Desde os Albores
Desde os albores da Codificação, quando “O Livro dos Espíritos” surgiu à lume, a 18 de Abril de 1857, o Espiritismo, que é a Revivescência do Cristianismo, vem padecendo lutas intestinas, provocadas, sem dúvida, pelos adversários do Espírito da Verdade, que, por todos os meios possíveis, intentam fragilizá-lo.
Agem, tais adversários, portas adentro do próprio Movimento, muitas vezes, na condição de seus supostos adeptos, fazendo com a Doutrina o que, infelizmente, terminaram fazendo com o Cristianismo, em terrível escalada depois do terceiro século da Boa Nova.
Com o Cristianismo, inicialmente, procuraram eliminar fisicamente os seus seguidores, através das implacáveis perseguições que se desencadearam, com milhares de cristãos encontrando a morte nos circos romanos... Observando, porém, que a tática do massacre dos fieis apenas os faziam multiplicar, infiltraram-se em suas fileiras e foram propondo adulterações na Mensagem cristalina que o Cristo trouxera à Humanidade, dando, assim, nascimento às inúmeras interpretações teológicas que o desfiguraram até os dias atuais.
Logo que Kardec aparece em cena, com o livro básico do Pentateuco, desponta a figura de Jean Baptiste Roustaing, com a proposta da “Revelação da Revelação”, que, infelizmente, até hoje sustenta a tese do corpo fluídico do Cristo, que vem ocasionando conflitos doutrinárias ainda não de todo superados, já que a própria FEB – Federação Espírita Brasileira –, em seus regulamentos a considera como causa de natureza pétrea.
Em seguida, com o lançamento de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, em 1864, o Movimento Espírita Francês, padece nova arremetida das trevas, dividindo-se entre os “científicos” e os “místicos”, ou seja, os que querem que o Espiritismo siga unicamente uma vertente científica, não admitindo o seu aspecto ético-religioso – entre os espíritas, no Brasil e no mundo, deparamo-nos com os que defendem a exclusão de Jesus do Espiritismo, dando combate, inclusive, à práticas que chegam a excluir a simples oração de suas reuniões - sim, de “suas reuniões”, de vez que agem como se delas fossem os proprietários.
Na atualidade, no Movimento Espírita Brasileiro, logo após o decesso do Médium Francisco Cândido Xavier, que, moralmente, era o seu líder e maior ponto de referência, entram em cena os que, adeptos de Pietro Ubaldi, o grande místico italiano, propõem que as suas obras se nivelem às da Codificação, ou, quiçá, sejam consideradas mais substanciosas...
Combatendo a tarefa missionária que Chico Xavier, durante 75 Anos de Legítimo Mandato Mediúnico, cumpridos de modo irrepreensível, que o diga o reconhecimento de uma Nação inteira – o Brasil, que não cessa de homenageá-lo! –, percebe-se agora os que se lhe opõem à Obra na condição de críticos gratuitos, propondo um retorno às bases do que denominam de Kardecismo Puro.
Acontece que, tais confrades e confreiras, não acordes com o “dai de graça o que de graça recebestes”, capitaneados por um médium das trevas, e que, a diversos amigos mais próximos, Chico Xavier afirmava ser a reencarnação de Leimary, um dos “coveiros do Espiritismo” em França, introduziram o elitismo nas lides do Movimento, promovendo congressos e encontros, simpósios e cursos, os mais variados, à custa de dinheiro, descaracterizando o Movimento em sua pureza e simplicidade.
Ainda pode-se notar que, em outra frente de ataque ao Espiritismo, espíritas que se autodenominam “antirracistas”, acusam Kardec de ter sido racista, tendo, ainda a pouco, a ousadia insana de editar alguns títulos da Codificação com o subtítulo de “antirracista”, e posicionando-se, segundo os seus integrantes, à “esquerda”, como se a Doutrina levantasse qualquer espécie de bandeira política meramente humana.
Conforme se registra, o Espiritismo, infelizmente, por ação daqueles que se dizem alistar em suas fileiras, vêm cumprindo com o planejamento das trevas para que, notadamente, o Brasil não venha a ser a promissora Pátria do Evangelho que se espera que, um dia, ele venha a ser.
Não carecemos aqui, uma vez mais, de enfatizar a trama das adulterações nos livros mediúnicos da lavra de Chico Xavier, promovidas pela Federação Espírita Brasileira, com a anuência de quase todas as demais Federações a ela filiadas, esquecidas todas elas de que a FEB somente continua contando com certa consideração entre os espíritas conscientes por ser a Casa Editora de alguns dos livros da rica bibliografia mediúnica de Chico Xavier, de vez que, não fosse por esse único motivo, ela, a FEB, não contaria mais com o menor prestígio moral.
Infelizmente, esse arsenal sombrio contra a propagação da Vera Doutrina, alicerçada em Jesus, Kardec e Chico Xavier, não há de parar tão cedo, em suas escaramuças, tendo, nos dias que correm, sequestrados para os seus quadros, companheiros que, fragilizados no derradeiro embate político acontecido no Brasil, desertaram de seus deveres e obrigações mais caras, vitimados por fascínios que não se pode prever quando eles haverão[CB1] de ser desfeitos.
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 17 de Março de 2024.