domingo, 5 de maio de 2024

 

Elitismo, Escola dos Espíritas Sem Fé

 

“Guias cegos! Que coais o mosquito e engolis o camelo.” – Mateus, 23:24

 

O elitismo, que vem tomando conta do Movimento Espírita, afasta as pessoas da fé, porque transforma o Movimento em lamentável fogueira de vaidades.

Não mais aquele Espiritismo simples e puro dos primeiros tempos, com cheiro de Evangelho, repleto da presença do Cristo. Agora é o Espiritismo das questões “psicológicas”, da chamada auto ajuda, dos auditórios cheios nos Congressos pagos, e não mais o Espiritismo do povo mais humilde, para o qual fora prometido o Advento do Consolador.

Não mais o Espiritismo como sinônimo de trabalho no socorro aos desvalidos, com o “Fora da Caridade Não Há Salvação” sendo tratado como algo fora de moda, dos pobres de espírito para os pobres de espírito.

Infelizmente, está desaparecendo o Espiritismo dos encargos em prol do Espiritismo dos cargos, com a vivência sendo engolida pelo aspecto meramente teórico, em que muitos, simplesmente, andam à procura de autopromoção, alimentando os seus egos insaciáveis.

Está desparecendo o Espiritismo do respeito ao Mundo Espiritual, na molecagem dos adulteradores, que, sem o menor respeito, pelas obras dos Espíritos Benfeitores, defecam em suas páginas luminescentes e atraiçoam, na calada da noite, a grande família espírita-cristã, constituída, em maioria, por quem as reverencia e não ousaria lhes suprimir ou acrescentar um til. (Vergonha! Vergonha!...)

Estão quase em extinção os espíritas idealistas, que sempre colocaram a Causa acima de si mesmos, e que, em vez de enfiarem a mão no bolso alheio, a colocavam no próprio bolso para erguerem os templos dos quais os aproveitadores vêm se apossando, inescrupulosamente, para os transformarem em mercados.

Sim, o elitismo, escola dos espíritas sem fé, vem fazendo quase irreparável estrago à Doutrina, mas que, sem dúvida, os seus artífices haverão de pagar elevado preço pela sua incúria e leviandade, por mais uma vez estarem atentando contra o Evangelho de Jesus Cristo, retardando a hora da colheita.

 

INÁCIO FERREIRA

 

Uberaba – MG, 5 de Maio de 2023.