domingo, 6 de setembro de 2020

 

ORANDO PELA HUMANIDADE

 

Senhor,

Nesta hora de dificuldade

Para os nossos irmãos e irmãs encarnados,

Queremos Te pedir que a todos eles

Concedas força e coragem

A fim de atravessarem a prova que lhes

É necessária...

Que eles possam compreender

A necessidade de transcenderem

O imediatismo que, em maioria, lhes

Caracteriza a existência

Fugaz sobre a Terra...

Que, pensando na transitoriedade

Da existência física,

Busquem valorizar a sua própria

Essência imortal...

Que eles possam, tangidos pela dor,

Compreender que somente em Ti

Haveremos de ter paz

E entender que todos somos irmãos,

Independente de crença religiosa,

De raça, de cultura e de tudo o mais, Senhor,

Que nos tem mantido tão distantes

Uns dos outros,

Pois há maior distância entre

Um “vivo” e outro, do que um “vivo” e um “morto”...

Que entendam, ainda, uma vez por todas,

Que o dinheiro é simples papel,

Moeda sonante,

Utilizada como elemento de progresso,

Mas que não lhes deve desviar do caminho

Em que, às tontas,

Estamos à procura da Luz...

Senhor,

Que a morte que a presente Pandemia

Está vulgarizando,

Vulgarize-se para sempre

Em nossas concepções quanto à imortalidade,

Através da qual seguimos,

De corpo em corpo, na construção do destino,

Porquanto, de fato, estamos, e sempre estaremos,

Em transição onde estivermos,

Deixando para trás

Estranhos pedaços do próprio “eu”...

Assim, que os homens, nossos irmãos,

Deixam de lado a ambição do “ter”,

E, doravante, ocupem-se com o “ser” –

Que não continuem na exploração uns dos outros,

Acumulando fortuna e poder

Que o tempo sempre reduz a pó...

Não consintas, Senhor, que a Humanidade,

Ainda em sua infância espiritual,

Venha a sucumbir moralmente...

Afaste-a, por Misericórdia, da beirada do abismo

Do desespero e da loucura,

Em que ela periga se precipitar

Nesta hora de provação coletiva,

Que está colocando à mostra o que muitos

Têm de pior em si mesmos...

Que essa Pandemia, ceifadora de corpos,

Não ceife tantas almas

Como vem ceifando, manejando

A sua cortante foice afiada em todas as direções –

Sim, Senhor,

Quantos tombando pela depressão,

Pela ansiedade extrema e... pelo crime,

Induzidos muitos pela falta de pão...

Sensibilize, Mestre, os administradores

- Aos quais agora eu não posso xingar,

Porque estou orando... –,

Mas também os empresários –

Esses outros saf... Ah, Senhor, eu quase me esqueci:

Estou orando... –

Para que, valendo-se da necessidade humana,

Não lhes torne mais difícil

Colocar em casa o pão sobre a mesa –

Que horror, Senhor, a exploração do homem

Pelo homem – que horror os que, nesta hora,

Desviam recursos destinados à saúde,

E, assim, assinam o atestado de óbito de milhares,

Em genocídio sem precedentes,

Fazendo pior que aquele louco nazicórneo –

Com o sentido de chifre, e não outro...

Compadece-Te, Senhor, de nossas misérias,

Das misérias que, infelizmente,

Ainda também são nossas,

Os que, presentemente,

Estamos fora dos círculos mais densos –

Compadece-Te de nossa grande indigência

Espiritual,

E, nem que seja à machado,

Abre o nosso coração para que nele,

Pelo menos,

Furtivamente,

Entre uma réstea de luz –

Uma pequena réstea, Senhor,

Que nos faça enxergar a grande escuridão

Em que temos vivido até agora...

Abençoa, Senhor,

A Humanidade que, caso não venha aprender

Com a atual provação coletiva,

Que, pelo mérito de alguns

E pela oração de muitos,

Está sendo minimizada,

Enfrentará, com certeza, dias mais difíceis

Num futuro não muito distante...

Cumpra-se, porém, Senhor,

Hoje e sempre,

A Tua vontade,

Ante a qual nos curvamos,

Mas sem que Te esqueças

De que o Teu jugo é suave...

Amém! (sic)

Assim seja!...

 

INÁCIO FERREIRA

 

Uberaba – MG, 6 de Setembro de 2020.