“Bipolaridade” Espiritual
Certos espíritos existem que, no corpo ou fora dele, parecem sofrer do que denominaríamos de “Bipolaridade” Espiritual, que quase pode ser considerado um problema de ordem obsessiva que medeia entre a obsessão simples e a fascinação.
São irmãos e irmãs nossos extremamente suscetíveis a certos desvios de humor e, principalmente, de interpretações equivocadas das palavras que escutam, distorcendo-as em seu conteúdo e significado.
Evidentemente, trata-se de uma questão que interfere, e muito, no seu relacionamento com aqueles com os quais é chamado a conviver na vida diária, porque, diante do exposto, torna-se difícil até mesmo o diálogo que, porventura, com os portadores da referida síndrome, queira se manter.
Extrapolam, com extrema facilidade, colocando-se, quase sempre, no papel de vítimas, ou como sendo alvos de uma urdidura, que não existe, com o fito de prejudicá-los.
Por serem assim, mais facilmente, sofrem a nociva influência dos espíritos que intentam ainda mais prejudicá-los, não deixando, de maneira indireta, de atingir os que com eles convivem, que, dificilmente, logram trazê-los ao campo do bom senso, fazendo com que passem a viver de espírito desarmado.
Pensando com o pensamento dos espíritos que os induzem à imaginação doentia, chegam a crer que estejam inspirados pelos Benfeitores, quando, em verdade, de faculdades mediúnicas adoentadas, não aceitam que estejam sendo utilizados como instrumentos da perturbação própria.
Nos tempos do Sanatório Espírita, em Uberaba, lidávamos com confrades assim, que não logravam o trabalho em grupo, porque quando não era um que contra eles se colocava, era outro, dando-nos imenso trabalho para que pudéssemos trabalhar pela harmonia da equipe que nos auxiliava.
São valorosos e, não raro, generosos, mas, quando em crise de “incompreensão”, no ápice de sua “bipolaridade”, transtornam os que, em volta, não conseguem vê-los na condição de espíritos doentes, e, sim, repletos de melindre, principalmente, quando as suas propostas esbarram com oposição.
Infelizmente, quase todos somos assim, portadores de certo grau de “bipolaridade espiritual”, que interfere no rendimento da tarefa do Cristo, que, embora digamos pertencer a Ele, parece que pertence a nós, e não abrimos mão de dividir o seu comando com ninguém.
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 30 de Julho de 2023.