“Instrumento” de Obsessor
Joaquim Cassiano, médium espírita uberabense já desencarnado, costumava dizer que o obsessor, por vezes, a fim de alcançar o seu objetivo contra quem desejava prejudicar, buscava o seu “instrumento” longe...
No entanto, o “instrumento” de que o obsessor se vale para atingir o alvo que elegeu, pode estar vivendo ao seu lado, ou à frente de seus olhos.
Hoje em dia, inclusive, o obsessor pode lançar mão até mesmo da Internet para molestar, moral e intelectualmente, a quem, porventura, esteja querendo fazer o mal.
Existem pessoas, quase sempre desocupadas, e já perturbadas pelos seus obsessores, que ocupam a Internet postando imagens, textos, diminutos filmes, etc, que terminam, pela sua repetição, fazendo quem com eles se comprazem terminem permitindo que os seus pensamentos sejam poluídos...
Sim, atualmente, as obsessões, via Internet, são numerosíssimas, através dos “instrumentos” encarnados que espalham notícias inverídicas e fomentam boatos, fornecendo, diuturnamente, alimento mental deletério, através da imagem e do som, provindos de longa distância e que, infelizmente, “possuem” os mais frágeis.
Eu sou do tempo que o espírito obsessor, quase sempre, tinha um trabalho danado para, como diz Kardec, exercer o seu império sobre quem almejasse obsedar... Hoje em dia, porém, a obsessão, igualmente, vem se valendo da tecnologia, e atua sobre milhares de pessoas ao mesmo tempo, no mundo todo – trata-se de obsessão do mundo todo para todo mundo que com ela entra em sintonia.
Feliz daquele que, manejando o computador, assim que percebe o tentame do “instrumento” obsessivo, trata de deletá-lo de maneira imediata, não se dando ao trabalho de vasculhar o “lixo mental” que, pela mídia social, venha, gratuitamente, parar diante de seus olhos e ouvidos.
É Joaquim... Você, embora sem saber como, também tinha razão, quando dizia que o obsessor buscava longe o seu “instrumento” – apenas, àquela época – não podia imaginar que, mais que motorizada, fosse computadorizada... Antigamente, o “instrumento” chegava de ônibus, “Maria Fumaça”, avião, e até de bicicleta, vencendo quilômetros e quilômetros de distância... Hoje, num átimo, em um abrir e fechar d’olhos, o “instrumento”, representando o obsessor desencarnado ou encarnado, entra em sua casa sem precisar bater na porta.
Por este motivo, meu caro Joaquim Cassiano, a obsessão campeia entre os encarnados com extrema facilidade, e o que é pior: tanto os “instrumentos” quanto os obsessores passam por pessoas normais, difíceis de diagnosticar e, quando necessário, “trancar” em Sanatório.
Os obsessores autênticos, aqueles que do Mais Além, incomodavam os homens na Terra, estão desempregados – refiro-me àquela obsessão clássica, do obsessor acompanhando o obsidiado dia e noite, e, indiretamente, sendo obsidiado também...
Os tempos mudaram, Joaquim, e precisamos nos adequar a eles, promovendo a “desobsessão via Internet”, incentivando os nossos companheiros a postarem apenas e tão somente notícias que consolem os que sofrem e esclareçam os que ignoram.
E, para tornar o nosso trabalho ainda mais complexo e difícil, surgiu na Terra o tal de celular, de forma que a gente nunca sabe se o obsessor tem o obsidiado na mão ou se é o obsidiado que carrega o obsessor no bolso.
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 13 de abril de 2025.