Médiuns Familiares
“Mulheres receberam,
pela ressurreição, os seus mortos.” – Hebreus, cap. 11 – v. 35
Em sua Epístola aos Hebreus, Paulo escrevendo a respeito de
quanto tantos, desde os tempos mais antigos, sofreram no testemunho da fé,
refere-se às mulheres que se fizeram médiuns de “seus mortos”, ou seja,
daqueles que, tendo demandado o Mundo Espiritual, comunicaram-se por intermédio
de intérpretes existentes no próprio grupo familiar.
Interessante destacarmos na reflexão que estamos efetuando,
três situações no versículo, no texto constituído de apenas sete palavras:
1-
“Mulheres”.
2-
“Ressurreição”.
3-
“Seus
mortos”.
Analisemos, com síntese.
As “mulheres”, no exercício da mediunidade, de fato, têm se
revelado portadoras de psiquismo mais sensível que os homens... Não olvidemos
que, na Obra Ciclópica da Codificação, foram as mulheres que mais valeram o
Codificador, não pretendendo, com isto, dizer que os espíritos encarnados como
médiuns no sexo masculino, igualmente, não logram se desincumbir de seus deveres
de ordem mediúnica.
Quanto ao termo “ressurreição” claro está que o Apóstolo
referiu-se à sobrevivência do espírito, após a morte física, conservando a
identidade que lhes diz respeito, com a possibilidade assim de entrarem em
contato com os que deixaram nas retaguardas da luta humana na Terra. Inclusive,
no mesmo versículo citado acima, Paulo complementa grafando “Alguns foram torturados, não aceitando seu
resgate, para obterem superior ressurreição”, significando, com clareza,
que tais se negaram a renunciarem à sua fé com o propósito de escaparem ao
martírio, e que assim procederam para que a sua “ressurreição”, ou seja, o seu
regresso ao Mundo Espiritual não os cobrisse de vergonha e não lhes viesse a
ser um peso na consciência.
Com referência aos “seus mortos”, que, em essência, é o
objetivo de nossos estudos no Blog desta semana, concluímos, sem dificuldade,
que as comunicações mediúnicas podem se fazer mais autênticas quando acontecem
através de médiuns familiares dos desencarnados.
Médiuns, de certa maneira, “estranhos” aos espíritos que os
procuram para contato com os que ficaram na Terra, ou que, na grande parte das
vezes, são procurados pelos encarnados para contatarem os seus entes amados que
partiram, são instrumentos mais difíceis de serem utilizados, com o êxito que
se deseja, na obtenção das notícias almejadas.
No futuro, pois, não muito distante, quando a mediunidade se
mostrar mais generalizada entre as criaturas encarnados, os médiuns familiares
serão em maior número e, assim, eles mesmos haverão de se encarregar do contato
com os precederam na Grande Mudança.
No livro “Nosso Lar”, no capítulo 48 – “Culto Familiar” –,
André Luiz descreve a manifestação de Ricardo, que já se encontrava encarnado,
portanto, em um contato mediúnico “às avessas”, valendo-se das condições que,
principalmente, lhe eram oferecidas pelos integrantes de sua família...
Meditemos no conteúdo do versículo da Carta de Paulo aos
Hebreus, e procuremos ampliar as nossas concepções em torno do intercâmbio
mediúnico.
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 14 de Fevereiro de 2021.