Sofrer por Jesus
“E eles se retiraram do Sinédrio regozijando-se por terem sido considerados dignos de sofrer afrontas por esse Nome.” – Atos, cap. 5 – v. 41
Levados à presença dos doutores da lei, no Sinédrio, Pedro e João, que sofreram açoites, regozijaram-se, ou seja, alegraram-se por sofrer dando testemunho de Jesus Cristo.
Gamaliel, que os defendera, impediu, certamente, que continuassem presos e, talvez, tivessem sido condenado à morte, já que a perseguição contra os cristãos começara acirrada.
Hoje em dia, infelizmente, poucos são os que são capazes de efetuar pequenos sacrifícios por amor ao Evangelho, sem que tenham, para tanto, de serem espancados.
É verdade que, em alguns países, onde impera regimes políticos de exceção, cristãos têm sido presos e mortos, de maneira sumária, unicamente por serem adeptos do Cristo.
No entanto, de maneira geral, noutros países, onde ainda impera a liberdade religiosa, poucos, ou pouquíssimos são os que sacrificam alguns minutos semanais para cooperaram com o Divino Amigo na construção do Mundo Melhor.
Mesmo entre os simpatizantes da Doutrina Espírita, raros os que se voluntariam às tarefas levadas à efeito em uma Casa Espírita, colaborando na difusão dos princípios do Cristianismo Redivivo.
Muitos companheiros de Espiritismo se dão até o luxo de se conflitarem uns com outros, tornando-se adversários, quando não inimigos, por simplesmente esposarem pontos de vista diferentes sobre certos temas doutrinários.
Recordo-me de que, certa vez, Chico disse que não duvidava de que, no futuro, os espíritas viessem a sofrer perseguição, para que, então, se fizessem mais unidos, como unidos eram os cristãos da primeira hora.
Talvez, com a situação vigente no mundo, não esteja longe de se concretizar a profecia de Chico, porque, a prosseguir tudo como está sendo e vai caminhando, não demorará que os espíritas, à semelhança dos pioneiros, voltem a se reunir à portas fechadas.
Agora, sem dúvida, vai ser muito difícil encontrar os confrades que aceitem apanhar pela Causa e ainda se regozijarem por isso, interpretando as cicatrizes em seu corpo como láureas conquistadas para o espírito.
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 23 de Junho de 2024.