domingo, 14 de julho de 2024

 

Chico Xavier - 

A Reencarnação de Allan Kardec

Significado e Importância

 

Alguns confrades dizem carecer de significado e importância doutrinária que Chico Xavier tenha sido a reencarnação de Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo.

Respeitamos suas opiniões, não obstante, pensamos de maneira diferente, principalmente porque não nos cabe colocar em xeque a palavra do Espírito de Verdade, que anunciou a ele mesmo, a sua próxima encarnação, que, segundo cálculos efetuados por Kardec, ocorreria no final daquele século XIX, ou no começo do século XX.

Alguns, inclusive, dizem que os registros citados foram publicados em “Obra Póstumas”, que saiu à lume após a desencarnação do Codificador, e, portanto, não teriam recebido o seu aval, o que, convenhamos, a se raciocinar assim, invalidaria todo o excelente material de que o referido livro se constitui e. no mínimo, teria merecido um desmentido de sua esposa, D. Amèlie Boudet, que ainda estava encarnada. (*)

Enfim, são diversas as questões levantadas por alguns confrades que não admitem que Allan Kardec possa ter voltado à Terra na personalidade de Chico Xavier.

Não obstante, há algo que fala mais alto por si mesmo, corroborando a tese que, igualmente, defendemos, de que Chico Xavier, foi, sim, a reencarnação do Codificador.

A Obra Mediúnica de Chico Xavier é a única que desdobra e atualiza o Pentateuco Kardeciano, dando sequência à Revelação que se iniciou com a publicação de “O Livro dos Espíritos”, em 18 de abril de 1857.

Ao longo do tempo, desde o desenlace de Kardec, surgiram muitos que foram apontados como sendo ele mesmo de volta ao corpo, mas que, através de suas obras, não deram provas da autenticidade das suposições aventadas – sendo que, tais provas, não vieram em nenhum sentido, seja do ponto de vista filosófico-doutrinário quanto da vida pessoal.

Chico, ao contrário, tendo reencarnado no começo do século XX, no dia 2 de abril de 1910, durante 75 anos exerceu de maneira exemplar o seu Mandato Mediúnico, e, em nossa opinião, teve a sua Obra referendada, não pelos Espíritos que por ele se manifestavam, mas pela sua vida apostolar.

A tarefa de Kardec, convenhamos, necessitou se limitar ao campo intelectual, porque, com o pouco tempo que teve para tanto – 15 anos! –, não lhe possibilitou imortalizar-se em França como um dos expoentes de sua história, tendo, assim, a sua memória reconhecida pelo povo francês, que hoje, praticamente, o ignora.

Chico, tendo começado muito cedo o seu labor no campo da Doutrina, tendo desencarnado em 2002, portanto, há 22 anos, vem sendo cada vez mais lembrado pelo povo brasileiro, e, talvez, mais pelos não-espíritas que propriamente por alguns adeptos que vêm desrespeitando o seu trabalho, minimizando-o, inclusive, através de ofensas pessoais ao médium. Aliás, ofensas pessoais não têm faltado, da parte de alguns, até ao próprio Kardec, com os que, insanamente, tentam reescrever as suas Obras, acusando-as de racistas.

Enfim, o imbróglio portas a dentro do Movimento Espírita é grande, devido, sem dúvida, ao personalismo de alguns de seus adeptos que se creem detentores de algum poder, ou, então, de serem eles próprios, a reencarnação de espíritos de considerável elevação.

A verdade é que, no fundo, o que se pretende, combatendo em Chico Xavier a reencarnação de Allan Kardec, é “tirar Jesus do Espiritismo”, negando, sub-repticiamente, por inspiração das trevas, ser o Espiritismo o Consolador Prometido...

O embate doutrinário travado não é, especificamente, contra Chico Xavier, mas, sim, contra o Cristo, que, principalmente, a Obra Mediúnica dos Espíritos por Chico revive, e de Quem ele deu testemunho pessoal a existência inteira.

Convém pensarmos mais maduramente sobre o tema que enfatizamos nestas linhas, porque, sem a Obra Mediúnica de Chico Xavier, o Espiritismo, que é uma doutrina dinâmica, permaneceria estática no século XIX, em absolutamente nada tendo conseguido avançar desde então.

(*) Embora "Obras Póstumas" tenha sido publicado em 1890, e Amèlie desencarnado em 1883, muito material, que consta do referido livro, já havia sido divulgado antes nas páginas da "Revista Espírita", qua ela auxiliava Kardec a revisar.

 

INÁCIO FERREIRA

 

Uberaba – MG, 14 de julho de 2024.