domingo, 20 de dezembro de 2020

 

PRECE DE 2020

 

Senhor Jesus, Mestre Amado,

Este foi um ano que nos proporcionou inúmeras

E preciosas lições –

Lições somente comparáveis às que nos foram

Transmitidas em oportunidade semelhantes,

Nos séculos que já se foram...

Aprendamos, neste ano,

Sobre –

A fugacidade da existência no corpo físico,

A inutilidade das ambições,

A ilusão do poder transitório...

Sobretudo, aprendemos

Que, crendo ou não crendo nelas,

Estamos à mercê das Leis Divinas,

Das circunstâncias da frágil vida humana

Na Terra,

Que ninguém deve se considerar

Em situação de privilégio...

Aprendemos ainda

O quanto é difícil aprender

As lições mais comezinhas de fraternidade –

O quanto é difícil vencer o egoísmo,

Quando mesmo estejamos

A deixar a carcaça por ação de um

Ser microscópico –

Que nos impôs a derrota que

Davi impôs a Golias, manejando uma funda...

Aprendemos, igualmente,

Que muito temos a aprender –

Praticamente o A, B, C do amor ao próximo,

No qual somos analfabetos...

Aprendemos que não temos memória,

Ou coração, não sei,

Porque como nos esquecemos com facilidade

Dos tropeços, das quedas, dos fracassos –

Como, de repente, o anjo que ensaiávamos ser

Volta a ser humano, e, em certos casos,

Até sub-humano...

Este ano de 2020, dos derradeiros anos,

Nos últimos séculos,

Sem dúvida, foi dos mais preciosos para nós –

No corpo e fora do corpo...

Foi um ano que nos trouxe à flor da pele

O que ficava escondido nas entranhas

Dos tecidos de nossos corpos –

Mais ou menos denso, não importa...

Este ano de 2020 foi “cacete”

Prá burro, mas justamente por ele

Queremos Te agradecer...

Estamos, sim, nos conhecendo melhor

E sabemos mais do que somos capazes,

Tanto no Bem quanto no mal,

Tanto diante de uma Pandemia, quanto fora dela...

E que tristeza, Senhor,

Constatar que, como integrantes da Humanidade,

Ainda estamos tão longe –

Infinitamente distantes –

De sermos quem esperas que, um dia,

Venhamos a ser...

Aprendemos, sim, Senhor,

A olhar um pouco mais para o Céu,

Voltamos a dobrar os joelhos

E a curvar a cerviz –

Ah, o que o medo da morte não faz com o homem!...

Senhor, no que pese os que partiram

Antes de outros,

E vieram se juntar a nós, deste Outro Lado,

2020 foi uma maravilha! –

Expôs as nossas chagas todas,

Ou quase todas –

Tu nos demonstraste o que um simples

Vírus,

Pode nos ensinar em Teu nome,

A nós que, há dois mil anos,

Sequer aprendemos, com os olhos do espírito,

A ler o Teu Testamento

De Sabedoria e de Amor

À Humanidade egóica – que nome feio –

Para uma coisa mais feia ainda –

O egoísmo,

Responsável pelos insucessos espirituais do homem

E que ainda lhe custará,

Nos anos vindouros,

Lágrimas mais abundantes!...

 

INÁCIO FERREIRA

 

Uberaba – MG, 20 de Dezembro de 2020.

 

NOTA – este Blog voltará com página inéditas do Dr. Inácio Ferreira no dia 17 de Janeiro de 2021.

 

 

 

 

 

 

domingo, 13 de dezembro de 2020

 

MAR E PRAIA

 

Qual a água do mar toca a praia, e a encharca, assim é o Mundo Espiritual próximo, em relação à Terra.

Notemos que os banhistas, muitos deles, em seus trajes menores, à feição dos desencarnados, permanecem num estado de transição – continuam tão humanos que, quando logram se retirar da praia, deixam-na quase completamente repleta de lixo.

A praia, por assim dizer, é o “Umbral”, a Dimensão intermediária entre a cidade e o oceano – entre a Terra e o Mundo Espiritual livre.

Raros são os banhistas que, por saberem nadar, se aventuram mar adentro, distanciando-se da praia.

A esmagadora maioria, quando se vê fora do corpo, com receio do Infinito, não ousa mais que molhar os pés – depois de breve bronzeado, deliberam voltar à cidade e retomar a segurança de quem pisa em chão já conhecido.

Dando as costas para o Infinito, ou seja, para o Mundo Espiritual de natureza mais transcendente, opta pelo regresso à vida comum – toma um banho quente em casa e procura se livrar de toda e qualquer lembrança da areia das praias do litoral.

Não obstante, o oceano, ou seja, o Mundo Espiritual, em suas águas mais rasas ou mais profundas, permanece na expectativa de quem seja capaz de desbravá-lo.

Até o presente momento, poucos são os banhistas que, exímios nadadores, arriscam-se a ir um pouco mais longe, e, depois, retornam procurando encorajar os mais temerosos a não se contentarem com apenas molhar os pés, ou dormir sob as sombrinhas postadas na areia da praia.

Realmente, para que alguém se aventure mar adentro é preciso que tenha aprendido a nadar, e mergulhar, assimilando, inclusive, a técnica da flutuação.

Alguns têm tanto receio do mar que preferem, embora em trajes de banho, permanecer num dos bancos da calçada, à sombra de uma palmeira, repetindo de maneira inconsciente: - Eu quero a minha mãe!...

E é justamente esse desejo, o de querer a mãe, que faz muitos banhistas retornarem mais depressa às suas casas, entrarem num pijama e dormir ao barulho da maré...

Contudo, o mar permanecerá onde sempre esteve – desafiador. E quem não vencer o medo do Infinito nada conseguirá, por muito e muito tempo, mais que pisar na areia da praia e permitir que a água do oceano lhe toque os pés.

A praia é o “Umbral” dos espíritos que deixam o corpo – praia, diga-se de passagem, repleta da presença humana dos banhistas que não se preocupam com o meio ambiente.

O Espiritismo é excelente “escola de natação”, para que os futuros banhistas percam o medo das águas do oceano e comecem a bracejar na direção do Infinito.

Mas, por hora, o receio de afogamento vem predominando na maioria dos banhistas, que, como eu, literalmente, nunca puderam realmente aprender a nadar sequer numa piscina – eu tinha medo de afogar até debaixo do chuveiro, ou, quando era mais menino, até na bacia d’água em que minha mãe me colocava para que eu pudesse me livrar da poeira cotidiana de minhas traquinagens.

Todavia, é verdade que tem banhista na cidade que sequer nunca foi à praia – eu penso que deve ter medo de ser puxado pelas ondas do mar...

Por este motivo, meu caro, se você quiser, o Espiritismo também pode ser, para você e para muita gente, um “Manual de Natação”, que, talvez, quando você for à praia, consiga encorajá-lo a entrar no mar da Vida Mais Alta com a água lhe dando, pelo menos, à cintura.

 

INÁCIO FERREIRA

 

Uberaba – MG, 13 de Dezembro de 2020.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

domingo, 6 de dezembro de 2020

 

PROCURANDO UM CORPO...

FICÇÃO?!...

(Um caso dentre muitos de... reencarnação)

 

O espírito sente que deve reencarnar.

Trata-se de um impulso da Lei.

Íntimo.

Irresistível.

Necessita continuar evoluindo.

Precisa trabalhar.

Movimentar-se.

Criar.

Retomar um trabalho.

Ampliá-lo com novas ideias.

Adquiridas no Espaço.

Em seus vislumbres espirituais.

Ou em contato com outros espíritos.

Nem sempre dá para planejar.

Cuidar de detalhes.

Preferências.

Minúcias.

Raça.

Sexualidade.

Meio social.

Ele precisa apenas de um corpo.

Relativamente saudável.

Cérebro ativo.

Que lhe atenda ao comando mental.

Acolha o seu pensamento.

Possibilite o trabalho racional.

Intuitivo.

Corpo adequado aos sentimentos a externar.

Não carece de ser exatamente perfeito.

Tem que ser instrumento.

Maleável.

De seus pensamentos.

Palavras.

Mãos.

Se não puder, além do razoável,

Razoável serve.

Então, de iniciativa própria –

Livre arbítrio –,

Ele procura um ventre.

Ninho materno.

Atravessar a barreira das Dimensões.

Ressurgir no berço.

Ser criança, outra vez.

Construir no mundo –

Construindo o mundo,

Edificando a si.

Ele desce.

Peregrina nos arredores da Crosta.

Procura.

Fareja.

Facilidade pode ser obstáculo.

Dinheiro.

Beleza.

Paparicos quaisquer.

Um pouco de carinho, sim.

Atenção afetiva.

Principalmente da mãe.

Do pai, nem tanto.

Se o tiver, que não seja excessivo.

Precisa de um corpo –

Não de uma redoma.

De um corpo com reminiscências.

Sonhos.

Visões.

Anseios.

Quer ser semente entre espinhos.

Germinar.

Florescer.

Produzir frutos.

Permanecer anônimo – quanto possível.

Sabe das trevosas oposições.

Até certa idade, uma criança comum.

Depois, o gênio.

O artista.

O cientista.

O novo.

Sim, sobre a Terra –

Do centro à periferia,

De canto a canto –

Espíritos peregrinam.

À procura de um corpo.

Adequado.

Sem necessidade de lastros espirituais.

Sem programação.

Mas, evidente, com a permissão da Lei.

Em obediência à Lei.

Assumindo riscos.

Pois, o meio ainda é hostil.

Ele nasce e, de repente, luz.

Uma lamparina.

Chama bruxuleante.

Mas que, na sombra, é um clarão.

Fala e descerra caminhos.

Escreve e amplia horizontes.

Age e muda

Respira e inspira.

Depois, deixa a carcaça.

Sobe.

Um pouco mais alto.

 

INÁCIO FERREIRA

 

Uberaba – MG, 6 de Dezembro de 2020.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

domingo, 29 de novembro de 2020

 

DESOBSESSÃO A LONGO PRAZO

 

Desculpem-me, mas, sem exceções, todos os integrantes de um grupo mediúnico de desobsessão, no serviço de enfermagem espiritual aos desencarnados, igualmente, estão em tratamento desobsessivo de longo prazo.

Habitualmente, dirigentes e médiuns que integram os referidos grupos mediúnicos imaginam estarem tão somente cooperando com o esclarecimento daqueles que deixaram o corpo sem maior consciência do fenômeno da desencarnação...

Creem que, através do diálogo fraterno, estão concorrendo para que os desencarnados se desapaguem das ilusões da existência finda e se reintegrem à Dimensão Espiritual a que se conduziram pelo desenlace.

Realmente, os benefícios de uma reunião mediúnica de desobsessão – assim chamada – para os que se transferiram de domicílio espiritual, são imensos, contudo, sem dúvida, entre os seus maiores beneficiados estão os próprios participantes encarnados, que carecem de repetir, vezes sem conta, para si mesmos, o que dizem aos “ouvidos” dos supostos mortos.

O médico psiquiatra que trata em seu consultório do paciente em desequilíbrio que o procura, no fundo, está trabalhando para que venha a lograr maior harmonia em suas próprias emoções.

O expositor espírita que sobe à tribuna discorrendo em torno das lições doutrinárias que expõe com clareza ao público que o assiste, efetua, na essência, sucessivas tentativas de fixar no espírito os valores que exalta aos outros.

Médiuns psicofônicos e “doutrinadores”, em parceria com os espíritos que se comunicam em suas reuniões, esperando por socorro, em certa medida, também são espíritos doentes, e, não raro, de longa data, extremamente carentes de tratamento, notadamente no campo da autodesobsessão, lidando com os reflexos das antigas personalidades que animaram.

Em muitos casos, os médiuns psicofônicos, conhecidos como de “incorporação”, no momento do transe, concedem passividade ao seu próprio “subconsciente”, ou, então, em fenômeno de ordem mais transcendente, ao psiquismo em expansão dos médiuns doutrinadores que se dispõem a atendê-los.

Dentro deste contexto, carecemos ainda considerar que muitas entidades desencarnadas, por afinidade, são atraídas aos grupos mediúnicos pelas questões psicológicas dos encarnados que os integram, ou mesmo de seus amigos e familiares que, diretamente, não participam dessa reunião de psicoterapia grupal, à luz do Evangelho do Cristo.

Seja como for, todos os integrantes encarnados de qualquer grupo mediúnico, do dirigente ao médium denominado de “sustentação”, estão, repetimos, em tratamento espiritual de longo curso, a fim de que se liberem de seus complexos de culpa e possam se reaproximar dos desafetos de outras eras, na ingente tarefa da autodesobsessão.

 

INÁCIO FERREIRA

 

Uberaba – MG, 29 de Novembro de 2020.

 

domingo, 22 de novembro de 2020

 

“E, Por Se Multiplicar a Iniquidade...”

 

“E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos”. – Mateus, 24-12

 

O Senhor nos advertiu a respeito da iniquidade humana, que faria com que o amor, ou a fé, de QUASE TODOS, esfriasse.

Infelizmente, é o que vem acontecendo, mormente de algum tempo para cá – décadas, desde o começo do século XX.

Pela iniquidade de alguns, o amor de quase todos se encontra esfriando – descrença, desalento, comodismo, apatia...

A Humanidade vem sofrendo maior assédio das trevas em todos os seus segmentos, estabelecendo o caos e colocando em dúvida o valor da ética.

Realmente, o espírito encarnado está debaixo de forte tempestade moral, com enchentes de detritos ameaçando sufocar a sua confiança no futuro – em Deus e em sua Justiça.

Muitos estão se encolhendo nas demonstrações de fé – dentro de suas casas, no reduto da família, passaram a viver com foco apenas no pão de cada dia, com recrudescimento do egoísmo.

A confiança do homem no homem está em crise.

Nem mesmo a recente Pandemia, ainda vigente, está sendo capaz de tornar o homem mais introspectivo.

Ele, inclusive, vem saqueando os que quase agonizam nos hospitais, vítimas do vírus chinês.

Está tripudiando sobre a dor humana.

Revelando-se capaz do inconcebível para quem se confessa cristão.

No Espiritismo, cuja proposta é a de reviver o Cristianismo, a situação não é diferente.

Médiuns enlouquecem.

A disputa por cargos ensandece muitos espíritos que fracassam.

Manobras políticas tomam conta de grupos – poucos se eximem da lamentável situação.

A vaidade fascina encarnados e desencarnados.

Chegaram ao cúmulo de adulterar o que é intocável.

Necessário, pois, que não reste pedra sobre pedra.

A Internet está colocando a nu as intenções mais infelizes do personalismo humano.

Ninguém quer nada com a “vassoura”, e quer tudo com a tribuna – com o destaque pessoal que dela possa advir. Cavam com as próprias mãos o buraco em que haverão de se enterrar.

Não nos iludamos.

Sem necessitar do endosso de qualquer profecia, a curto e a médio prazo, a Humanidade enfrentará provas muito mais graves que a da atual Pandemia.

Moralmente, é só efetuar os cálculos.

Tempos difíceis, mais difíceis, estão se aproximando – céleres.

Feliz de quem aprofundar raízes espirituais no amor aos semelhantes.

Feliz de quem não se escandalizar com os escândalos à vista.

Feliz de quem souber separar o joio do trigo.

Não olvidemos as palavras que, a seguir, foram ditas pelas Senhor: “Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo”.

PERSEVERANÇA ATÉ O FIM – ou seja, o fim há de vir – a taça de fel haverá de transbordar.

Firmem-se em seus humildes postos de trabalho, em seus humildes Grupos Espíritas.

Não deixem que a mediunidade lhes suba à cabeça – mantenham-na sob a sola dos pés.

Estudem a Doutrina, com base em Jesus, Kardec e Chico.

Os médiuns e os dirigentes espíritas, em maioria, repetimos, estão loucos.

São vítimas de espíritos mistificadores, e mistificam eles mesmos.

Coisas absurdas na Internet.

Todo mundo parece querer ser missionário, quando não passa de espírito doente, em tratamento no corpo – muitos quase em situação comatosa, no respiradouro.

 

INÁCIO FERREIRA

 

Uberaba – MG, 22 de Novembro de 2020.

 

domingo, 15 de novembro de 2020

 

ALGUNS POUCOS MUITOS

 

O Mundo Espiritual não existe em função da Terra – é o contrário: o material se submete ao espiritual.

A Vida Verdadeira é a do espírito, que, nos diferente Mundos, cumpre diversos estágios reencarnatórios.

Certos espíritos, quando deixam o corpo, pela desencarnação, simplesmente, seguem o seu caminho.

Não é que se esqueçam dos que ficam à retaguarda.

O amor não olvida a quem seja – é um laço que se estreita para sempre.

Todavia, alcançando a compreensão da Vida Imortal, eles não permanecem debruçados sobre o passado.

Nem sobre o passado recente.

Compreendem que necessitam caminhar.

Sabem que o reencontro com os que amam, aqui, além ou alhures, é mera questão de tempo.

Lamentam as provas em que muitos encarnados se debatem, não obstante, as veem agora com outros olhos.

Claro, imensa legião continua apegada, inconformada com o desenlace.

O tempo passa para eles sem que tenham noção do tempo que está passando.

Não conseguem se desapegar – quando o apego é apenas de ordem afetiva, tudo bem. Acontece, no entanto, que os apegos mais doentios e difíceis são motivados pela situação social que foram constrangidos a deixar.

“Suas” propriedade, “seu” dinheiro, “seu” nome, “sua” posição social, “suas” ilusões e... até “seu” corpo...

Doença mental que, no Além, acomete milhões e milhões de espíritos.

Seu único ponto de referência é a Terra – seu único ponto de referência de Vida é o berço, que, não raro, buscam de maneira inconsciente.

Mas, realmente, certos espíritos, talvez um pouco mais lúcidos, ao se verem dentro de nova realidade, seguem adiante.

São “absorvidos” pela Nova Vida.

Não dispõem de tempo para estarem se comunicando, escrevendo cartas ou... aparecendo em sonhos.

Reencontram-se com antigos amigos e compromissos que os requisitam.

E devagar, quanto mais o tempo passa, vão como que se desligando da Terra...

Assim como os encarnados vão se desligando do Mundo Espiritual.

Existe, sim, o esquecimento às avessas.

Esses espíritos, deste Outro Lado, nem sempre compreendem que estão deste Outro Lado – aceitam, pacificamente, que estavam vivendo um sonho do qual, finalmente, acordaram, sem saber que continuam sonhando,.

Sim, sonhavam que estavam encarnados, vivendo num planeta distante...

A mente é uma caixa de surpresas – infinitas!

Daí, na maioria das vezes, a ausência de notícias para os encarnados daqueles que partiram – eles, os que partiram, sequer sabem da Mediunidade, sequer sabem utilizá-la, sequer creem na possibilidade do contato interdimensional...

Assim como os espíritos deixam o Mundo Espiritual para construir uma nova vida na Terra, os homens devem deixar a Terra para construir uma nova vida no Mundo Espiritual – ou, então, retomar, conforme dissemos, antigos compromissos que ficaram à sua espera.

A reencarnação é uma viagem mais longa, mais duradoura – apenas e tão somente isto.

Alguns poucos muitos espíritos, ao desencarnarem, afastam-se, e, passam a considerar que nada de mais significativo lhes sucedeu – um tropeço na caminhada.

Não têm noção de Vida Eterna – não sabem que uma Vida se continua à outra e... não sabem costurar as Duas Realidades.

Alguns poucos muitos, pela vez primeira, estão ouvindo falar em Reencarnação – em Vidas Sucessivas.

Morrem e prosseguem vivendo com naturalidade – estão dentro da cena de um filme, que, essência, é uma minissérie de inesgotáveis capítulos.

 

INÁCIO FERREIRA

 

Uberaba – MG, 15 de Novembro de 2020.

 

 

 

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

AVES DE RAPINA


Aves de rapina.
O Movimento Espírita está repleto delas.
Aves velhas.
Aves novas.
Filhotes.
Está cada vez mais claro
Claríssimo.
Tudo pelo poder.
Pelo dinheiro.
Corrompem-se com facilidade.
Falta caráter.
Apego a cargos.
Vitalícios.
Congressos pagos.
Não são necessários.
O “vírus” ensinou isto.
Parem de promovê-los.
Fujam dos canais espíritas profissionais.
São inimigos.
Adversários da Causa.
Fantoches de obsessores.
Deturpam a “Obra do Senhor”.
Devem responder, sim.
Judicialmente.
Nos tribunais humanos.
Sem medo da treva.
Que treva?!
Tamanha tolice.
E o poder da luz?!
Não conta?!
Não creiam em promessas.
Jamais irão capitular.
Estão defecando no altar.
Incrível.
Absurdo.
Estarrecedor.
Não seja conivente.
Testemunhe.
Fale.
Exija.
Levante-se.
Porém, cuidado.
Isso pega.
É altamente contagioso.
Vacine-se.
Tome passes.
Ore com fervor.
Vá fazer sopa.
Varrer o chão.
Vassoura-terapia.
Fuja do elitismo.
Baba venenosa.
Aves de rapina de gravata.
Bem vestidas.
Perfumadas.
Agrupam-se por afinidade.
Mentem na mediunidade.
Mentem na reencarnação.
Manipulam.
O que querem?!
Comer.
Devorar.
Saciar-se.
Com as suas asas fedorentas.
Querem tomar o Céu de assalto.

INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 9 de Novembro de 2020.

domingo, 1 de novembro de 2020

 

“...E Quem Comigo Não Ajunta, Espalha.”

(Lucas, 11:23)

 

O Cristo é claro em suas palavras: quem a Ele, verdadeiramente, não se une em defesa da Verdade, é causa de desunião mais profunda entre aqueles que se confrontam movidos por interesses pessoais.

Ajuntar com o Senhor, significa, em última análise, juntar-se a Ele em seus propósitos divinos.

E, evidentemente, não há como ajuntar com Ele, ou unir-se a Ele, sem desagradar àqueles que não comungam com as Suas ideias e com os Seus ideais.

Infelizmente, não raro, ajuntar com o Cristo leva o homem a separar-se do mundo, de certas situações e, por vezes, até mesmo de supostos amigos.

Muitos, assim, são os que escolhem espalhar – a mentira, e sustentá-la, não temendo as consequências em curso.

Outros escolhem espalhar a calúnia, e outros ainda a mistificação...

Há quem faça opção pelo poder transitório – poder que enlouquece a muitos, simplesmente pela ostentação de um cargo, ou de ver o seu nome figurar com destaque entre os demais...

Juntar-se ao Cristo é estar com Ele, não apenas no Tabor, mas, principalmente, no Calvário.

É pagar o preço do testemunho, expondo-se à perseguição gratuita dos adversários, sofrendo todos os danos possíveis e imagináveis que lhe haverão de ser impostos.

Allan Kardec, por escrever “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, juntando-se a Jesus, padeceu, inclusive, traições na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas – os que com ele não concordavam, se espalharam, e tentaram “espalhar” com ele, a fim de que não perseverasse em sua Obra.

Ao longo da História, todos os que tomaram a decisão de ajuntar com o Cristo, praticamente, foram expurgados – rotulados como obsidiados, alienados...

Chico Xavier, que voltou à Terra, após ter cumprido com o seu papel de Codificador, não voltou somente para dar complemento à tarefa iniciada na França, mas para “espalhar” com os que estavam tomando conta da seara...,

Os “vendilhões do templo” também têm reencarnado!

Infelizmente, no seio da Doutrina, muitos de seus supostos adeptos estão trabalhando para espalhar, e não para ajuntar – ajuntam tão somente treva! Apoiando-se uns aos outros, ajuntam vaidade e personalismo!...

Carecemos de redobrar vigilância, porque, no momento da cruz, até mesmo os Apóstolos se espalharam – os únicos que foram constrangidos a se juntar ao Cristo foram os dois ladrões...

Eis, pois, a pergunta que se faz aos adeptos da Terceira Revelação: estás ajuntando com o Senhor?! Estás juntado ao Senhor?! Unido a Ele e disposto a sofrer o que preciso for para permanecer fiel a Ele?!...

Dentro do Movimento Espírita, desde Kardec, as trevas localizam “agentes” que, com o discurso de juntar, pretendem apenas espalhar...

De tanto mentir para os outros e para si mesmos, por décadas a fio, muitos acabam acreditando ser verdade as mentiras que dizem.

Neste momento, está, sim, se processando, a separação do joio e do trigo – a aludida separação está se tornando tão evidente que até está ficando gravada no papel, nas imperdoáveis deturpações que, na calada, estão sendo feitas nos livros da lavra mediúnica de Chico Xavier.

A quem compete tal adulteração?! Quem é o autor intelectual enlouquecido que agiu, e tem agido, como fiel instrumento das trevas que, com o Cristo, não ajuntam?!...

A covardia não lhe permite mostrar a fuça e dizer “sou eu”...

E, neste arrazoado, vocês me desculpem pelo excesso de vírgulas, pontos e reticências – não obstante, eles são meus, e, sem me comunicarem, não lhes dou o direito de mudar uma sequer de lugar, pois até os meus cacoetes gramaticais me identificam o espírito.

Coloquem as vírgulas que quiserem em seus textos, mudem o tempo dos verbos, troquem palavras, mas nos textos de sua autoria, se é que são capazes de produzi-los – não se apossem do que é meu, como, alhures, intrometeram até um g em meu pobre nome – tentando me gerundiar (ops), plagiar!...

 

INÁCIO FERREIRA

 

Uberaba – MG, 1 de Novembro de 2020.

 

 

 

 

 

domingo, 25 de outubro de 2020

 

EM CIMA DO MURO

 

Meu caro, eu sei que muita gente silenciou diante de seu testemunho, tornado público, a respeito da adulteração que a FEB vem promovendo nas lavras mediúnicas de Chico Xavier, e, ao que me parece, apenas nas obras de autoria do saudoso Médium.

Não serei um daqueles que, proclamando ser amigo do Chico e da Causa, irei permanecer calado – e, depois, também sou seu amigo e lhe devo solidariedade, a você que, durante tanto tempo, tem revelado ser solidário com o meu pensamento.

Muitos dos que se colocaram “em cima do muro”, que eu costumo chamar de “taipeiros”, assim procederam por interesse pessoal que vai do medo de se expor à crítica ao receio de que algo possam perder no bolso.

Explico-me.

Você sabe que muitos desses nossos irmãos “taipeiros”, desprovidos da coragem que possuem a maioria de nossas irmãs – trata-se de uma coragem histórica, desde os primórdios do Cristianismo, quando a impressão que se tem é que as mulheres que vestiam calças, e não os homens! –, são movidos por inúmeros interesses...

São oradores, vaidosos da tribuna, que ficam com medo de não mais serem convidados para as suas palestras nas casas espíritas “federadas” e/ou Congressos e Simpósios – palestras que, no mínimo, lhes rendem uma hospedagem em hotel de até quatro, cinco estrelas, uma ou duas excelentes refeições e, desculpem-me, uma certa masturbação no ego inchado...

São autores de livros que, de repente, temem que as suas obras possam sofrer uma espécie de censura – o que tem ocorrido com as obras de nossa lavra, no Movimento com cores de democracia manchada de rubro –, e fiquem, assim, encalhados nas Editoras, não lhes dando ensejo de as autografarem, para que se mantenham na ilusão de que são autores de sucesso comparado ao de um J. R. R. Tolkien...

São companheiros que, por vezes, adoram uma viagem ao Exterior, sem que tenham que gastar um real do próprio bolso, e “enriquecerem” os seus currículos doutrinários, com que possam ser anunciados nos grandes Congressos regiamente pagos – encolhem-se com receio de que os convites que lhes chegam para ir à Europa irão minguar, e tenham que se contentar em falar em Veríssimo, ou em Água Comprida...

Por certo, argumentarão que você, em seu depoimento, já repleto de likes no Youtube, foi muito contundente e chegou mesmo a faltar com a caridade, jogando aquilo no ventilador, que espalhou “febrentina” por todos os lados.

Seria interessante que eles, os sofistas da Doutrina, nos respondessem o seguinte: teria Jesus faltado com a caridade, quando, munido de um chicote, expulsou os desavergonhados do templo?! Teria Ele, ainda, faltado com a caridade quando comparou os escribas e os fariseus a sepulcros caiados por fora, cheios de podridão por dentro?! Claro, o Cristo é o Cristo, mas, justamente, por não sermos o Cristo, é que não há nada de surpreendente que venhamos a fazer o que dizem que Ele não teria feito, mas fez!...

A verdade, meu caro, como dizia a minha velha mãe, a verdade verdadeira é que anda faltando caráter a muita gente que se diz espírita.

Muitos irmãos de Ideal querem, ao mesmo tempo, agradar a Deus e ao Demônio – dizem que Deus é Misericordioso e que haverá de perdoá-los pela falta de brio, mas, o Demônio é implacável, e, sendo assim, não convém desagradá-lo completamente – não custa nada, em algum momento, lhe puxar o saco (ops), o garfo de três dentes pontiagudos que lhe podem fazer grande estrago...

Bem, para encerrar, sinceramente, eu não sei com que cara essa gente há de chegar aqui, no Mundo Espiritual, logo mais – de minha parte, eu penso que aqui virão parar com a cara de traseiro, mesmo porque eles parecem que não têm outra com que possam se mostrar deste Outro Lado da Vida.

Convinha que eles, pelo menos, antes de simplesmente deletarem estas nossas palavras, ou, caprichosamente, imprimi-las para que possam ser usadas para tentar limpar o que não ousamos dizer, pensassem no que João registrou em seu enigmático Livro, no capítulo 3, versículos 15 e 16:

“Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio, ou quente!

Assim, porque és morno, e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca”.

 

INÁCIO FERREIRA

 

Uberaba – MG, 25 de Outubro de 2020.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

domingo, 18 de outubro de 2020

 

OBSESSÃO NÃO DECLARADA

 

“E veio ali uma mulher possessa de um espírito que a mantinha na enfermidade, havia já dezoito anos; andava ela encurvada, sem de modo algum poder endireitar-se.” – Lucas, cap. 13 – v. 11

 

A questão da obsessão, em seus extremos, é claramente tratada por Jesus no Evangelho. Negar-lhe a evidência, seria negar a autenticidade do testemunho dos Evangelistas.

Na citação acima, Lucas, que era médico, refere-se a um clássico caso de subjugação obsessiva de natureza moral e física: a mulher era possuída por um espírito há dezoito anos!

Obsessor e obsidiada viviam em tal processo de simbiose que, sem a intervenção do Cristo, que ordenou a retirada do espírito que a vampirizava, a mulher provavelmente desencarnaria de maneira precoce.

Existem, assim, casos de obsessão complexa que, induzindo as suas vítimas a estranhos padecimentos, chegam a ser confundidos com loucura.

Antes do surgimento do Espiritismo e dos notáveis estudos realizados de Allan Kardec, que distinguiu mediunidade de obsessão, quase todos os problemas de natureza psíquica eram catalogados por enfermidade da mente, com os portadores de semelhantes estados patológicos sendo sentenciados aos hospícios.

Hoje, felizmente, embora ainda o preconceito religioso dominante, a própria Ciência começa a se inclinar para a realidade da influência espiritual de ordem nociva, admitindo a hipótese da chamada “personalidade intrusa” atuando sobre o encarnado.

Todavia, é mister considerar que nem sempre a interferência obsessiva da parte do desencarnado é de fácil constatação, pela sutileza com que age o seu agente causador em prejuízo da vítima e de terceiros.

Em situação, com certeza, mais deplorável que a da pobre possessa, estava o chefe da sinagoga e os adversários do Senhor que O perseguiam sem trégua, pela Sua insistência em realizar curas no dia de sábado.

Os que costumamos, pois, rotular de obsidiados são os doentes declarados reclamando tratamento e comiseração pela ostensividade de seu estado de desequilíbrio. Mas, em situação pior que a deles estão todos aqueles que, aparentando lógica de raciocínio e atitudes estudadas, fazem-se de si mesmos agentes sutis das trevas no combate à expansão da luz.

 

INÁCIO FERREIRA

 

Página extraída do livro “Bem-Aventurados os Aflitos” – Editora Didier – Votuporanga – SP.

domingo, 11 de outubro de 2020

 

“Carpe Diem”

 

Sinceramente, eu não sei onde a grande multidão, que não cogita do espírito, encontra estímulo para viver na Terra, ocupando-se tão somente do cotidiano terrestre.

Vejo os seus integrantes, que são nossos irmãos em Cristo, caminhando pelas ruas, correndo atrás de objetivos transitórios, para a obtenção do pão de cada dia, e para além do pão que lhes garanta a sobrevivência no corpo.

Milhares, ou, talvez, milhões, movimentam-se na esperança de que possam vir a ter grande êxito financeiro, conquistando posições no convencionalismo social, que festeja os que passam a fazer parte da lista dos considerados ricos – milionários, bilionários, trilhardários...

A maior parte, porém, pressentindo que não logrará frequentar as páginas da “Forbes” – pode ser de alguma “Forbes” tupiniquim –, contentar-se-á com recheada conta bancária, com algumas propriedades, com automóvel que possa trocar por outro zero, ou quase zero, de três em três, ou de quatro em quatro, ou de cinco em cinco anos...

Quase todos, no entanto, contentam-se em se levantar, pela manhã, ocupar o tempo durante as doze horas do dia, chegar em casa e largar-se numa poltrona à frente da TV e... ter um pouco de prazer oriundo da carne.

Repito, sinceramente, eu não sei os que move na vida diária, porquanto, infelizmente, cada vez mais, essa grande multidão parece se afastar dos assuntos da fé em Deus.

Os templos religiosos, de maneira geral, estão vazios, e, lamentavelmente, estamos assistindo, entre os homens encarnados, o fracasso das “peças” da religião, que, por ação de um “efeito-dominó”, estão quase caindo uma após a outra, pelos variados escândalos que a mídia tem se encarregado de divulgar – e por falar em mídia, como ela também vem concorrendo para que o homem viva como se, em pouco tempo, estivesse destinado ao pó! A mídia nada, absolutamente nada, tem feito pela construção espiritual do homem – a mídia é tão consumista que termina por consumir, inclusive, o seu próprio consumidor!

Eu não sei... Vejo-os, aos homens encarnados, caminhando, em grande parte, feito zumbis pelas ruas das pequenas e das grandes cidades, quase que colidindo uns com os outros, sem que parem para trocar dois dedos de prosa, ou... para fumar um cigarrinho juntos – não de Cannabis, é claro, mas das folhas de uma ingênua árvore-do-fumo, porém, não menos prejudicial à saúde – eu que o diga!

Dentro de seus carros ou pilotando as suas motos, de maneira feroz, dirigem os seus veículos mal suportando quem lhes está à frente, tentando obedecer a placa de sinalização que recomenda não se exceda, dentro da cidade, a 40 km/h – de celular na mão, falando com alguém que, por certo, também pode estar no trânsito, os distintos habilitados ultrapassam o “velho” que dirige com lentidão, dedicando-lhe o tradicional dedo médio erguido em gesto pornográfico...

Depois de muito pensar e pensar, aqui, deste Outro Lado, chego à conclusão que é pela Misericórdia Divina que os homens, em esmagadora maioria, estão vivendo na Terra, sem que sequer, muitas e muitas vezes, lembrem de proferir, ainda que decorada, uma única oração por dia.

Sim, é pela Misericórdia Divina que eles, os indiferentes ao seu futuro espiritual, respiram e expiram no mundo, vivendo como se a finalidade da existência humana não fosse outra se não aquela extraída de uma das odes de Horácio: Carpe Diem.

 

Não fosse pela ação da Misericórdia Divina que os sustenta de pé, através do Instinto de Conservação, com certeza, assistiríamos na Terra à pavorosa catástrofe de ordem moral, com os homens em autoextermínio coletivo, por não conseguirem enxergar na vida medíocre que escolhem viver um propósito de ordem superior.

Não posso, contudo, deixar de registrar as exceções que, infelizmente, de tão poucas, quantitativamente, não alteram as estatísticas, embora, qualitativamente, sejam elas que continuam a manter as esperanças de que o mundo venha a ser melhor amanhã.

 

INÁCIO FERREIRA

 

Uberaba – MG, 11 de Outubro de 2020. 

 

 

 

 

domingo, 4 de outubro de 2020

 

“Cavalo de Troia”

 

Os que estudam História sabem a respeito do “Cavalo de Troia”, que, por muitos, é considerado apenas uma lenda. Troia resistia à invasão espartana por nove anos, com os seus portões inexpugnáveis. Surge, então, a ideia da construção de um grande cavalo de madeira que, inadvertidamente, os gregos, considerado como um troféu de guerra, levam para dentro da cidade – o “cavalo” estava recheado de guerreiros gregos que, assim, abrindo, por dentro, os portões de Troia aos companheiros, vencem a guerra, que havia começado pelo rapto de Helena.

Dissertando sobre o assunto, aproveitamos para dizer que os povos, coletivamente, também estão submetidos à Lei de Ação e Reação, ou, mais popularmente, à Lei do Carma.

Os povos dominadores, que invadem outros povos e os submetem, são constituídos por grupos de espíritos que, um pouco mais tarde, haverão de renascer descendendo dos povos dominadas.

As nações indígenas, por exemplo, que foram, praticamente, extintas pelo povo norte-americano, tiveram os espíritos pouco evolvidos que as integravam descendendo dos americanos, tomando, assim, posse das terras que lhes foram subtraídas em nome da colonização.

E é sempre assim que acontece. No Vietnam, por exemplo, de acordo com o que já tivemos oportunidade de observar em uma obra de nossa lavra, americanos mortos em combate, muitas vezes, renasciam na condição de vietnamitas, ou, então, levavam em sua companhia, para a América, os espíritos dos vietnamitas mortos que passariam a integrar as suas famílias.

Na Europa, com quase todos os países contando com grande número de imigrantes, notadamente ligados ao Islamismo, os povos que, no passado, foram colonizados por tais países, hoje, em nome da globalização cultural e do direito de ir e vir, os estão “invadindo”, e quase que já se mostram mais numerosos, por exemplo, que os considerados filhos da pátria.

Sem dúvida, trata-se do Choque de Retorno a que, através da ação inexorável do tempo, os indivíduos e as coletividades se encontram sujeitos.

É muito provável que um inimigo eliminado por outro venha a renascer na família consanguínea daquele que pretendeu afastá-lo pela violência, inclusive, que venha a se fazer herdeiro de todos os seus bens – de seus bens familiares, sociais e econômicos. Quando esse inimigo prejudicado não renasce diretamente da família, por vezes, a ela se agrega por outros laços, como o do matrimônio de um filho ou de uma filha, de um neto ou de uma neta, simbolicamente, trazendo para dentro de casa um verdadeiro “Cavalo de Troia”.

Aliás, perante a Lei do Carma, os “cavalos de Troia” se encontram à porta de quase todos os lares terrestres, com espíritos à espreita do momento oportuno de colocarem abaixo os “portões”, considerados inexpugnáveis, da resistência que, consciente ou inconscientemente, a eles é oferecida.

Hoje em dia, dificilmente se pode dizer, até mesmo geneticamente, que, nas veias dessa ou daquela pessoa, corre um sangue que não tenha se originado da extraordinária miscigenação entre as mais diferentes raças.

Quando Roma invadiu a Grécia, invasão que começou com a vitória romana na Batalha de Corinto, os sábios gregos, cultores da Filosofia, foram feitos prisioneiros e transformados em preceptores dos filhos dos romanos, ensejando que Roma adotasse como seus os deuses do Olimpo.

Esse movimento atual de imigração, que se verifica no mundo, é resultado do Carma coletivo assumido por diversos povos, que, agora, estão sendo chamados, perante a Lei, a ressarcirem os seus débitos com aqueles que espoliaram.

A Reencarnação, caso não existisse, em função da Divina Justiça e de impositivo lógico, passaria a existir, de vez que, sem ela, as injustiças que os homens cometem uns contra os outros jamais haveriam de ser reparadas, e, então, de fato, o mundo estaria à mercê de um caos moral.

A Reencarnação, assim, é o “Cavalo de Troia” com a Lei Divina promove as “infiltrações” indispensáveis para que os homens deixem de construir “muralhas e portões”, passando a ser construtores de “estradas e pontes”, para que a fraternidade universal não seja uma utopia.

 

INÁCIO FERREIRA

 

Uberaba – MG, 4 de Outubro de 2020