Jesus Cristo – Vítima do “Sistema”
Quando Jesus foi (veio) à Terra, o Império Romano dominava boa parte do mundo conhecido, com planos para sempre maior expansão de seus domínios.
Na Judeia, onde Cristo nasceria, César possuía, entre os próprios judeus, os que lhe submetiam à vontade e, de certa maneira, se compraziam com a escravidão.
Herodes e Pilatos, com alguns dos doutores da lei, enquanto se locupletavam em seus palácios, faziam vistas grossas para as necessidades do povo, que passava fome.
Spartacus, o gladiador trácio, antes de Cristo, fora crucificado, com milhares de seus companheiros, na luta empreendida contra o “Sistema”.
O “Sistema”, a bem dizer, qual o que acontece hoje, reclamava a propriedade do mundo e de seus habitantes, que, incondicionalmente, deveriam servi-lo.
Não tinham qualquer direito à expressão do pensamento, e mesmo à liberdade de crença.
Desde o Egito, séculos antes, os israelitas haviam sido perseguidos e, durante quatrocentos anos, mantidos sob cruel cativeiro, até que surge a figura de Moisés e os lidera à Terra da Promissão.
João, o Evangelista, escreve, a respeito de Jesus, nos primeiros versículos de seu Evangelho: “Estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu.”
Ainda no ventre de sua Mãe, Jesus começa a ser perseguido por alguns representantes do “Sistema”, cuja vontade era encarnada por Herodes, o Grande.
Sem a Divina Intervenção, por certo, Ele teria sido morto quando recém-nascido, pois que o “Sistema” Lhe pressentia o poder espiritual e a condição de liderança – a “conversa” era a de que um rei, emanado do povo, haveria de destronar a Herodes...
O “Sistema”, então, começou a se sentir ameaçado.
Os subservientes doutores da lei deram início, talvez, à mais famosa caçada de todos os tempos – durante três anos, como ensinava Chico Xavier, Jesus pregou o Evangelho em fuga...
Suborno e corrupção...
Infelizmente, um dos Doze, Judas Iscariotes, vendeu-se por trinta moedas! – qualquer semelhança com os dias atuais é mera coincidência.
João Batista, o Precursor, que ousara pregar publicamente contra o “Sistema” fora degolado...
Traído e preso, com os seus direitos cassados, Jesus, em dia nefasto, é levado a julgamento público, com o povo tendo que escolher entre Ele e Barrabás, conhecido malfeitor.
O próprio Pôncio Pilatos hesita em ordenar a sua execução, Nele não encontrando qualquer culpa, embora as muitas acusações que sobre Ele pesavam.
Todavia, sobretudo, era preciso ser leal ao “Sistema”, ao Império Romano, que, naquele exato momento, começava a cair.
O povo havia recebido grande benefícios do Cristo – que lhes curara as feridas, lhes matara a fome, lhes dera esperança em dias melhores...
Mas, os “infiltrados” são de todos os tempos...
Anás e Caifás haviam subornado alguns em meio à populaça, que, de inesperado, começa a clamar pela libertação de Barrabás, e, consequentemente, pela morte do Cristo.
Durante trezentos anos, os “homens do Caminho” morreriam nas arenas romanas, sucumbindo à crueldade do “Sistema” que, não satisfeito com a morte de Jesus, pretendia varrer as suas Ideias da face da Terra...
O resto, todos sabem como aconteceu...
Não obstante, o “Sistema” até hoje vige na Terra, tendo, inclusive, em muitos de suas autoridades eclesiásticas, dominado a Igreja Católica, que jaz condenada por si mesma.
Infiltrado em todos os segmentos humanos, sempre buscando posição de comando, o “Sistema” ainda não desistiu de escravizar a Humanidade.
Os seus dias, porém, estão contados, pois acontece que a Lei Divina não se submete aos rasteiros caprichos dos homens.
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 27 de Novembro de 2022.