segunda-feira, 7 de maio de 2018


COMO VOCÊ INTERPRETA?! – LVI

O último capítulo de “Nosso Lar” – “Cidadão de ‘Nosso Lar’” –, sem dúvida, é um dos mais emocionantes. André Luiz não nega que se sentia muito abatido com a situação familiar encontrada, admitindo que o alimento espiritual estivesse lhe faltando, e esclarecendo que, em “Nosso Lar”, “atravessava vários dias de serviço ativo, sem alimentação comum...”
Aqui necessitamos efetuar pequeno stacatto para dizer que, quando examinar-se a situação dos espíritos recém-desencarnados, indispensável levar em conta a sub-Dimensão em que estejam eles domiciliados – “Umbral” é um termo genérico, que, realmente, não serve para se ajuizar a condição de cada espírito que nele estagia, após o desenlace. Nas circunvizinhanças da Terra, os espíritos “Umbralinos” continuam carecendo de alimentação quase tão grosseira quanto carecem os homens. Não nos esqueçamos de breve consulta ao capítulo 9, de “Nosso Lar”, quando o autor nos fala de certo embate havido entre os habitantes da cidade, concernente a problemas de alimentação.
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Logo no segundo dia de sua visita à família encarnada, André, superando as surpresas consideradas desagradáveis, já se encontra realizando reflexões mais maduras, lutando consigo para aceitar a realidade, e, para tanto, ele recorre, de imediato, ao exemplo de sua mãezinha, prestes a voltar a Terra, a fim de socorrer a seu pai, com as três entidades femininas que Laerte infelicitara no mundo – de imediato, recordou-se ainda da própria Veneranda que “trabalhava séculos sucessivos pelo grupo espiritual que lhe estava mais particularmente ligado ao coração”... Pensou em Narcisa, na senhora Hilda vencendo “o dragão do ciúme inferior”, em Clarêncio, Tobias... A lembrança das lutas de todos esses amigos, fez com que ele colocasse o amor divino acima de seus interesses pessoais.
Grande vitória a de André Luiz, que, por isto mesmo, e por motivos outros, consideramos como sendo o nosso doutor Saulo de Tarso do Mundo Espiritual, que, às portas de Damasco, ante a visão do Cristo Redivivo, levantara-se da areia escaldante do deserto com o propósito de ser um novo homem...
Sim, Paulo de Tarso, na Terra, e André Luiz, no Mundo Espiritual, nos são dois grandes exemplos de renovação íntima – “... se alguém está em Cristo, é nova criatura; as cousas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” (2 Coríntios, 5:17)
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André não vacilou. Deixando o homem velho de lado, procurou os aposentos do Dr. Ernesto, a ver no que, em sua condição de médico fora do corpo carnal, poderia auxiliá-lo – e ele vai encontrar aquele que, em outras circunstâncias, consideraria por rival, ternamente acariciando a mão de Zélia, a sua ex-esposa, e, agora, sua irmã.
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- “Roguei ao Senhor energias necessárias para manter a compreensão imprescindível e passei a interpretar os cônjuges como se fossem meus irmãos.”
A oração! Quão poucos são os que a ela recorrem no dia a dia, a fim de haurirem forças no enfrentamento das provas indispensáveis ao seu crescimento íntimo! –  até mesmo, irmãos e irmãs internautas, para penetrarmos o espírito de determinada lição que nos seja transmitida, carecemos, muitas vezes, de orar, rogando que os Espíritos Superiores nos facilitem o seu entendimento e nos auxiliem com os seus raciocínios...
Ninguém deveria abrir qualquer livro edificante, sem antes formular uma oração, predispondo o espírito a sorver a linfa cristalina, que, porventura, de suas páginas possam jorrar a fim de lhes atender a sede de Conhecimento!...
A oração, em si, é um Livro de Sabedoria, que, conduzindo os espíritos pelos caminhos da intuição, lhes faz apreender o que somente através da intelectualidade fria torna-se sempre mais difícil.

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 7 de maio de 2018.