COMO VOCÊ
INTERPRETA?! – XII
O livro “Nosso Lar”, de André Luiz, foi escrito em 1943, em
pleno clima da Segunda Grande Guerra Mundial (1939-1945), porém os relatos do
autor espiritual são datados de agosto de 1939. Na pacata cidade de Pedro
Leopoldo, em Minas Gerais, enquanto, principalmente, a Europa se conflitava,
com a França, o berço do Espiritismo, sendo bombardeado, Chico Xavier, então
com 33 de idade, trabalhava anonimamente, dando sequência ao plano da Espiritualidade
Superior de desdobrar a Codificação Kardeciana.
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No capítulo 24 de “Nosso Lar” – “O Impressionante Apelo” –,
André Luiz noticia a preocupação dos habitantes da cidade, mormente de suas
autoridades, com as consequências drásticas da guerra. Atentemos para o trecho:
“Ligado o receptor, suave melodia
derramou-se no ambiente, embalando-nos em harmoniosa sonoridade, vendo-se no
espelho de televisão a figura do locutor, no gabinete de trabalho.”
Aparelho de TV, serviço de jornalismo, emissora, transmissão
ao vivo, palavra de um locutor, ou apresentador... Inventada, praticamente, em
1927, somente em 1939, em Nova York, houve a primeira transmissão ao vivo – a Televisão
na Terra, por assim dizer, ainda não passava de um experimento. A Televisão, no
Brasil, só chegou em 1950, graças a Assis Chateaubriand! E André Luiz, em 1943,
já falando de transmissões televisas no Mundo Espiritual...
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“Emissora do Posto Dois, de Moradia” – eis o nome da Emissora
de TV, e o nome de outra cidade existente no Mundo Espiritual, certamente, nas
vizinhanças de “Nosso Lar, embora, segundo Lísias, “velha colônia de serviços muito ligada às zonas inferiores.”
O apelo do locutor, feito numa “entonação de verdadeiro S.O.S”, era vazado no “idioma português, claro e correto.” Não se tratava, portanto, de
uma comunicação telepática, mas sim verbalizada, captada pelo sentido auditivo
de quantos se encontravam em sintonia com a Emissora, que, à época, já possuía
relativo alcance. Admirado do fenômeno, André comenta em sua obra: “Julgava que todas as colônias espirituais
se intercomunicassem pelas vibrações do pensamento.” Lísias esclareceu: “Estamos ainda muito longe das regiões
ideais da mente pura. Tal como na Terra, os que se afinam perfeitamente entre
si podem permutar pensamentos, sem as barreiras idiomáticas; mas, de modo
geral, não podemos prescindir da forma, no lato sentido da expressão.”
Mais tarde, no livro “Evolução em Dois Mundos”, no capítulo
II, da Segunda Parte, o mesmo André Luiz escreveria: “... não obstante reconhecermos que a imagem está na base de todo
intercâmbio entre as criaturas encarnadas ou não, é forçoso observar que a
linguagem articulada, no chamado espaço das nações, ainda possui
fundamental importância nas regiões a que o homem comum será transferido imediatamente
após desligar-se do corpo físico.” Então, não será por ter desencarnado,
que você, meu caro internauta, logrará comunicar-se por via telepática com os
demais habitantes do Mundo Espiritual – o que nos leva a concluir que aprender
a falar noutro idioma continua sendo muito útil além da morte, principalmente
se você desejar no “espaço das nações”, entrar em comunicação com habitantes de
outros países. Não confie apenas na possibilidade do “conhecimento adormecido”, ou seja, que, por ter desencarnado, você
começará a falar noutras línguas que jazam aprendidas em seu subconsciente.
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Para quem imagina que os espíritos assistam, sem maior
preocupação, o que, em termos de conflitos, acontece entre os homens, o locutor
de “Moradia” elucida: “Há muito benfeitores
devotados, lutando com sacrifícios em favor da concórdia internacional, nos
gabinetes políticos. Alguns governos, no entanto, se encontram excessivamente
centralizados, oferecendo escassas
possibilidades (o destaque aqui é nosso) à colaboração de natureza espiritual.”
O único instrumento que possuímos para tentar, em todos os
sentidos, influenciar os encarnados, é o do pensamento, através da inspiração!
Não havendo sintonia e boa vontade em acolher as nossas sugestões positivas,
infelizmente, de nossa parte, nada mais a ser feito a não ser lamentar.
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 12 de junho de 2017.