COMO VOCÊ
INTERPRETA?! – XXXVII
O capítulo 40 de “Nosso Lar”, que tem por título “Quem Semeia
Colherá”, nos traz ensinamentos profundos. André Luiz, valendo-se de sua
própria experiência na jornada terrestre, conta-nos mais um pedaço de sua
história de vida.
No capítulo 35 – “Encontro Singular” –, o autor nos fala a
respeito de seu encontro com Silveira, que, em “Nosso Lar”, fazia parte dos
“Samaritanos” – Silveira foi a primeira pessoa que ele teve oportunidade de
reconhecer além da morte. Ao contrário do que muitos imaginam, nem sempre, os
que deixam o corpo, têm oportunidade, de imediato, de estarem com os corações
amados que os precederam na Grande Viagem.
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A segunda pessoa que André Luiz pode identificar no Mundo
Espiritual, mais particularmente em “Nosso Lar”, a cidade que abrira as portas
para recebê-lo, foi Elisa, uma jovem que havia trabalhado na casa de seus pais.
Quando André conheceu Elisa, ele, igualmente, era muito jovem, e,
emocionalmente, deixou-se envolver.
*
Então, vejamos: Silveira e Elisa foram as duas pessoas que
André, em seus primeiros tempos de desencarnado, logrou identificar no Mundo
Espiritual. Ele que, na condição de médico, privara na Terra com muita gente, e
que, com certeza, possuía numerosa família, não nos relata que tenha se
deparado com nenhum de seus amigos ou familiares, e nem mesmo com uma
fisionomia conhecida.
*
Quantos ensinamentos, nas páginas luminosas de “Nosso Lar”!
Quantas ilusões, que, na condição de encarnados, os homens cultivam por séculos
e séculos, podem desfazer-se através de uma leitura atenta dessa obra! Aquela
ideia tão restrita de família que se tem na Terra, amplia-se consideravelmente,
ou pode ampliar-se para aqueles que já estão começando a compreender que, em
qualquer parte do Universo, temos uma família! Soam aos nossos ouvidos, uma vez
mais, as palavras do Divino Mestre: “Quem
é minha mãe e quem são meus irmãos?”...
Temos absoluta convicção de que os Espíritos Superiores que
inspiraram André Luiz o orientaram no sentido de compor a obra “Nosso Lar” com
base em suas experiências existenciais, sim, mas recorrendo a tonalidades um
pouco mais fortes em sua realidade pessoal, porque, em verdade, André Luiz não
é um espírito comum.
*
Interessante ainda o que André nos relata, no início do
capítulo em pauta, dizendo que não conseguia explicar a grande atração que ele
estava sentido, ou que começara a sentir, por uma “visita ao departamento feminino das Câmaras de Retificação”.
Notemos quanto somos “atraídos”, aparentemente sem
explicação, pelos nossos compromissos cármicos. “Nosso Lar”, à época, era uma
cidade que contava com mais de um milhão de habitantes, e, contudo, André, de
repente, se viu diante de Silveira e de Elisa.
Os nossos desafetos, tanto quanto os nossos afetos, parecem,
muitas vezes, surgirem do nada – quando menos esperamos, ao dobrarmos uma
esquina, damos de cara com o carma!...
*
Quando os pais de André perceberam o seu envolvimento com
Elisa, despediram a jovem, que, a partir daí – Elisa dizia a André que, antes
de conhecê-lo, já vivenciara certas aventuras, portanto ele não era o primeiro
a envolver-se com ela –, entregou-se a
experiências mais “dolorosas”, até
que, contraindo sífilis, veio a desencarnar no abandono e completamente cega.
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No próximo post desejamos efetuar outra interessante
abordagem que este capítulo nos enseja à reflexão.
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 11 de dezembro de 2017.