domingo, 9 de junho de 2024

 

A Parábola do Semeador

 

A Parábola do Semeador, contada por Jesus, é um incentivo a semeadura.

Ao semeador, certamente, cabe escolher as melhores sementes, e sair à semeá-las.

O semeador, na Parábola, não examina a qualidade do solo.

E, no trabalho a que se entregou, uma parte caiu à beira do caminho – elas, as sementes, não foram propositalmente lançadas por ele...

Caíram porque, com certeza, ele as tinha em grande quantidade consigo, e não as detinha egoisticamente.

Uma parte das sementes caiu em terreno rochoso – certamente, não alimentando muita esperança que viessem a germinar, mesmo assim ele as semeou.

Outra parte caiu entre os espinhos, que, agressivamente, já ocupavam o espaço e não consentiram que elas se desenvolvessem – ao contrário, com mais força, se dispuseram a crescer e as sufocaram.

O semeador, porém, não se preocupava – determinado, prosseguia no labor que lhe cabia.

Por fim, encontrando boa terra, certa parte das sementes deram frutos, a cem, a sessenta e a trinta por um.

É que mesmo sendo de primeira qualidade, a produção de frutos depende do receptividade da gleba que encontra, que algumas são mais férteis que outras – algumas rasas, outras profundas.

O semeador fez o que lhe competia – simplesmente semear.

Nada o perturbava em seu afã.

Compreendeu que as aves que comeram as sementes caídas à margem do caminho também careciam de alimento.

No solo rochoso, valorizou a terra pouca, e não regateou as sementes que portava – queimadas pelo Sol, outras pelo Sol haveriam de ser nutridas.

Entendeu que os espinheiros haveriam de lutar contra as sementes que consideravam intrusas – a treva não cede com facilidade à luz.

Paulo de Tarso, mais tarde, escrevendo aos Coríntios, em sua Primeira Carta, grafou: “Eu plantei, Apolo regou, mas Deus deu o crescimento.”

Sim, o crescimento da semente é sempre com a Lei Divina, através do solo e do clima que o favorece, ou não.

Perseveremos, assim, no plantio das pobres sementes que o Senhor já nos tenha confiado – afinal, de que vale a boa terra sem sementes para ainda mais valorizar-se?!...

Na ausência de sementes de melhor qualidade, que, um dia, todos haveremos de ter e de ser, semeemos as que já nos honorificam as mãos.

 

INÁCIO FERREIRA

 

Uberaba – MG, 9 de Junho de 2024.