segunda-feira, 12 de novembro de 2018


66... – Falta só mais um 6!...

Meu filho, 66...
Falta só mais um 6, para o número da “besta” do Apocalipse...
Mas, você está indo bem...
Ainda há de chegar lá...
A verdade é que, por muitos, você já é considerado um “tsunami”...
Perigoso maremoto...
Invasor de praias e cidades...
Conflita-se com os doutores da lei...
Põe-se contra os modernos escribas e fariseus...
Ousa opinar...
Dizer o que pensa...
Não pode...
Contrariar o status quo do Movimento?!
Um absurdo...
Desafiar os velhos “caciques”...
O que você está querendo, se não apanhar, e muito?!...
Masoquista...
Depois reclama...
Como Eça disse a Fernando, provoca discussão e não quer ser discutido?!...
Ora, não tem jeito...
Seja a reencarnação de um avestruz e... estará tudo certo...
Faça como muita gente, que esconde a cabeça e mostra o traseiro...
Não o estou incentivando ao nudismo...
Para tanto, procure a Cap d’agde Pueblo Naturista, ao sul da França...
Sim, na pátria do Codificador...
Mas, mudemos de assunto...
9 de novembro...
18 de Brumário do ano VIII...
Golpe de Estado...
Terá sido influência da data – novo regime na França, liderado pelo jovem general Napoleão Bonaparte?!...
Não sei, talvez, quem sabe...
O certo é que o tempo avança...
O Carlim das quadras de futebol-de-salão – um tremendo perna de pau! – é o Baccelli dos tablados de MMA...
Não sei como ainda não foi a nocaute...
É cada coice...
Ainda bem que, de mim, além de meus pensamentos, você, na condição de médium, tem assimilado a alegria – ou o deboche, sei lá...
Sabe, desde que me tornei espírita, plantei um bananal...
Tenho sempre bananas para distribuir...
Verdes e maduras...
Grandes e pequenas...
Sempre cantarolo aquela canção “O Vendedor de Bananas”...
Conhece?!...
Pesquisei – de Jorge Ben Jor...
Ele ainda está na carcaça...
“Eu vendo banana, mãe, mas eu sou honrado, mãe...”
No meu caso, eu não vendo – distribuo de graça... É tanto bananão no fundo do meu quintal!...
Continue firme, viu?!...
Você conhece aquele ditado que a gente deve fingir de morto?!... Continue fingindo...
Fingir de morto... Como é mesmo o ditado?!...
Ai, meu Deus, até aqui a minha “consciência exterior” me cerceia...
A Modesta me vigia de longe...
O Odilon me enquadra...
Já o Manoel Roberto me inspira...
Mas, em contrapartida, eu não lhe dou sossego...
Sim, a você...
Um jovem, aos 66...
Fumando feito uma chaminé, eu fui aos 84...
Você, que não fuma, tem obrigação de ir a mais – pelo menos, mais uns quatro lustros...
Em 20 anos, talvez, possamos rabiscar um tanto mais...
Incomodar mais gente...
Provocar...
Enfurecer...
Parabéns, viu!...
Não tenho aqui, para a gente comemorar, um daqueles sucos de caju que tomávamos juntos, em nossa casa, com os meus gatos passeando sobre a mesa...
Nem uma bela taça de vinho do Porto...
Ou uma Malzbier geladinha, igual à que sua mãe, Dona Odette, degustava aos domingos...
Dizia que era para aumentar o leite...
E o ”epicurismo”...
Mas, tenho um grande abraço para lhe dar – de toda a turma!...
Continue firme na trincheira...
Se não morreu até agora, é porque, de fato, é imortal!...
Não da Academia de Letras...
Mas, da Academia da Teimosia elevada ao quadrado, porque é a minha somada à sua!...
Abraços.
Desculpe a informalidade...
O seu presente?! A sua viagem de graça a Portugal, e o lançamento de um livro editado lá...
Polêmico, mas verdadeiro...
Eu gosto é de médium assim...
Bem haja!...
Se o seu avião despencar, estou lhe esperando...
Com uma vassoura novinha...
Tem muita sujeira a varrer por aqui também...
Eu não sei, mas tem espírita que, mesmo depois de morto, parece que vive com diarreia...
Deus meu!...

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 9 de novembro de 2018.


segunda-feira, 7 de maio de 2018


COMO VOCÊ INTERPRETA?! – LVI

O último capítulo de “Nosso Lar” – “Cidadão de ‘Nosso Lar’” –, sem dúvida, é um dos mais emocionantes. André Luiz não nega que se sentia muito abatido com a situação familiar encontrada, admitindo que o alimento espiritual estivesse lhe faltando, e esclarecendo que, em “Nosso Lar”, “atravessava vários dias de serviço ativo, sem alimentação comum...”
Aqui necessitamos efetuar pequeno stacatto para dizer que, quando examinar-se a situação dos espíritos recém-desencarnados, indispensável levar em conta a sub-Dimensão em que estejam eles domiciliados – “Umbral” é um termo genérico, que, realmente, não serve para se ajuizar a condição de cada espírito que nele estagia, após o desenlace. Nas circunvizinhanças da Terra, os espíritos “Umbralinos” continuam carecendo de alimentação quase tão grosseira quanto carecem os homens. Não nos esqueçamos de breve consulta ao capítulo 9, de “Nosso Lar”, quando o autor nos fala de certo embate havido entre os habitantes da cidade, concernente a problemas de alimentação.
*
Logo no segundo dia de sua visita à família encarnada, André, superando as surpresas consideradas desagradáveis, já se encontra realizando reflexões mais maduras, lutando consigo para aceitar a realidade, e, para tanto, ele recorre, de imediato, ao exemplo de sua mãezinha, prestes a voltar a Terra, a fim de socorrer a seu pai, com as três entidades femininas que Laerte infelicitara no mundo – de imediato, recordou-se ainda da própria Veneranda que “trabalhava séculos sucessivos pelo grupo espiritual que lhe estava mais particularmente ligado ao coração”... Pensou em Narcisa, na senhora Hilda vencendo “o dragão do ciúme inferior”, em Clarêncio, Tobias... A lembrança das lutas de todos esses amigos, fez com que ele colocasse o amor divino acima de seus interesses pessoais.
Grande vitória a de André Luiz, que, por isto mesmo, e por motivos outros, consideramos como sendo o nosso doutor Saulo de Tarso do Mundo Espiritual, que, às portas de Damasco, ante a visão do Cristo Redivivo, levantara-se da areia escaldante do deserto com o propósito de ser um novo homem...
Sim, Paulo de Tarso, na Terra, e André Luiz, no Mundo Espiritual, nos são dois grandes exemplos de renovação íntima – “... se alguém está em Cristo, é nova criatura; as cousas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” (2 Coríntios, 5:17)
*
André não vacilou. Deixando o homem velho de lado, procurou os aposentos do Dr. Ernesto, a ver no que, em sua condição de médico fora do corpo carnal, poderia auxiliá-lo – e ele vai encontrar aquele que, em outras circunstâncias, consideraria por rival, ternamente acariciando a mão de Zélia, a sua ex-esposa, e, agora, sua irmã.
*
- “Roguei ao Senhor energias necessárias para manter a compreensão imprescindível e passei a interpretar os cônjuges como se fossem meus irmãos.”
A oração! Quão poucos são os que a ela recorrem no dia a dia, a fim de haurirem forças no enfrentamento das provas indispensáveis ao seu crescimento íntimo! –  até mesmo, irmãos e irmãs internautas, para penetrarmos o espírito de determinada lição que nos seja transmitida, carecemos, muitas vezes, de orar, rogando que os Espíritos Superiores nos facilitem o seu entendimento e nos auxiliem com os seus raciocínios...
Ninguém deveria abrir qualquer livro edificante, sem antes formular uma oração, predispondo o espírito a sorver a linfa cristalina, que, porventura, de suas páginas possam jorrar a fim de lhes atender a sede de Conhecimento!...
A oração, em si, é um Livro de Sabedoria, que, conduzindo os espíritos pelos caminhos da intuição, lhes faz apreender o que somente através da intelectualidade fria torna-se sempre mais difícil.

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 7 de maio de 2018.





segunda-feira, 30 de abril de 2018


COMO VOCÊ INTERPRETA?! – LV

Concluindo as nossas reflexões sobre o capítulo 49, de “Nosso Lar”, reflexões que temos efetuado com os irmãos internautas que nos auxiliam o raciocínio, depreendemos que, de fato, a Sabedoria de Deus se patenteia não consentindo que encarnados e desencarnados, mormente os pertencentes ao mesmo grupo consanguíneo/afetivo, não estejam sempre em contato, pois, realmente, não lograriam suportar a realidade, ante os novos caminhos que uns e outros são chamados a trilhar, em obediência às suas necessidades de aprendizado.
Vejamos o caso de André Luiz:
- a esposa, Zélia, havia contraído novo matrimônio;
- a filha mais nova ironizava as saudades que a primogênita estava sentindo do pai, desencarnado há mais de dez anos;
- o seu único filho varão, praticando “loucuras” pela cidade...
Eis o que, com as suas próprias palavras, ele nos diz: “Angústias e decepções sucediam-se a tropel. Minha casa pareceu-me, então, um patrimônio que os ladrões e os vermes haviam transformado. Nem haveres, nem títulos, nem afetos! Somente uma filha ali estava – a primogênita – de sentinela ao meu velho e sincero amor”.
E carecemos de considerar que André Luiz, teria sido um homem devotado à família, que, ao que tudo indica, ainda sobrevivia a expensas do patrimônio material que ele lhe havia deixado. Contudo, em seu primeiro dia de sua visita ao lar – ele conseguira uma semana para tanto –, aliás, em suas primeiras horas, fora o suficiente para que registrasse: “Nem os longos anos do sofrimento, nos primeiros dias de além-túmulo, me haviam proporcionado lágrimas tão amargas”.
Como o homem encarnado carece de se exercitar no campo do desapego, notadamente no que ele, habitualmente, imagina ser sua propriedade!...
*
Outro fato digno de destaque é a visita que o Ministro Clarêncio lhe faz à noitinha. Percebendo o abatimento em que o amigo se encontrava mergulhado, Clarêncio não se dirigiu a ele com palavras de adulação – não o abraçou qual estivesse abraçando a vítima de uma ingratidão familiar. Sem meias palavras, o Ministro foi curto e grosso ao lhe dizer:
“Compreendo suas mágoas e rejubilo-me pela ótima oportunidade deste testemunho! (Vale a repetição, com destaque: “... rejubilo-me pela ótima oportunidade deste testemunho!) Não tenho diretrizes novas. Qualquer conselho de minha parte, portanto, seria intempestivo. Apenas, meu caro, não posso esquecer que aquela recomendação de Jesus para que amemos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, opera sempre, quando seguida, verdadeiros milagres de felicidade e compreensão, em nossos caminhos”.
A hora do testemunho, que, em geral, sempre tememos, na palavra de Clarêncio é sempre ótima oportunidade de autossuperação...
E, no caso de André Luiz, era a de entender que a sua família não se resumia àqueles quatro corações queridos, que ele, depois de mais de dez anos, estava logrando visitar!...
*
No último parágrafo do referido capítulo, André escreveu magistralmente – após ouvir rapidamente a Clarêncio:
“Preciso era, pois, lutar contra o egoísmo feroz. Jesus conduzira-me a outras fontes.”
Sinceramente, sabedor como sou de que nada acontece antes do tempo devido, principalmente no campo das bênçãos que descem de Mais Alto sobre os homens na Terra, ponho-me, neste instante, a pensar se, em verdade, os homens, e, no caso, principalmente, os espíritas, estariam, de fato, preparados para receberem uma obra tão esclarecedora/reveladora como é “Nosso Lar”?!...
 O que você acha, amigo (a) internauta?!...
Sobre a Terra, um mundo ainda de tanta indiferença espiritual pela Vida, algum espírito seria capaz de chegar às conclusões alcançadas por André Luiz, o nosso eminente Dr. Carlos Chagas, um dos maiores humanistas do século?!...
Sei não...
Tenho quase a impressão de que, no que tange à Obra Mediúnica de Chico Xavier, pérolas foram atiradas aos porcos, que, a confundi-las com farelo, as andam fuçando...
E, no caso, os suínos somos nós, encarnados e desencarnados, os que receberam um nome na “pia batismal”, e, em qualquer circunstância, não se avexam de assumi-lo, e os que, a pretexto de humildade, não têm sequer coragem de decliná-lo...

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 30 de abril de 2018.



segunda-feira, 23 de abril de 2018


COMO VOCÊ INTERPRETA?! LIV

O capítulo 49 – “Regressando a Casa” –, é o penúltimo dos 50 capítulos de “Nosso Lar”. Nele, de maneira sintética, o autor narra as suas surpresas de espírito, quando, depois de quase dez anos no Mundo Espiritual, tem oportunidade de rever a família na Terra.
Durante uma semana, André, despedindo-se de Dona Laura, permaneceria em visita à família consanguínea, domiciliada no Rio de Janeiro.
Logo nos primeiros parágrafos, o autor espiritual fala de sua emoção ao rever Zélia, a esposa, que, então, se mostrou insensível ao seu espontâneo gesto de amor. Ela estava conversando com um cavaleiro, médico, que havia ido ver a Ernesto, o seu segundo esposo, que estava acamado, acometido de grave enfermidade nos pulmões.
A constatação de André é uma lição a quantos consideram que os seus afetos, por mais queridos, sejam sua propriedade. Afinal, Zélia não parecia ser a “alma gêmea” de André Luiz, porque as “almas gêmeas”, com raras exceções, costumam ser fieis àqueles que demandam o Mais Além...
*
Zélia chorava, dizendo ao médico que cuidava de Ernesto que não haveria de suportar uma segunda viuvez. E André registra nas páginas do livro:
“Um corisco não me fulminaria com tamanha violência. Outro homem se apossara do meu lar. A esposa me esquecera. A casa não mais me pertencia. Valia a pena ter esperado tanto para colher semelhantes desilusões? Corri ao meu quarto, verificando que outro mobiliário existia na alcova espaçosa. No leito, estava um homem de idade madura, evidenciando melindroso estado de saúde. Ao lado dele, três figuras negras iam e vinham, mostrando-se interessadas em lhe agravar os padecimentos.”
Além de tudo, Zélia se consorciara com um homem de espírito comprometido com entidades infelizes que se valiam de seu estado de debilidade para vampirizá-lo, concorrendo para o seu desenlace.
*
André, desde que desencarnou, mantivera-se na expectativa de um dia, poder reencontrar a companheira, que supunha ser a metade de sua alma...
Quantas surpresas reservam-se ao espírito na desencarnação?! Convém, pois, que todos nós estejamos sempre preparados para enfrentar os próprios equívocos... André, na juventude, pressionado pela família, renegara o amor de uma jovem serviçal de sua casa, e agora, talvez, consorciando-se por conveniência social, sentia-se abandonado!...
A Lei de Causa e Efeito é inexorável, e, no espaço e no tempo, não poupa a espírito algum.
*
Os filhos de André, igualmente, quase que já o haviam esquecido, a não ser pela filha primogênita, que, naquele dia, começara a pensar no pai desencarnado. Zélia, no entanto, repreende a filha – simplesmente por mencionar a memória de André, ela repreende a filha! Positivamente, Zélia não era a “alma gêmea”, ou, pelo menos, a alma de afinidade com os seus mais elevados sentimentos.
*
Zélia, ao repreender a filha mais velha, diz o que André, amargamente, pode escutar:
“(...) Já proibi a vocês, terminantemente, qualquer alusão nesta casa, a seu pai. (...) Já vendi tudo quanto nos recordava aqui o passado morto; modifiquei o aspecto das próprias paredes, e você não me pode ajudar nisso?”
André, em sua própria casa, era considerado um “passado morto”!...
Para inteirar, a filha caçula de André lança acusações sobre a irmã por se interessar pelo “maldito” Espiritismo, negando que os mortos pudessem voltar a Terra.
- Onde já se viu tal disparate? Essa história dos mortos voltarem é o cúmulo dos absurdos!
*
Convém, pois, a vocês que ainda vão morrer prepararem-se, não tanto para as surpresas de além-túmulo, mas para um melhor conhecimento próprio, junto àqueles que, infelizmente, revelam-se de espírito tão pequeno.
Zélia, sem dúvida, tinha todo o direito de consorciar-se com Ernesto – afinal, já amargara muito tempo de solidão afetiva, na condução solitária dos destinos da família, para o que ela se revelara frágil. Todavia, ela não necessitava, praticamente, de exorcizar a memória do ex-marido, pai de seus três filhos, que, pelo menos, lhe deixara o teto sob o qual passara a viver com outro companheiro.

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 23 de abril de 2018.




  

segunda-feira, 16 de abril de 2018


COMO VOCÊ INTERPRETA?! – LIII

No encerramento do capítulo 48, de “Nosso Lar”, André narra o emocionante encontro de Ricardo, que já estava reencarnado, com a família – Dona Laura, não nos esqueçamos, estava prestes a reencarnar, e, no outro dia, na companhia de Clarêncio, tomaria a direção da Terra, dando início aos preparativos imediatos para a sua volta ao corpo.
*
Ricardo, então, parcialmente liberto do corpo, manifesta-se, com o concurso de médiuns de efeitos físicos, num “globo cristalino”, espécie de TV de plasma, cujo surgimento André Luiz antecipa em várias décadas.
Interessante que, antes da materialização, maravilhoso hino, composto pelos filhos de Ricardo, é cantado ao som do piano, da harpa e da cítara.
*
Nos dias que correm, a Ciência anuncia que descobriu a existência de um novo órgão no corpo humano: o mesentério, ou interstício, formado de tecido conjuntivo – uma espécie de “plástico bolha” que reveste e protege quase todos os demais órgãos importantes do corpo.
A pergunta é a seguinte: há quantos anos o corpo vem sendo dissecado pelos anatomistas, e perquirido pelos fisiologistas, sem que eles, tendo semelhante órgão à vista, pudessem atinar com a sua existência?!
Quando será que, praticamente, tendo o Mundo Espiritual à vista da lógica, a Ciência confirmará a tese de sua existência, que, há mais de século e meio, vem sendo sustentada pelo Espiritismo?!...
*
Emocionante quando Judite, filha de Ricardo e Laura, abraça-se à figura do pai no “globo cristalino”, e lhe endereça, em nome da família, interessante pergunta:
- Pai querido, diga o que precisa de nós, esclareça em que poderemos ser úteis ao seu abnegado coração?
Dialogando com a filha com extremado carinho, Ricardo, então, responde, ao questionamento filial, com transcendente sabedoria:
- Ah! filhos meus, alguma coisa tenho a pedir-lhes do fundo de minhalma! roguem ao Senhor para que eu nunca disponha de facilidades na Terra, a fim de que a luz da gratidão e do entendimento permaneça viva em meu espírito!... (destacamos)
Em qualquer outra circunstância, com certeza, nós outros, haveríamos de pedir exatamente o contrário do que Ricardo solicitou – aliás, os homens encarnados, com raras exceções, vivem exorando ao Mundo Espiritual pela concessão de facilidades e privilégios a eles...
*
Após a reunião ter sido encerrada com uma prece formulada pelo Ministro Clarêncio, ele se aproximou de André Luiz e o convidou para que, no outro dia, integrasse a equipe que acompanharia Laura nos passos iniciais de seu processo reencarnatório.
Note-se que André Luiz, pelos cálculos efetuados, estava há cerca de dez anos sem visitar o seu lar. Após a sua permanência de quase nove anos em uma das regiões umbralinas, permanecera durante quase um ano em tratamento ativo em um dos hospitais de “Nosso Lar”...
*
E há gente que pensa que, ao deixar ao corpo, sairá volitando por aí, feito uma borboleta, tomando a direção que bem lhe aprouver aos mais diferentes campos do Universo...
Quanta ilusão!...
Ou, sem ofensa, quanta ignorância!...

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 16 de abril de 2018.

segunda-feira, 9 de abril de 2018


COMO VOCÊ INTERPRETA?! – LII

No capítulo 48 – “Culto Familiar” –, antepenúltimo do livro “Nosso Lar”, André relata a realização de um Culto do Evangelho na residência de Dona Laura.
Prestes a reencarnar – no outro dia, na companhia do Ministro Clarêncio, ela tomaria a direção do orbe terrestre –, com a participação de alguns de seus familiares e amigos, é realizado um Culto do Evangelho, no qual, Ricardo, o seu esposo, que já se encontrava reencarnado, se materializaria.
Segundo André Luiz, pouco mais de trinta pessoas participava daquele momento de recolhimento e oração – vejamos que André se refere aos espíritos como “pessoas”, e não como entidades estranhas...
Espírito é gente, é criatura humana!
Ricardo, que estava na Terra, no momento do repouso de seu corpo físico, ainda na idade infantil, dele se desprenderia e se mostraria aos familiares e amigos numa imagem projetada numa espécie de TV de plasma – num “globo cristalino”.
*
O ambiente era de elevação, e vários amigos estavam aos diversos instrumentos musicais – piano, harpa e cítara. Na Terra, segundo informações de André, já haviam se passado quarenta minutos depois da meia-noite, e, naturalmente, no lar de Ricardo todos já se encontravam dormindo.
*
Lísias e as irmãs, então, começaram a cantar uma canção que havia sido composta por eles mesmos, evocando a presença espiritual do genitor.
Abaixo, transcrevemos apenas os últimos versos do belo poema:
“Nossa casa não te olvida
O sacrifício, a bondade,
A sublime claridade
De tuas lições no bem;
 Atravessa a sombra espessa,
Vence, pois, a carne estranha,
Sobe ao cume da montanha,
Vem conosco orar também.”
*
Chico Xavier, que nas proximidades do ano 2000, começara a falar com mais frequência a respeito da nova reencarnação de Emmanuel, chegou a informar que ele, Emmanuel, descenderia da família de Laura e Ricardo, sendo-lhes, com certeza, um neto muito querido – quem sabe, até mesmo, filho de Lísias e Lascínia, que haveriam de reencarnar um pouco mais tarde – o casal, como marido e mulher, estava às vésperas de se unir em “Nosso Lar”.
*
A se confirmarem as palavras de Chico, Emmanuel estaria hoje com, aproximadamente, 15, 16 anos de idade. Ele dizia também que Emmanuel haveria de militar no campo da Educação e que, talvez, mais tarde, fosse ao Senado.
*
Tudo o mais que se diz a respeito da reencarnação de Emmanuel, não passa de mera especulação, porque Chico, ao que se sabe, nunca revelou maiores detalhes do retorno do Benfeitor Espiritual ao corpo físico.
Gracejando, certa vez, ele disse que, agora, ambos haveriam de trocar de posição, e que Emmanuel lhe teria dito que ele, Chico, veria, então, o quanto é difícil guiar um espírito na Terra.
*
Ao término da bela prece-evocação, Ricardo se materializa na tela do “globo cristalino” e inicia breve diálogo com Laura e os filhos.

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 9 de abril de 2018.


sábado, 31 de março de 2018


COMO VOCÊ INTERPRETA?! – LI

Na sequência do capítulo 47, de “Nosso Lar”, Dona Laura confidencia ao Ministro Genésio o teor de seus outros dois receios em sua intenção de reencarnar, acompanhando a Ricardo, o esposo, que já se encontrava reencarnado.
O 1º receio, conforme vimos, era alusivo ao esquecimento do passado, alegando que tinha medo de reincidir em velhos erros, que ela considerava na condição de úlceras mal cicatrizadas. Em resposta, o Ministro, que estava representando o Governador, lhe diz: “Não ignoro o que representam as sombras do campo inferior, mas é indispensável coragem, e caminhar para diante. Ajudá-la-emos a trabalhar muito mais no bem dos outros, que na satisfação de si mesma. o grande perigo, ainda e sempre, é a demora nas tentações complexas do egoísmo.”
O trabalho em favor do próximo é poderoso auxílio para que o espírito reencarnado supere o esquecimento específico de seus compromissos espirituais, de vez que, procurando ser útil aos semelhantes, ele estará estabelecendo defesas naturais contra o olvido de seus deveres.
*
Em seguida, continuando a dialogar com o Ministro, ela se refere ao seu 2º receio: a influência do meio. O seu 2º receio, evidentemente, seria consequência do 1º, pois, a influência do meio é que nos facilita o esquecimento de nossas obrigações espirituais com a Vida. E, sem dúvida, a influência do meio, chega a ser mais difícil a ser superada que o esquecimento do passado – o olvido temporário, não raro, chega a ser benéfico para o espírito, mas, em um orbe de provas e expiações, a influência do meio é muito difícil de ser vida: as tentações, os arrastamentos, as oportunidades de cair, os atalhos que a estrada oferece, a formação educacional que, por vezes, não concorre para a espiritualização da criatura...
*
E, por fim, Dona Laura expõe ao Ministro Genésio, o seu 3º receio, ou medo, na reencarnação: a questão dos ascendentes biológicos, ou da herança genética que lhe tocaria na formação de seu novo corpo...
Realmente, nem sempre, ao reencarnar, o espírito logra sobrepor-se à matéria – na maioria das vezes, ele se sujeita, integralmente, às leis da hereditariedade. E sabemos, sem nenhuma ideia de eugenia, que existem corpos que não facilitam o aprendizado do espírito – ele pode reencarnar debaixo de limitações físicas imperceptíveis, que, inclusive, podem interferir em seu estado de ânimo nas atividades que deve exercer. Existem organismos, por exemplo, mais predispostos a desenvolverem determinados vícios...
*
Veja-se caro (a) internauta, como a questão da reencarnação é complexa, e não se trata, simplesmente, de “entrar em um novo corpo formação”... O espírito consciente de que a reencarnação é uma “tentativa de magna importância”, preocupa-se com os detalhes de sua volta ao corpo. Falando a respeito do assunto com o Ministro, Dona Laura lhe diz: - “Ah, é verdade (...), pedi essa providência para que não me encontre demasiadamente sujeita à lei da hereditariedade. Tenho tido grande preocupação, relativamente ao sangue.”.
Dona Laura, mãe de Lísias, era uma das benfeitoras da comunidade de “Nosso Lar”, e certos cuidados, por méritos seus, estavam sendo tomados em seu processo reencarnatório. Imaginemos, no entanto, o espírito que volta a Terra sem contar com nenhum mérito de sua parte, e que, portanto, deve se sujeitar às condições disponíveis – certamente, para ele, a partir de seu próprio corpo, torna-se muito mais difícil lidar com as adversidades.
Veja-se quanto é complexo o problema da reencarnação, no sentido de que o espírito supere os embaraços que lhe têm sido impostos pela sua própria imperfeição.

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 2 de abril (*) de 2018
(*) Data de Nascimento do Médium Chico Xavier – a ele o nosso carinho e a nossa gratidão.


domingo, 25 de março de 2018


COMO VOCÊ INTERPRETA?! – L

O capítulo 47 de “Nosso Lar” – “A Volta de Laura” –, em nossa opinião, é um dos mais intrigantes do livro. O texto aborda diálogos em torno da reencarnação de Dona Laura, mãe de Lísias, que seguiria o esposo Ricardo, que já se encontrava na Terra, e, novamente, com ele se consorciaria.
Mais uma vez, chamamos a atenção de nossos irmãos e irmãs internautas para a reunião, que, praticamente, na véspera de seu regresso ao corpo grosseiro, acontecia na casa da genitora de Lísias.
- Povoava-se a encantadora residência de melodias e luzes. As flores pareciam mais belas.
Numerosas famílias foram saudar a companheira, prestes a regressar. Os visitantes, na maioria, cumprimentavam-na, carinhosos, ausentando-se, sem maiores delongas; no entanto, os amigos mais íntimos lá permaneceram até alta noite. (...).
Quanto contraste, não é?! Na Terra, quando alguém se encontra prestes a deixar o corpo físico, a residência se cobre de luto e, não raro, copiosas lágrimas de inconformação são derramadas... Poucos, ou pouquíssimos, os que veem na “morte” a libertação do espírito, que, caso tenha cumprido com os seus deveres na romagem terrestre, retorna ao Mundo Espiritual na condição de vitorioso!...
O Ministro Genésio, com o intuito de mais encorajá-la ao tentame, diz à valorosa senhora:
- (...) É uma glória seguir para o mundo, nas suas condições. Milhares e milhares de horas de serviço a seu favor, perante a comunidade de mais dum milhão de companheiros. (...)
Em resposta, ela argumenta:
- Tudo isso me reconforta (...), mas devemos compreender que a reencarnação é sempre uma tentativa de magna importância. (...).
“Tentativa de magna importância”!... (todos os destaques são nossos)
Veja-se que, embora a sua condição espiritual, Dona Laura receava os desafios que haveria de enfrentar na Terra, temendo que, talvez, pudesse vir a falhar em seus propósitos de elevação!...
Realmente, para o espírito consciente do que representa viver num orbe de provas e expiações, não é fácil tomar a decisão de voltar, sabendo que haverá de expor-se a inúmeros perigos em que pode vir a se comprometer perante a Lei do Carma...
*
O Ministro Genésio, representando a Governadoria, prossegue em seu diálogo com Laura, que, no entanto, expõe a ele quais os seus três maiores receios, no ato de reencarnar – ela não duvidava da Proteção Divina, mas...
Vamos ao 1º deles:
- Bem sei que a Terra está cheia da grandeza divina. Basta recordar que o nosso Sol é o mesmo que alimenta os homens; no entanto, meu caro Ministro, tenho receio daquele olvido temporário em que nos precipitamos. (...)
Você, certamente, nas palavras da genitora de Lísias, também prestou atenção quando ela se refere à dupla natureza do Sol, que, ao mesmo tempo, é estrela para a Terra e para o Mundo Espiritual?!...
Teria você alguma explicação para o fenômeno singular?!...
Na próxima semana, veremos quais são os outros dois grandes receios de Dona Laura. Não perca, pois, as “cenas” do próximo capítulo...

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 26 de março de 2018.







segunda-feira, 19 de março de 2018


COMO VOCÊ INTERPRETA?! – XLIX

Ao comunicar a André Luiz o propósito de reencarnar, a sua mãe, justificando o sacrifício, lhe diz:
- Não consideras a angustiosa condição de teu pai, meu filho? Há muitos anos trabalho para reerguê-lo e meus esforços têm sido improfícuos. Laerte é hoje um céptico de coração envenenado. Não poderia persistir em semelhante posição, sob pena de mergulhar em abismos mais fundos. Que fazer, André? Terias coragem de revê-lo em tal situação, esquivando-te ao socorro justo?”
Notemos que muitos espíritos, a fim de começarem a empreender a sua mudança íntima, espíritos que se unem ao nosso grupo familiar, pedem muito tempo de trabalho a todos os que por eles se interessam, e, não raro, esse trabalho costuma ser improfícuo, impondo, então, a necessidade de maior esforço e renúncia dos que se sentem no dever de auxiliá-lo.
A consciência de quem sobe não permite que os que ficaram para trás sejam simplesmente esquecidos, largados à própria sorte.
Felizmente é assim, pois, caso contrário, espíritos retardatários que somos haveríamos de “mergulhar em abismos mais fundos”, dos quais não sabemos dizer como e nem quando haveríamos de nos resgatar.
*
A mãezinha de André ainda lhe diz que o seu pai seria constrangido à reencarnação imediata... Certamente que Laerte não desejava voltar ao corpo carnal – algo dementado que se encontrava, não estava em condições de escolher o melhor para sim. Foi neste sentido que André formulou a indagação:
- Mas isso é possível? E a liberdade individual?
A sua mãe respondeu:
- Há reencarnações que funcionam como drásticos. Ainda que o doente não se sinta corajoso, existem amigos que o ajudam a sorver o remédio santo, embora muito amargo. Relativamente à liberdade irrestrita, a alma pode invocar esse direito somente quando compreenda o dever e o pratique. Quando ao mais, é indispensável reconhecer que o devedor é escravo do compromisso assumido. (...)
A resposta obtida por André nos leva a pensar nos defensores dos direitos humanos para todas as criaturas, inclusive para aqueles que, pelos crimes praticados, se tornam grandes devedores da coletividade. Qualquer infrator da lei, quando não se dispõe, conscientemente, ao reajuste, deve ser constrangido a ele, pois, se assim não acontecer, o mal haverá de se perpetuar em seu espírito.
O livre arbítrio é relativo, e não absoluto, a não ser, claro, para os espíritos que se redimiram.
*
Em seu sacrifício de amor, a mãezinha de André lhe comunica que, além de consorciar-se, outra vez, com o seu pai, Laerte, receberia, na condição de filhas, duas mulheres que ele havia deliberadamente enganado.
Ao espanto que André demonstra, a genitora esclarece:
- (...) Ninguém ajuda eficientemente, intensificando as forças contrárias, como não se pode apagar na Terra um incêndio com petróleo. É indispensável amar, André! Os que descreem perdem o rumo verdadeiro, peregrinando pelo deserto; os que erram se desviam da estrada real, mergulhando no pântano.
Quem, talvez, já estando encarnado, não se encontra dentro das lutas afetivas que esboçou para si mesmo no Mundo Espiritual, antes de novo mergulho na carne?! Quem, com certeza, não estaria fugindo ao compromisso, desprezando corações, que, antes reencarnar, prometera trabalhar para redimir?!...
*
É de se notar que a genitora de André, quando na Terra, sequer conhecera o Espiritismo, não constituindo diferencial para o espírito qualquer rotulagem de natureza religiosa que ele venha a ostentar, esteja encarnado ou desencarnado. O que verdadeiramente conta é a riqueza moral que o espírito estesoura em sua capacidade de amar.

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 19 de março de 2018.




segunda-feira, 12 de março de 2018


COMO VOCÊ INTERPRETA?! – XLVIII

No capítulo 46 – “Sacrifício de Mulher” –, André efetua anotações que levam a quem esteja encarnado a muitas reflexões. Habitante do Mundo Espiritual há mais de dez anos, contando o seu tempo de permanência no Umbral Grosso e em “Nosso Lar” – ele informa que, somando o seu tempo de hospitalização e trabalho, após receber alta, já se encontrava residindo na referida cidade há quase dois anos –, André ainda não voltara a Terra, e, assim, não visitara a sua família consanguínea – esposa e filhos.
Vejamos: mais de dez anos desencarnado e André Luiz nem sequer reunira condições ideais para visitar a família! Quantos, equivocadamente, imaginam que, ao desencarnar, o espírito possa ir aonde quer?! Você é dos tais, caro/a internauta?! Crê que, ao deixar o corpo carnal, volitará para aonde desejar?! Que, logo que desembaraçar-se da carcaça, permanecerá à volta daqueles que ama, ou não, fazendo o que lhe aprouver?!...
Notemos ainda que as atividades que André abraçara em “Nosso Lar” não lhe permitia ausentar-se delas – ele tinha ordens a obedecer. – “Cumpria, pois, aguardar a palavra de ordem.” – esclarece.
Muitos se dirigem aos Centros Espíritas esperando obter, através da mediunidade, um contato com os seus entes queridos desencarnados, sem pensar que, muitos deles, pelas mais diversas causas, se encontram transitoriamente impedidos de atendê-los. Em muitos casos, os comunicados mediúnicos de familiares e amigos são recados transmitidos pelos Benfeitores Espirituais, seus ou do próprio médium, mas que não são diretamente escritas pelos remetentes.
*
André Luiz afirma que a saudade lhe doía fundo, mas, que, “em compensação, de longe em longe”, ele era visitado pela sua mãezinha, residente em Plano Superior.
Ele não permanecia indiferente à sorte dos seus – apenas, talvez, ainda não se sentisse preparado para lhes efetuar proveitosa visita.
Os considerados “mortos” não se esquecem daqueles que deixaram na Terra, e nem se desinteressam pelas lutas em que são encontram mergulhados. Assim como os encarnados não olvidam os que partiram, com mais forte razão, os que partiram não olvidam os que ficaram! Com mais forte razão, por quê?! Porque, então, melhor podem compreender os perigos aos quais o espírito se encontra exposto em sua romagem terrestre, e o quanto, perante a Lei de Causa e Efeito, ele pode vir a se complicar.
*
O célebre autor de “Nosso Lar”, conta que, “nos primeiros dias de 1940”, a sua genitora, ao ir vê-lo nas Câmaras, lhe comunicou a intenção de voltar a Terra, ou seja, de reencarnar! André, de imediato, não pode compreender a decisão materna. Ora, se ela, sua mãezinha, que residia em Dimensão Superior, estava programando reencarnar, o que lhe tocaria no futuro?! Quantos são os que ouvimos dizer que não mais desejam reencarnar na Terra! Quanta ilusão a respeito de si, no que tange à deficitária condição evolutiva em que ainda nos encontramos! Para a grande maioria, o ato de reencarnar não é uma escolha, mas uma imposição da Lei! Quem, se pudesse, escolheria desencarnar?! O processo é o mesmo – tem espírito que reencarna dormindo e, quando acorda, já está de chupeta na boca, sendo embalado por um colo de mãe!...
André argumenta: - “Não concordo. Voltar a senhora à carne? Porquê? Internar-se, de novo, no caminho escuro, sem necessidade imediata?”
Os motivos da decisão da mãezinha de nosso amigo, veremos posteriormente – mas ela estava em condições de escolher por si mesma, e, podendo escolher, compreendeu a necessidade de voltar para socorrer aqueles que permaneciam sob a tutela de seu amor.

INÁCIO FERREIRA

Uberaba, 12 de março de 2018.




segunda-feira, 5 de março de 2018


COMO VOCÊ INTERPRETA – XLVII

Retomando as nossas reflexões sobre o capítulo 45, de “Nosso Lar” – “No Campo da Música” –, logo de início lançamos uma pergunta aos nossos irmãos internautas/leitores:
- Como você interpreta a informação de Lísias a André Luiz de que existem noivados no Mundo Espiritual?
Sem maiores acréscimos, indagamos ainda como você interpreta o que próprio Lísias volta dizer parágrafos adiante:
“Lascínia e eu fundaremos aqui, dentro em breve, nossa casinha de felicidade, crendo que voltaremos à Terra precisamente daqui uns trinta anos.”?!
Tomamos a liberdade de continuar questionando:
- Então, Lísias e Lascínia se casariam em “Nosso Lar”? Iriam constituir um casal? Morariam na mesma casa, sendo apenas e tão somente noivos, ou na condição de casados? E, estando eles casados no Mundo Espiritual, qual haveria de ser a espécie de relacionamento que o casal manteria? Você acha que poderia, por exemplo, haver sexo entre eles?! Afinal, o que haveriam de ficar fazendo juntos, sob o mesmo teto, durante trinta anos?! Você considera que o relacionamento sexual entre aqueles que verdadeiramente se amam seja algo pecaminoso, impossível de acontecer entre dois espíritos?! Crê que quando alguém esteja na relação sexual com outro alguém apenas os seus corpos, ou envoltórios, estejam se relacionando?!...
*
Interessante que Lísias, ao informar André que Lascínia se faria acompanhar de duas irmãs, pedindo a ele que, junto a elas, fizesse as honras de cavalheiro, ele se mostrou cheio de escrúpulos, imaginando, talvez, que Lísias estivesse querendo incliná-lo afetivamente para uma delas.
- Mas, Lísias... – respondeu André – você deve compreender que estou ligado a Zélia.
Lísias, então, lhe responde:
- Era o que faltava! Ninguém quer ferir seus sentimentos de felicidade. Não creio, no entanto, que a união esponsalícia deve trazer esquecimento da vida social. Não sabe mais ser o irmão de alguém, André?
Realmente, um homem não pode nutrir sincera amizade por uma mulher, e vice-versa, sem que, pela maioria, ele seja julgado em suas intenções.
É uma coisa horrorosa!
*
Outra informação interessantíssima transmitida por André Luiz, no capítulo em estudo, é o fato de Lísias, gentilmente, ter pagado para ele o ingresso no “Campo da Música”.
E, assim, seguem mais perguntas aos nossos estimados internautas/leitores:
- Pagou como e por quê?! Tudo, em o Mundo Espiritual, não é feito de graça, ou não?! O bônus-hora, em “Nosso Lar”, funcionaria, então, como moeda aquisitiva?! Uma consulta médica seria paga?! Já tivemos oportunidade de estudar, anteriormente, que, em “Nosso Lar”, uma casa pode ser adquirida... Existirão, dentro do sistema econômico vigente, casas bancárias na referida cidade espiritual?! Os alimentos têm que ser “comprados”?! Economicamente, quem manteria a cidade, suprindo-a com o indispensável?! Cairia “maná” dos céus?!...
*
Mais uma informação interessante de Lísias, a respeito do “Campo da Música”:
“Nas extremidades do Campo, temos certas manifestações que atendem ao gosto pessoal de cada grupo dos que ainda não podem entender a arte sublime; mas, no centro, temos a música universal e divina, a arte santificada, por excelência.”
Não é curiosa esta informação?! Não é lógica?! Não somos, naturalmente, levados a pensar na “periferia” da Vida, e em seu “centro”?! Não estaremos todos, em todos os aspectos, em nossa caminhada evolutiva, realizando uma jornada da “periferia” para o “centro”?!
Enfim, cremos que estamos com material de reflexão para alguns lustros, não?!
Vamos ver, através das respostas fornecidas, como anda o nosso pensamento a respeito de tantos assuntos, sobre os quais, com certeza, os ortodoxos já possuem posição definida.
E eu não sou capaz entender o grande silêncio em torno de tais assuntos, que, em geral, é feito pelos expositores nos ditos Congressos Espíritas...

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 5 de março de 2018.