Sobre a Guerra
744. Qual o objetivo da
Providência, ao tornar a guerra necessária?
- A liberdade e o
progresso.
744-a. Se a guerra deve ter como efeito conduzir à
liberdade, como se explica que ela tenha geralmente por fim e por resultado a escravização?
- Escravização
momentânea, para sovar os povos, a fim de fazê-los chegar mais depressa.
(De “O Livro dos Espíritos”)
Triste constatação a de que, segundo a palavra dos Espíritos
Superiores, a guerra é uma necessidade, para que a liberdade e progresso
possam acontecer entre as criaturas humanas...
Lamentável a condição em que a Humanidade, encarnada e
desencarnada, ainda se vê nos tempos atuais, vendo-se, por suas próprias
imperfeições, constrangida a recorrer à tamanha insanidade para que, por fim,
desperte de sua imensa loucura...
Realmente, o momento que o homem atravessa na Terra de agora
é de profunda revisão dos valores sobre os quais, sem o Cristo, em vão, ele vem
tentando construir a civilização...
Com as exceções morais que, felizmente, estão presentes no
mundo todo, através de valorosos espíritos de homens e mulheres anônimos, que
já lograram algum avanço de natureza espiritual, os povos carecem, sim, de
serem “sovados”, pois, caso contrário, pelos meios naturais, a situação em que
o orbe se encontra há de se arrastar por séculos...
Para nós, que somos cristãos, chega a ser estarrecedora a
constatação de que, na terra que Ele escolheu para nascer, apenas 3% da
população é cristã, ou seja, aceita o Cristo na condição de Caminho, Verdade e
Vida...
E, sem Jesus Cristo, em que bases espirituais, agora e no
futuro, a Humanidade pretende se manter, sem nenhuma motivação espiritual que a
incline para o amor que devemos uns aos outros?!...
À exceção do Cristo de Deus, em quem os homens haverão de se
inspirar para serem melhores do que são, colocando de lado a ambição do poder e
do dinheiro e de todo o grande séquito de trevas que, habitualmente, a
acompanha?!...
Que resta de Sócrates e Platão, na Grécia?! De Buda e Gandhi,
na Índia?! De Francisco de Assis e Teresa d’Ávila, na Igreja que, aos poucos,
desmorona?!...
Onde a liderança espiritual na qual o homem seja capaz de se
inspirar no mundo de hoje?! – liderança que ao falar e, sobretudo, ao agir,
possa fazer com que haja uma trégua entre os mísseis russos e os coquetéis molotov da Ucrânia?!...
Onde a liderança moral que possa, verdadeiramente, unir os
países, não em torno da OTAN, uma Organização a serviço da política humana, e
nem tampouco em torno da narrativa de Presidentes que objetiva apenas rasteiros
interesses de ordem material?!...
Não há meio termo: ou a Humanidade, em regime de urgência, se
volta para o Cristo, num esforço de superação do preconceito e do fanatismo,
ou, infelizmente, à uma pandemia outra se sucederá, e mais outra, e mais outra
ainda, até que, por fim, os espíritos sejam, “sovados” o suficiente, pelo
menos, parcialmente, saneados de seu tremendo egoísmo!...
INÁCIO FERREIRA
Uberaba – MG, 6 de Março de 2022.