Livre Arbítrio e...
“Se Vira nos 30”...
“E abençoou Deus o dia
sétimo, e o santificou, porque nele descansou de toda obra que, como Criador,
fizera.” – Gênesis – cap. 2 – v. 3
Em um esforço de interpretação, esforço redobrado para não
extrapolar, pode-se subentender que, a partir do sétimo dia, o Criador nada
mais criou, porque a Sua Criação infinita passou a recriar a si mesma, tendo o
homem, então, se investido no papel de co-Criador, trabalhando no
aperfeiçoamento da Obra Divina...
Evidentemente que, a Criação não se estabeleceu regida pelo
caos, mas, sim, por Leis, inalteráveis, que vigem em todo o Universo,
coordenando a evolução de tudo...
Essas Leis, expressão máxima do Pensamento do Criador, reagem
segundo as ações que lhes são apresentadas, sendo, portanto, lícito, deduzir
que, através de seu livre arbítrio, os homens, os seres inteligentes da
Criação, as colocam em funcionamento...
Sintetizando: Deus agiu no princípio, criando pela Sua
vontade, e, agora, reage às mínimas ações humanas, e não somente às ações
humanas, mas, igualmente, ao mais ínfimo movimento da menor parte do todo de
Sua criação...
Ao seu mais discreto suspiro, o que implica em intenção e
atitude, os homens fazem com que as Leis que presidem o equilíbrio do Universo
reajam, em seu apoio ou desapoio, sob a tutela da inexorável Lei de Causa e
Efeito, ou de Ação e Reação...
O que muitos chamam de Intervenção Divina, sobre o indivíduo
ou sobre a coletividade, nada mais é que o resultado da ação consciente do
espírito ou do inconsciente da denominada “alma do mundo”, em resposta à sua liberdade
de escolha.
Pode-se afirmar que todos os acontecimentos são “preparados”,
ou “projetados” com antecedência, por vezes, de séculos, com os seus elementos
necessários se “alinhando” para tanto...
Claro, todavia, que, dependendo das forças em movimento,
certas reações surgem quase de imediato, porquanto as Leis da Criação não
permanecem apáticas ao menor desequilíbrio que lhes constitui ameaça à
integridade...
Assim, pela alavanca de seu livre arbítrio – quanto mais
consciente mais determinante – cada criatura humana traça o próprio destino,
que, inexoravelmente, ipsis literis,
se cumprirá, a menos que ela mesma possa nele incluir “ingredientes” que lhe
efetue alterações, suavizando-o ou agravando-o...
Foi neste sentido que os Espíritos Superiores disseram a
Kardec que, em geral, os espíritos, mesmo os considerados “elementais”, são
agentes da Vontade Divina, ou da Natureza...
Temos, pois, através de nossos estudos e reflexões, chegado à
conclusão que a evolução do espírito, metaforicamente, é um autêntico “se vira nos 30”...
Caso queiramos que coisas boas nos aconteçam – boas em
essência para o nosso aperfeiçoamento, não excluindo, portanto, experiências de
dor –, procuremos ser bons, convictos de que haveremos de colher o que
plantarmos...
Os espíritos mais ociosos, mais indiferentes ao seu
progresso, ou ao progresso de tudo, a um simples levantar de dedo, ou piscar de
olhos, já começam a sofrer as consequências das escolhas que fizeram ao piscar
os olhos ou, simplesmente, levantarem o dedo, ou ainda ao se transfigurarem em
pedras no caminho impedindo que o progresso aconteça, porque, na Criação,
somente algo é impossível – a inércia!...
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 25 (*) de Fevereiro de 2022.
(*) Publicação antecipada.