domingo, 29 de outubro de 2023

Chico Xavier e a Guerra na Judeia – II

 

Dias atrás, publicamos nesta página do Blog a explicação que, certa feita, foi dada por Chico Xavier para as guerras que, desde muito, assolam a região da Judeia, qual a que agora, infelizmente, está ocorrendo entre Israel e os grupos terroristas, a partir da chamada “Faixa de Gaza”.

À época, Chico se referiu ao episódio da crucificação de Jesus, quando os Judeus, indagados por Pilatos à respeito da responsabilidade do ato, responderam que o sangue do Justo viesse a cair sobre eles e sobre a sua descendência.

Alguns amigos, leitores do Blog, questionaram – alguns até com certa falta de elegância – a explicação de Chico para a guerra que parece não ter fim, chegando, um e outro, a tecer críticas ao médium, com o visível intuito, porém, absolutamente inútil, de atingir as suas possibilidades mediúnicas.

Eles não entenderam, ou não quiseram entender, que, em essência, Chico estava se referindo à escolha feita pelo povo judeu entre o jugo leve e o pesado...

Preferindo à soltura de Barrabás, e, em consequência, a condenação do Cristo, o povo optou pelo jugo pesado, ou seja, escolheu a história de vida de um malfeitor, e não a de um Homem com a sua Mensagem de Vida Eterna.

Ora, o resultado não poderia, de fato, ser outro do que aquele que se vê sempre que se prefere escolher o mal ao Bem, as trevas à Luz.

Erradicando ou, pelo menos, tentando erradicar a Ideia de Cristo da Judeia – a percentagem de cristãos hoje por lá é muito pequena –, o mundo árabe, se assim podemos nos expressar, simplesmente, escolheu não viver a paz, o que teria acontecido caso tivesse escolhido o jugo leve, e não o pesado, cujas consequências, no mundo inteiro, sabemos quais são.

Chico não quis dizer, óbvio, que aqueles espíritos de há dois mil anos atrás são os mesmos que agora, reencarnados, estão lidando com o problema que criaram, embora, de nossa parte, creiamos que sim – boa parte deles, vida após vida, vem reencarnado por lá, sustentando um conflito que começou há séculos e séculos, envolvendo Abraão, Sara, Isaque e Ismael, e os seus descendentes.

Seria interessante que os nossos irmãos e irmãs internautas não olvidassem, com tanta facilidade, que a fé espírita é raciocinada, e não interpretassem tudo ipsis literis – a menos, repetimos, que, no caso, tenham a nítida intenção de menoscabar a missão do médium Chico Xavier.

E depois, o direito de discordar, sim, é de todos, mesmo de um sábio e um ser iluminado como Chico, mas, para tanto, seria interessante que os discordantes pelo menos tivessem um nome para apresentar.

 

INÁCIO FERREIRA

 

Uberaba – MG, 29 de Outubro de 2023.