segunda-feira, 12 de março de 2018


COMO VOCÊ INTERPRETA?! – XLVIII

No capítulo 46 – “Sacrifício de Mulher” –, André efetua anotações que levam a quem esteja encarnado a muitas reflexões. Habitante do Mundo Espiritual há mais de dez anos, contando o seu tempo de permanência no Umbral Grosso e em “Nosso Lar” – ele informa que, somando o seu tempo de hospitalização e trabalho, após receber alta, já se encontrava residindo na referida cidade há quase dois anos –, André ainda não voltara a Terra, e, assim, não visitara a sua família consanguínea – esposa e filhos.
Vejamos: mais de dez anos desencarnado e André Luiz nem sequer reunira condições ideais para visitar a família! Quantos, equivocadamente, imaginam que, ao desencarnar, o espírito possa ir aonde quer?! Você é dos tais, caro/a internauta?! Crê que, ao deixar o corpo carnal, volitará para aonde desejar?! Que, logo que desembaraçar-se da carcaça, permanecerá à volta daqueles que ama, ou não, fazendo o que lhe aprouver?!...
Notemos ainda que as atividades que André abraçara em “Nosso Lar” não lhe permitia ausentar-se delas – ele tinha ordens a obedecer. – “Cumpria, pois, aguardar a palavra de ordem.” – esclarece.
Muitos se dirigem aos Centros Espíritas esperando obter, através da mediunidade, um contato com os seus entes queridos desencarnados, sem pensar que, muitos deles, pelas mais diversas causas, se encontram transitoriamente impedidos de atendê-los. Em muitos casos, os comunicados mediúnicos de familiares e amigos são recados transmitidos pelos Benfeitores Espirituais, seus ou do próprio médium, mas que não são diretamente escritas pelos remetentes.
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André Luiz afirma que a saudade lhe doía fundo, mas, que, “em compensação, de longe em longe”, ele era visitado pela sua mãezinha, residente em Plano Superior.
Ele não permanecia indiferente à sorte dos seus – apenas, talvez, ainda não se sentisse preparado para lhes efetuar proveitosa visita.
Os considerados “mortos” não se esquecem daqueles que deixaram na Terra, e nem se desinteressam pelas lutas em que são encontram mergulhados. Assim como os encarnados não olvidam os que partiram, com mais forte razão, os que partiram não olvidam os que ficaram! Com mais forte razão, por quê?! Porque, então, melhor podem compreender os perigos aos quais o espírito se encontra exposto em sua romagem terrestre, e o quanto, perante a Lei de Causa e Efeito, ele pode vir a se complicar.
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O célebre autor de “Nosso Lar”, conta que, “nos primeiros dias de 1940”, a sua genitora, ao ir vê-lo nas Câmaras, lhe comunicou a intenção de voltar a Terra, ou seja, de reencarnar! André, de imediato, não pode compreender a decisão materna. Ora, se ela, sua mãezinha, que residia em Dimensão Superior, estava programando reencarnar, o que lhe tocaria no futuro?! Quantos são os que ouvimos dizer que não mais desejam reencarnar na Terra! Quanta ilusão a respeito de si, no que tange à deficitária condição evolutiva em que ainda nos encontramos! Para a grande maioria, o ato de reencarnar não é uma escolha, mas uma imposição da Lei! Quem, se pudesse, escolheria desencarnar?! O processo é o mesmo – tem espírito que reencarna dormindo e, quando acorda, já está de chupeta na boca, sendo embalado por um colo de mãe!...
André argumenta: - “Não concordo. Voltar a senhora à carne? Porquê? Internar-se, de novo, no caminho escuro, sem necessidade imediata?”
Os motivos da decisão da mãezinha de nosso amigo, veremos posteriormente – mas ela estava em condições de escolher por si mesma, e, podendo escolher, compreendeu a necessidade de voltar para socorrer aqueles que permaneciam sob a tutela de seu amor.

INÁCIO FERREIRA

Uberaba, 12 de março de 2018.