ORANDO PELA
HUMANIDADE
Senhor,
Nesta hora de dificuldade
Para os nossos irmãos e irmãs encarnados,
Queremos Te pedir que a todos eles
Concedas força e coragem
A fim de atravessarem a prova que lhes
É necessária...
Que eles possam compreender
A necessidade de transcenderem
O imediatismo que, em maioria, lhes
Caracteriza a existência
Fugaz sobre a Terra...
Que, pensando na transitoriedade
Da existência física,
Busquem valorizar a sua própria
Essência imortal...
Que eles possam, tangidos pela dor,
Compreender que somente em Ti
Haveremos de ter paz
E entender que todos somos irmãos,
Independente de crença religiosa,
De raça, de cultura e de tudo o mais, Senhor,
Que nos tem mantido tão distantes
Uns dos outros,
Pois há maior distância entre
Um “vivo” e outro, do que um “vivo” e um “morto”...
Que entendam, ainda, uma vez por todas,
Que o dinheiro é simples papel,
Moeda sonante,
Utilizada como elemento de progresso,
Mas que não lhes deve desviar do caminho
Em que, às tontas,
Estamos à procura da Luz...
Senhor,
Que a morte que a presente Pandemia
Está vulgarizando,
Vulgarize-se para sempre
Em nossas concepções quanto à imortalidade,
Através da qual seguimos,
De corpo em corpo, na construção do destino,
Porquanto, de fato, estamos, e sempre estaremos,
Em transição onde estivermos,
Deixando para trás
Estranhos pedaços do próprio “eu”...
Assim, que os homens, nossos irmãos,
Deixam de lado a ambição do “ter”,
E, doravante, ocupem-se com o “ser” –
Que não continuem na exploração uns dos outros,
Acumulando fortuna e poder
Que o tempo sempre reduz a pó...
Não consintas, Senhor, que a Humanidade,
Ainda em sua infância espiritual,
Venha a sucumbir moralmente...
Afaste-a, por Misericórdia, da beirada do abismo
Do desespero e da loucura,
Em que ela periga se precipitar
Nesta hora de provação coletiva,
Que está colocando à mostra o que muitos
Têm de pior em si mesmos...
Que essa Pandemia, ceifadora de corpos,
Não ceife tantas almas
Como vem ceifando, manejando
A sua cortante foice afiada em todas as direções –
Sim, Senhor,
Quantos tombando pela depressão,
Pela ansiedade extrema e... pelo crime,
Induzidos muitos pela falta de pão...
Sensibilize, Mestre, os administradores
- Aos quais agora eu não posso xingar,
Porque estou orando... –,
Mas também os empresários –
Esses outros saf... Ah, Senhor, eu quase me esqueci:
Estou orando... –
Para que, valendo-se da necessidade humana,
Não lhes torne mais difícil
Colocar em casa o pão sobre a mesa –
Que horror, Senhor, a exploração do homem
Pelo homem – que horror os que, nesta hora,
Desviam recursos destinados à saúde,
E, assim, assinam o atestado de óbito de milhares,
Em genocídio sem precedentes,
Fazendo pior que aquele louco nazicórneo –
Com o sentido de chifre, e não outro...
Compadece-Te, Senhor, de nossas misérias,
Das misérias que, infelizmente,
Ainda também são nossas,
Os que, presentemente,
Estamos fora dos círculos mais densos –
Compadece-Te de nossa grande indigência
Espiritual,
E, nem que seja à machado,
Abre o nosso coração para que nele,
Pelo menos,
Furtivamente,
Entre uma réstea de luz –
Uma pequena réstea, Senhor,
Que nos faça enxergar a grande escuridão
Em que temos vivido até agora...
Abençoa, Senhor,
A Humanidade que, caso não venha aprender
Com a atual provação coletiva,
Que, pelo mérito de alguns
E pela oração de muitos,
Está sendo minimizada,
Enfrentará, com certeza, dias mais difíceis
Num futuro não muito distante...
Cumpra-se, porém, Senhor,
Hoje e sempre,
A Tua vontade,
Ante a qual nos curvamos,
Mas sem que Te esqueças
De que o Teu jugo é suave...
Amém! (sic)
Assim seja!...
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 6 de Setembro de 2020.