COMO VOCÊ
INTERPRETA?! – XLV
Em seus reveladores esclarecimentos, constantes do capítulo
44, de “Nosso Lar”, André Luiz, sob a supervisão de um colegiado de altos
Mentores, em suas informações, acrescenta: “Há
esferas de vida em toda parte (...), o vácuo sempre há de ser mera imagem
literária. Em tudo há energias viventes e cada espécie de seres funciona em
determinada zona da vida.”
Como somos pobres ao imaginarmos que a única espécie de
“energia vivente”, que existe na Criação, é a humana! – fosse assim, creio
mesmo, de minha parte, que a Criação Divina não se justificaria, porque teria
criado uma imensidão completamente inútil. Contudo, corroborando o que os
Espíritos adiantaram a Kardec, quando disseram, em “O Livro dos Espíritos”, que
o vazio absoluto não existe (resposta à pergunta 36 – “Não, nada é vazio. O que é vazio para ti, está ocupado por uma
matéria que escapa aos teus sentidos e aos teus instrumentos.” -
grifamos), André Luiz esclarece que essas “energias
viventes”, para as quais ele sequer encontrou terminologia adequada, são
seres que, igualmente, anseiam pela evolução.
Mesmo quando, na atualidade, cogita-se dos chamados
“alienígenas”, ou dos seres extraterrestres, não se está fazendo justiça à
diversidade da Vida existente no Universo. A verdade é que o ser humano é
quase, ainda, um ser reptiliano, que se arrasta na lama de sua própria
indigência espiritual... Imaginemos o que Jesus Cristo, que já houvera
transcendido as questões da forma conhecida por nós outros, deve ter sentido
quando, por amor à Humanidade, expôs-se à nova imersão nos fluidos pesados da
matéria – um Anjo constantemente acossado por criaturas primitivas que O
estraçalharam!...
*
Quase nos derradeiros parágrafos do capítulo em estudo, André
Luiz, registrando as palavras de Lísias, anotou:
- “Naturalmente, como
aconteceu a nós outros, você situou como região da existência, além da morte do
corpo, apenas os círculos a se iniciarem da superfície do globo para cima,
esquecido do nível para baixo. A vida, contudo, palpita na profundeza dos mares
e no âmago da terra. Além disso, há princípios de gravitação para o espírito,
como se dá com os corpos materiais.”
Em outras palavras: não adianta o espírito querer ascender
sem peso específico adequado em seu corpo espiritual – peso com que possa
vencer a gravidade e se preservar, e, então, permitir a ele que paire nas
regiões consideradas superiores.
A Parábola do Filho Pródigo, uma das mais completas em nossa
opinião, que aborda toda a questão metafísica da evolução, ensina que o filho,
que deliberara sair da Casa do Pai, foi “caindo”, ou seja, “partiu para uma terra distante”, onde, por fim, ele se fixou e da
qual começou a levantar-se... A mônada, saindo do seio do Criador, projetou-se
no Espaço, detendo-se, em sua “queda”, ou em sua projeção, onde pode,
psiquicamente, harmonizar-se com a vida ao redor. Mais profundamente ainda,
talvez, poderia ter caído, caso a sua “queda” não tivesse sido interrompida
pelo fato dela ter “caído em si”...
Somente quando o espírito “cai em si” ele deixa de continuar
“caindo”, e, assim, começa a se levantar, ou empreender a sua viagem de volta à
Casa Paterna.
*
Encerrando aquele diálogo com André, sentencia Lísias:
“ – Qual acontece a nós
outros, que trazemos em nosso íntimo o superior e o inferior, também o planeta
traz em si expressões altas e baixas, com que corrige o culpado e dá passagem
ao triunfador para a vida eterna.”
Por tal motivo, André Luiz, além de se referir às Dimensões
Espirituais – um planeta dentro de outro, qual deve existir um Universo dentro
de outro, como há um corpo dentro de outro –, menciona a existência das
chamadas Subdimensões, que, assim, tornam a questão das muitas moradas da Casa
do Pai muito mais complexa e abrangente.
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 19 de fevereiro de 2018.