade, deveriam lançá-la sobre a sua própria ignorância espiritual, ou, ainda, pela fé espírita estar colidindo com os seus atuais interesses pessoais, econômicos e/ou profissionais.

Por exemplo – isto é dos espíritas, ou dos ex-espíritas, e não do Espiritismo, que, aliás, nunca foi e nunca será:

 

·       Revelações em torno das vidas passadas suas e/ou dos outros.

·       Atribuir todos os acontecimentos que sucedam no presente à Lei de Causa e Efeito, ou Carma.

·       Rotular de obsessão toda e qualquer perturbação que acometa o próximo.

·       Estabelecer data para o exílio dos espíritos recalcitrantes que habitam a Terra.

·       Formalizar a simples transmissão do passe.

·       Idolatrar dirigentes e médiuns.

·       Elitizar o Movimento, estabelecendo taxas para os Encontros promovidos.

·       Adulterar textos dos livros sobre os quais não possuem nenhuma autoridade autoral.

·       Tomar partido político.

·       Levantar bandeiras sociais que, com exclusividade, não se baseiem no “amai-vos uns outros”.

·       Condenar os que, talvez, tendo cometido esse ou aquele deslize, a vales de sofrimento além da morte.

·       Não aceitar que o Espiritismo seja uma doutrina progressista, resumindo-se, para sempre, na Codificação.

·       Impor ideias próprias em relação às obras assistenciais mantidas pelas Casas Espíritas, chegando a condenar a prática da Caridade.

·       Pregar o que não se esforça por vivenciar.

·       Promover reuniões mediúnicas com a preocupação de atrair multidão.

·       Acreditar-se um missionário reencarnado.

·       Polemizar por detalhe, esquecido do essencial.

·       Em defesa de seus pontos de vista doutrinários, colocar de lado a fraternidade, a ponto de inimizar-se com quem se lhes opõem.

·       Crer que toda reencarnação seja programada por Institutos de Reencarnação.

·       Imaginar que, por ser espírita, conte com alguma espécie de privilégio.

·       Não admitir que o Espiritismo, sendo o Consolador Prometido, possui tríplice aspecto: Ciência, Filosofia e Religião.

·       E, sobretudo, não aceitar a Jesus na condição de Mestre e Senhor, o que Kardec deixou explícito nas páginas de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”.

 

A lista, que é imensa, poderia continuar, mas, de nossa parte, preferimos ir ficando por aqui, deixando que os próprios confrades e confreiras encarnados façam as suas reflexões em torno do assunto.

Encerramos dizendo que, de fato, temos presenciado inúmeras traições feitas ao Espiritismo por quem já tendo se beneficiado em suas fileiras, agora debandam, mas não sem sair atirando-lhe pedras, como quem não hesita em conspurcar a fonte cristalina que já lhe saciou a sede.

 

INÁCIO FERREIRA

Uberaba, 10 de Março de 2024.