domingo, 7 de dezembro de 2025

 

Algumas Poucas Perguntas

 

 

 

Os que dizem que o Espiritismo se limita a Allan Kardec, que, sem dúvida, lançou os Fundamentos inamovíveis da Terceira Revelação, atrevemo-nos a formular algumas poucas perguntas, sem, claro, esperar por qualquer resposta.

 

 

 

- Como, apenas com que informaram os Espíritos em “O Livro dos Espíritos”, como, verdadeiramente, os “kardecistas puros” concebem a vida no Mundo Espiritual?

 

- Entre uma encarnação e outra, o que os desencarnados fazem?

 

- Qual seria o propósito da existência dos desencarnados que, por vezes, permanecem, no Além, dezenas de lustros sem reencarnar?

 

- O que existe no aparente espaço vazio que os espíritos ocupam no Mais Além?

 

- O que, por exemplo, leva um espírito a reencarnar em um meio cultural, social, religioso, etc., que não era o seu na encarnação anterior?

 

- Como os espíritos se transferem de um mundo para outro, com a finalidade de reencarnarem?

 

- Tudo, no Mundo Espiritual, sendo criação mental, os espíritos ainda humanizados como somos teríamos poder para criar alguma coisa?

 

- Quer dizer, então, que os homens desencarnados vivem em função de uma existência corpórea, da natureza física?

 

- O Plano Espiritual é único, ou múltiplo?

 

- O perispírito é completamente destituído de órgãos, mesmo sendo considerado o Modelo Organizador Biológico?

 

- Como é a sexualidade nos desencarnados?

 

 

 

Cremos que, embora os Espíritos tenham respondido algumas das questões formuladas acima de modo um tanto vago, elas não foram claramente explicitadas na Codificação.

 

Muitos dos “kardecistas puros” que as respondem, quando as respondem, o fazem com a sua imaginação pessoal, detendo-se, literalmente, nas respostas que às perguntas foram dadas no século XIX.

 

Convenhamos: o que os Espíritos disseram a Kardec, se se pode ser considerado muito, ainda é pouco.

 

Afinal, como escreveu o Codificador, o Espiritismo é a “Ciência do Infinito”, ou não?!...

 

Kardec que foi o “start” também é o “the end”, e nada mais deve se esperar?!...

 

Ou o mais que se esperava já veio, e continuará vindo, indefinidamente?!...

 

 

 

INÁCIO FERREIRA

 

Uberaba – MG, 7 de dezembro de 2025.

 

 

domingo, 30 de novembro de 2025

 

 

 Do Que Mais Tenho Medo

 

Segundo escreveu Agostinho, em seu excelente “Confissões”, o de que eu, Inácio Ferreira, mais tenho medo é da ignorância de minha própria ignorância.

 

E para que a minha ignorância não se torne ainda maior, vivo pensando nas palavras que se atribui a Sócrates, o mais sábio dos homens: “Só sei que nada sei.”

 

E, por hoje, é só, e está de bom tamanho.

 

 

INÁCIO FERREIRA

 

Uberaba – MG, 30 de novembro de 2025.

 

domingo, 23 de novembro de 2025

Lições de “Nosso Lar” Dentre as lições que pude extrair do livro “Nosso Lar”, uma das que mais me chamou atenção, quando encarnado, e, pela vez primeira, efetuei a sua leitura, é que a cidade “Nosso Lar” não era uma cidade espírita. Não era, e continua não sendo, nem será. Aliás, cidades, ou países, com essa ou aquela nomenclatura religiosa é “coisa da Terra” – coisa de planeta inferior. Desde que o mundo é mundo, na essência de todo conflito humano, mais que um motivo de ordem política, ou mesmo econômica, vamos nos deparar com uma causa de natureza religiosa – ou se preferirem, de natureza não ética. Sócrates foi condenado à cicuta por contrariar os sofistas. Jesus foi crucificado por não concordar com os escribas e fariseus. Gandhi libertou a Índia, mas não logrou pacificar hindus e muçulmanos. Nas diferentes Dimensões Espirituais, mais, ou menos, materializadas, quanto mais inferiores se revelem, pelos que as povoam, mais a vida, em todas as suas expressões, se encontra rotulada – quer dizer: mais as mentes se mostram “regionalizadas”, lutando umas pelo poder sobre as demais. Na cidade “Nosso Lar”, embora fundada por portugueses desencarnados, habituados, quando na Terra, a colonizar, não há bandeira que se desfralde cujo lema não seja simplesmente o do “amai-vos uns aos outros”. Diante do que acontece, presentemente, entre os encarnados, pode-se dizer que a Terra, do ponto de vista espiritual, ainda, talvez, sequer seja um orbe de expiações e provas, tal o primitivismo do comportamento humano em assuntos de transcendência. Vivem-se, na atualidade terrestre, ferrenhos embates religiosos que, do campo da retórica, estão passando, e vão passar ainda mais, para o campo da prática - a questão religiosa engendrando as questões racistas e sociais mais graves, que tendem a mergulhar o mundo em guerra sem precedentes. Houve-se em grande inspiração León Denis, quando disse: “O Espiritismo não será a religião do futuro, mas, sim, o futuro das religiões”. O sábio Chico Xavier ensinava: “Eu não creio que nós, os espíritas, venhamos a ser os ‘tais’... Acredito que o Espiritismo caminhará ao lado das demais religiões cristãs, para, um dia, formarmos com elas o Cristianismo Total.” Espiritismo, em sentido que transcende, não é religião – é “um sistema de vida”, como, igualmente, dizia Chico Xavier – Espiritismo é a Verdade que, gradativamente, viremos a conhecer, mas da qual, evidentemente, ainda nos encontramos muitos distantes. Por este motivo, o espírito que se responsabilizou, junto a Kardec, pela Codificação, se denominou “O Espírito da Verdade” – “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”. Ser espírita não é ser religioso no sentido literal do termo, mas ser cristão, ou, pelo menos, tentar sê-lo. Chico, certa vez, em desabafo, falou com veemência: “O Espiritismo é uma doutrina livre, nasceu livre e precisa continuar livre... Se, um dia, ele deixar de ser o que é, eu deixo de ser espírita e vou tentar ser cristão.” Ser espírita deveria ser o mesmo que ser cristão, mas, pelo que Chico disse, ser cristão parece ser mais do que simplesmente dizer-se espírita. É uma pena, um grande desserviço à Causa do Espiritismo Cristão, quando se tenta hierarquizá-lo, pessoalizá-lo – é uma pena, dirigentes e médiuns espíritas tão vaidosos e personalistas, que, com o seu personalismo e vaidade, vão distorcendo a Doutrina. INÁCIO FERREIRA Uberaba – MG, 23 de novembro de 2025.

 

 

Lições de “Nosso Lar” 

 

 Dentre as lições que pude extrair do livro “Nosso Lar”, uma das que mais me chamou atenção, quando encarnado, e, pela vez primeira, efetuei a sua leitura, é que a cidade “Nosso Lar” não era uma cidade espírita.

 

Não era, e continua não sendo, nem será.

 

Aliás, cidades, ou países, com essa ou aquela nomenclatura religiosa é “coisa da Terra” – coisa de planeta inferior.

 

Desde que o mundo é mundo, na essência de todo conflito humano, mais que um motivo de ordem política, ou mesmo econômica, vamos nos deparar com uma causa de natureza religiosa – ou se preferirem, de natureza não ética.

 

Sócrates foi condenado à cicuta por contrariar os sofistas.

 

Jesus foi crucificado por não concordar com os escribas e fariseus.

 

Gandhi libertou a Índia, mas não logrou pacificar hindus e muçulmanos.

 

Nas diferentes Dimensões Espirituais, mais, ou menos, materializadas, quanto mais inferiores se revelem, pelos que as povoam, mais a vida, em todas as suas expressões, se encontra rotulada – quer dizer: mais as mentes se mostram “regionalizadas”, lutando umas pelo poder sobre as demais.

 

Na cidade “Nosso Lar”, embora fundada por portugueses desencarnados, habituados, quando na Terra, a colonizar, não há bandeira que se desfralde cujo lema não seja simplesmente o do “amai-vos uns aos outros”.

 

Diante do que acontece, presentemente, entre os encarnados, pode-se dizer que a Terra, do ponto de vista espiritual, ainda, talvez, sequer seja um orbe de expiações e provas, tal o primitivismo do comportamento humano em assuntos de transcendência.

 

Vivem-se, na atualidade terrestre, ferrenhos embates religiosos que, do campo da retórica, estão passando, e vão passar ainda mais, para o campo da prática - a questão religiosa engendrando as questões racistas e sociais mais graves, que tendem a mergulhar o mundo em guerra sem precedentes.

 

Houve-se em grande inspiração León Denis, quando disse: “O Espiritismo não será a religião do futuro, mas, sim, o futuro das religiões”.

 

O sábio Chico Xavier ensinava: “Eu não creio que nós, os espíritas, venhamos a ser os ‘tais’... Acredito que o Espiritismo caminhará ao lado das demais religiões cristãs, para, um dia, formarmos com elas o Cristianismo Total.”

 

Espiritismo, em sentido que transcende, não é religião – é “um sistema de vida”, como, igualmente, dizia Chico Xavier – Espiritismo é a Verdade que, gradativamente, viremos a conhecer, mas da qual, evidentemente, ainda nos encontramos muitos distantes.

 

Por este motivo, o espírito que se responsabilizou, junto a Kardec, pela Codificação, se denominou “O Espírito da Verdade” – “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida”.

 

Ser espírita não é ser religioso no sentido literal do termo, mas ser cristão, ou, pelo menos, tentar sê-lo.

 

Chico, certa vez, em desabafo, falou com veemência: “O Espiritismo é uma doutrina livre, nasceu livre e precisa continuar livre... Se, um dia, ele deixar de ser o que é, eu deixo de ser espírita e vou tentar ser cristão.”

 

Ser espírita deveria ser o mesmo que ser cristão, mas, pelo que Chico disse, ser cristão parece ser mais do que simplesmente dizer-se espírita.

 

É uma pena, um grande desserviço à Causa do Espiritismo Cristão, quando se tenta hierarquizá-lo, pessoalizá-lo – é uma pena, dirigentes e médiuns espíritas tão vaidosos e personalistas, que, com o seu personalismo e vaidade, vão distorcendo a Doutrina.

 

 

 INÁCIO FERREIRA

 

Uberaba – MG, 23 de novembro de 2025.